Por Alcinete Gadelha e Janine Brasil
Há um ano a Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre) confirmava os primeiros três casos da Covid-19. Passados 12 meses, o estado acreano enfrenta colapso no sistema de saúde com falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais de campanha e estabeleceu medidas mais restritivas aos finais de semana na tentativa de conter o avanço do novo coronavírus.
A pandemia completou um ano no dia 11 deste mês. Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde fez a declaração, após a doença se espalhar por todo o planeta. Um dia depois, no dia 12, o Brasil registrou a primeira morte. E, após um ano, o país superou a triste marca de 2 mil mortes diárias.
Os três primeiros casos no Acre foram de um homem de 30 anos e uma mulher de 50, que chegaram de São Paulo (SP) e uma advogada de 37 anos, que estava em Fortaleza (CE). Dos três casos, apenas a advogada chegou a ficar em estado grave e ficou internada 12 dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Até essa terça-feira (16), de acordo com o último boletim da Sesacre, o estado confirmou 63.378 de casos da doença e 1.140 mortes. O maior número de casos da doença desde o início da pandemia foi no último sábado (13), quando foram registrados 623 novos casos em apenas 24 horas.
Em 17 de março do ano passado, o governador Gladson Cameli decretava situação de emergência devido à pandemia de Covid-19, mesmo antes de serem confirmados, no mesmo dia, os primeiros casos. A intenção do governo era orientar a população para que a doença não se proliferasse rapidamente. Desde então, as aulas na rede pública e privada de ensino estão suspensas de forma presencial.
As unidades de saúde atuam no limite. Até essa terça (16), todos os 30 leitos de UTI do Pronto Socorro estavam ocupados e no Into os 50 também estavam com pacientes. De acordo com o boletim de assistência, 14 pacientes aguardam na fila por um leito de UTI e 25 por leitos de enfermaria.
O estado está em contaminação comunitária desde o dia 9 de abril do ano passado. A taxa de incidência é de 7.085,5 casos para cada 100 mil habitantes. O Acre apresenta um coeficiente de mortalidade (óbitos por 100 mil habitantes) de 127% e de letalidade de 1,8%.
Dos 106 leitos de UTI nos hospitais da rede SUS disponibilizados no estado, 101 estão ocupados. Dessa forma, a taxa de ocupação total chegou a 95%. Os leitos de UTI estão concentrados na capital, com 85 vagas, e Cruzeiro do Sul, com 26.
O cenário é diferente do registrado no ano passado, quando em 31 de março o estado tinha apenas 42 casos positivos da doença. No mesmo período, a Covid ainda estava concentrada em três municípios – Rio Branco, Acrelândia e Porto Acre-, dos 22 do estado.
Casos de Covid-19 por cidades e mortes
Cidades | Casos | Mortes |
Acrelândia | 1.059 | 19 |
Assis Brasil | 1.237 | 15 |
Brasileia | 1.958 | 27 |
Bujari | 835 | 9 |
Capixaba | 387 | 11 |
Cruzeiro do Sul | 6.401 | 125 |
Epitaciolândia | 1.053 | 23 |
Feijó | 2.149 | 35 |
Jordão | 316 | 1 |
Mâncio Lima | 1.768 | 19 |
Manoel Urbano | 676 | 4 |
Marechal Thaumaturgo | 944 | 8 |
Plácido de Castro | 1.216 | 12 |
Porto Acre | 964 | 27 |
Porto Walter | 408 | 2 |
Rio Branco | 29.035 | 694 |
Rodrigues Alves | 534 | 8 |
Santa Rosa do Purus | 488 | 4 |
Sena Madureira | 4.097 | 35 |
Senador Guiomard | 907 | 22 |
Tarauacá | 4.370 | 20 |
Xapuri | 2.576 | 20 |
Total | 63.378 | 1.140 |