Grupo é condenado a 95 anos por tortura e ainda aguarda 2º julgamento por morte de adolescentes no Acre

Acusados de matar jovens no AC são condenados por expulsar moradores de casas em bairro — Foto: Arquivo/PC-AC

Por Iryá Rodrigues

O trio suspeito de matar três adolescentes que desapareceram após saírem da Expoacre no dia 5 de agosto do ano passado, e que foi condenado, junto com mais um, pelo crime de organização criminosa no dia 20 agosto do ano passado, teve as penas aumentadas.

De acordo com a sentença da 3ª Vara Criminal, eles são acusados de expulsar moradores do bairro Taquari, no Segundo Distrito de Rio Branco, de suas casas e simular a venda dos imóveis. Inicialmente, eles receberam uma pena que somada chegava a mais de 19 anos.

O Ministério Público do Acre (MP-AC) recorreu da sentença e conseguiu que as penas fossem aumentadas para mais de 95 anos, juntas. Com isso, Francimar Conceição foi condenado a 31 anos; Clenilton Araújo a 27 anos e um mês; Luiz Gonzaga a 18 anos e 6 meses; e Amauri Sandro a 18 anos e 7 meses.

O advogado de Clenilton Araújo, Silvano Santiago, disse que assumiu esse outro caso envolvendo seu cliente há pouco tempo e que já entrou com recurso especial em Brasília. A reportagem não conseguiu contato com as defesas dos demais citados.

Suspeitos de matar três adolescentes aparecem em vídeo torturando morador de bairro dois dias após o crime — Foto: Reprodução

Durante as investigações do triplo homicídio, a Polícia Civil teve acesso ao celular de um dos acusados, Clenilton Araújo, onde encontrou um vídeo de tortura com uso de arma de fogo. Depois disso, os investigadores conseguiram apontar o envolvimento dos suspeitos em diversos outros crimes.

Após a confirmação dos outros crimes, Francimar Conceição, Clenilton Araújo e Luiz Gonzaga foram denunciados por participação como liderança em organização criminosa, roubo, ameaça, tortura e pela contravenção penal vias de fato, já que também teriam agredido a mulher da vítima que aparecia no vídeo sendo torturada.

Já Amauri Sandro foi denunciado por participação em organização criminosa, tortura e coação no processo, já que ele teria tentado intimidar outras vítimas para que não prestassem depoimento. Amauri chegou a ser presos suspeito de participação na morte dos adolescentes, mas não virou réu no processo.

Amanda Gomes (esq.), Isabele Lima e Vitor de Lima foram achados mortos no bairro Taquari, em Rio Branco — Foto: Arquivo da família

Julgamento do triplo homicídio

O júri popular do trio suspeito de matar os três adolescentes que desapareceram após saírem da Expoacre chegou a ser marcado para o dia 1º de abril, mas foi suspenso por conta da pandemia do novo coronavírus.

Conforme o advogado Silvano Santiago, ainda não foi marcada uma nova data para ocorrer o julgamento dos três na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

Os adolescentes Vitor Vieira de Lima, de 18 anos, Amanda Gomes, de 14, Isabele Silva Lima, de 13, desapareceram no dia 5 de agosto de 2018 e foram achados mortos no bairro Taquari.

Clenilton Araújo de Souza, Francimar Conceição da Silva e Luiz Gonzaga são acusados de homicídio triplamente qualificado, estupro e ocultação de cadáver.

Souza e Silva foram presos no dia 6 de outubro de 2018 e estão no Presídio Francisco D’Oliveira Conde, em Rio Branco. Já Luiz Gonzaga foi preso no dia 13 de março do ano passado, após meses foragido.

Outros dois homens foram presos suspeitos de participação nos crimes.Amauri Sandro foi preso no dia 31 de outubro de 2018 e Rafael Sidarta Messias, de 18 anos, foi preso no dia 11 de março do ano passado. Eles dois não chegaram a virar réus no processo.

O ciúme teria sido a motivação para a morte dos adolescentes, de acordo com o delegado da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que investigou o caso, Rêmulo Diniz.

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Publicado por
G1

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