Acre

Headscon Acre conecta indústria de games à agenda GovTech e impulsiona soluções digitais para saúde, educação e gestão pública na Amazônia

Realizada em novembro, a Headscon Acre consolidou o setor de games como um aliado estratégico da inovação pública no Brasil. Ao reunir desenvolvedores, especialistas, gestores públicos, universidades e instituições de fomento, o evento apresentou como jogos e tecnologias interativas podem gerar soluções GovTech, entendidas como iniciativas que utilizam tecnologia e inovação para aprimorar serviços públicos, tornar políticas mais eficientes e aproximar o Estado da sociedade, com aplicações na saúde, na educação e na gestão pública, com foco em modelos pensados a partir da realidade amazônica e desenvolvidos no Acre.

A programação reforçou o posicionamento do Instituto Gamecon na fronteira entre economia criativa, tecnologia e políticas públicas. A Headscon mostrou que o desenvolvimento de games vai além do entretenimento e se consolida como ferramenta concreta para ampliar o acesso a serviços públicos, fortalecer processos educativos e apoiar a tomada de decisão no setor público.

Games como ferramenta de aprendizado e engajamento social

Para o produtor executivo e CEO da Petit Fabrik, Olímpio Neto, os jogos se destacam por reunirem diferentes formas de aprendizado em uma única experiência. “Os jogos de videogame são uma das ferramentas mais eficazes no ensino, porque você consegue ler, ouvir, assistir e também interagir. Essa interação permite errar, tentar novamente e aprender sem gerar prejuízos reais, o que contribui muito para o aprendizado”, afirma.

Segundo ele, essa lógica torna os games especialmente relevantes quando conectados às políticas públicas. “O jogo é uma ferramenta incrível no ensino. Quando isso se alia às políticas de GovTech, se torna muito poderoso, porque permite falar mais profundamente com o cidadão, passar conceitos de forma didática e dialogar também com o público mais jovem”, completa.

GovTech e valor público aplicados ao território

O conceito de GovTech se refere ao uso estratégico de tecnologias digitais para melhorar a entrega de serviços e políticas públicas. Para Antonio Isidro, fundador e coordenador-geral do LineGov da Universidade de Brasília, trata-se de um movimento global que ganha força também no Brasil. “O GovTech designa como as tecnologias digitais ajudam o Estado a entregar melhores serviços e políticas públicas, com o uso de soluções tecnológicas, algoritmos e processos otimizados para gerar valor público para a sociedade”, explica.

Antonio destaca que jogos e tecnologias interativas ampliam o engajamento social e fortalecem a participação cidadã. “Os games têm a capacidade de atrair o interesse público por meio da interação. A sociedade passa a participar de forma ativa na construção de soluções, vivenciando desafios e avançando em busca de um futuro desejável, que é a solução de um problema público”, afirma.

Soluções pensadas para o Acre e a Amazônia

No contexto amazônico, onde grandes distâncias e desafios logísticos fazem parte do cotidiano, os games se apresentam como uma solução estratégica para ampliar o acesso à informação e ao aprendizado. “Muitas vezes existe uma limitação geográfica na Amazônia, mas o videogame é uma linguagem global. Com internet e um celular, já é possível proporcionar experiências de aprendizado, mesmo quando não se consegue chegar fisicamente com um professor ou profissional”, avalia Olímpio Neto.

Segundo ele, jogos desenvolvidos a partir da realidade local ampliam o alcance das políticas públicas. “Quando você chega com um jogo pensado para aquele contexto, consegue conduzir a pessoa por uma experiência de educação e de conhecimento. Para a Amazônia, isso é uma ferramenta incrível”, afirma.

Headscon Acre como catalisador de inovação pública

A Headscon Acre se consolidou como um espaço estratégico de articulação entre diferentes atores do ecossistema de inovação. Durante o evento, desenvolvedores, empreendedores, pesquisadores, gestores públicos e investidores compartilharam experiências e desenvolveram soluções voltadas a desafios reais do território.

Para Antonio Isidro, a iniciativa atua como um hub de inovação pública. “A Headscon é um importante catalisador dos ecossistemas de tecnologia, empreendedorismo, economia criativa e soluções digitais. Ela funciona como uma plataforma orquestradora que reúne iniciativa privada, academia e demandas públicas para cocriar soluções de alto valor público”, destaca.

Entre os exemplos apresentados estão protótipos desenvolvidos em iniciativas como o Hacka Heads, pilotos em escolas e soluções projetadas ou testadas no Acre. Essas experiências mostram que a economia de games também impulsiona a inovação em políticas públicas, com impacto direto para a população.

Impacto institucional e projeção para o futuro

Ao integrar games, GovTech e políticas públicas, o Instituto Gamecon amplia sua atuação e fortalece sua autoridade institucional. A Headscon passa a ser reconhecida como um ambiente de geração de soluções conectadas às necessidades reais da Amazônia.

Para Olímpio Neto, o impacto do evento já é visível no território. “A Headscon Acre é um case incrível. Ela permite ver o crescimento da indústria de jogos na Amazônia e o surgimento de estúdios a partir desse movimento. Também aproxima o poder público desse tipo de conhecimento e oportunidade”, afirma.

Antonio Isidro reforça o potencial de longo prazo da iniciativa.“É uma ação com grande legitimidade pública, que induz a inovação de forma sistêmica. O impacto que já existe hoje tende a crescer ainda mais nos próximos anos, com resultados muito expressivos para a Amazônia”, conclui.

A edição 2025 da Headscon Acre deixa como legado a consolidação do estado como protagonista na agenda de inovação pública, mostrando que o Acre, com identidade, criatividade e tecnologia, ocupa um lugar na construção de soluções digitais para o Brasil.

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