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Grávidas podem tomar vacinas contra Covid-19? Especialistas respondem dúvidas

Decisão do Ministério da Saúde de suspender o imunizante da AstraZeneca suscitou dúvidas sobre a segurança das demais vacinas
Camila Neumam, da CNN
Após recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para suspensão imediata da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Oxford em gestantes, o Ministério da Saúde decidiu interromper temporariamente a vacinação de grávidas e puérperas (puerpério é o período que começa no parto e pode se estender por 45 dias ou mais).
Diversos estados acataram a decisão e paralisaram a vacinação desses grupos com o imunizante a partir desta quarta-feira (12). O Ministério da Saúde esclarece que a vacinação prossegue para grávidas e puérperas com comorbidades, com a administração da Coronavac (Sinovac/Instituto Butantan) e da vacina da Pfizer.
Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fantinato, a decisão é temporária e foi feita por “cautela” até que se comprove ou descarte o elo entre mortalidade materna e do feto com a administração da vacina.
No entanto, a decisão suscitou dúvidas sobre a segurança das demais vacinas para grávidas e puérperas. A seguir, os ginecologistas Agnaldo Lopes, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), e Fernanda Pepicelli, membro do Núcleo Brasileiro de Uroginecologia, respondem as principais:
Grávidas e puérperas sem comorbidade também são grupo de risco?
Sim. Um estudo publicado na revista científica da Associação Médica Americana (JAMA) em abril acompanhou mulheres grávidas com diagnóstico de Covid-19 em 18 países. Descobriu que elas tinham maior risco de sofrer efeitos adversos, como pré-eclâmpsia, infecções, internação em unidades de terapia intensiva e morte do que grávidas não infectadas. Bebês nascidos de mães contaminadas com o novo coronavírus também tinham mais chance de nascer de prematuramente e com baixo peso.
A ginecologista e obstetra Fernanda Pepicelli explica que as alterações fisiológicas típicas da gravidez, como diminuição da caixa toráxica por causa do aumento do útero, comprometem a capacidade respiratória das gestantes, principalmente no final da gravidez.
Por isso, é importante evitar que a gestante contraia uma doença, como a Covid-19, sobretudo próximo ao fim da gestação. “Doenças respiratórias no terceiro trimestre tendem a ser mais graves pelas alterações fisiológicas e pelo fato da gestante estar com mais processos inflamatórios vigentes”.
As puérperas se encaixam no mesmo grupo que as grávidas porque dois meses após darem à luz ainda estão sob o efeito das mudanças fisiológicas causadas pela gravidez e, portanto, sob o mesmo risco de sofrerem as consequências da Covid-19.
Todas as gestantes e puérperas podem se vacinar contra a Covid-19 no Brasil?
Não. Apenas as que tenham comorbidade e que se encaixem em outros grupos já prioritários. Para receber a vacina contra a Covid-19, essas mulheres devem comprovar sua condição de risco, por meio de exame e receita médica, orienta o Ministério da Saúde. Se encaixam nestes perfis, mulheres com doenças crônicas ou problemas recorrentes de saúde, como hipertensão, diabetes, hepatites C e B, HIV, obesidade e problemas cardíacos, de tireoide e de circulação sanguínea.
Por que a vacinação é indicada para grávidas e puérperas com comorbidades?
Gestantes com comorbidades correm risco ainda maior por já terem o sistema imunológico mais comprometido. Além de sofrerem todas as alterações fisiológicas da gravidez, as doenças crônicas aumentam a fragilidade do sistema imunológico.
Estudos demostram que grávidas com comorbidades correm mais risco de ser internadas e intubadas por causa da Covid-19. Este estado aumenta a probabilidade de o feto nascer prematuro ou vir a óbito, assim como a gestante.
Os riscos das gestantes são considerados os mesmos nas puérperas pelo fato de elas ainda estarem vivenciando as mudanças fisiológicas da gestação.
A vacinação contra Covid-19 é indicada para grávidas e puérperas sem comorbidades?
Sim, apesar de nenhuma das vacinas disponíveis contra o novo coronavírus no mundo terem sido testadas em grávidas. Por questões éticas, geralmente não se testa medicamentos nem vacinas em gestantes, por haver risco de afetar de forma desconhecida o feto.
Somente depois que se comprovou que as gestantes têm maior risco de desenvolver a forma grave da Covid-19, de ter bebês prematuros e de morrer por complicações da doença, é que se chegou à conclusão de que o benefício da vacina era maior que o risco de contrair o coronavírus na gestação, explicam os médicos.
Com a suspensão da vacina da AstraZeneca, fica indicado para estes grupos a Coronavac e a vacina da Pfizer, ambas disponíveis no Programa Nacional de Imunizações. No entanto, em um contexto de escassez de vacinas, é indicado dar prioridade para grávidas e puérperas com comorbidades.
A vacina contra a Covid-19 pode causar algum dano ao feto?
Pouco provável. Um estudo feito por pesquisadores da Northwestern Medicine, nos Estados Unidos, mostrou que a vacinação não causa danos à placenta (órgão onde o feto cresce e por onde recebe alimento) nem ao feto.
Os autores examinaram placentas de 84 mulheres vacinadas e de 116 não vacinadas que deram à luz em um hospital de Chicago. Além de procurar anormalidades na placenta, a equipe também investigou indícios de fluxo sanguíneo anormal, relatados anteriormente em pacientes grávidas com teste positivo para Covid-19. Não foi observado “nenhum aumento na incidência” de problemas de fluxo sanguíneo, lesões placentárias ou malformações nas grávidas vacinadas.
Grávidas vacinadas contra a Covid-19 produzem e transferem anticorpos para seus bebês durante a gestação?
Provavelmente. O mesmo grupo de pesquisadores da Northwestern Medicine, nos Estados Unidos, descobriu que as mulheres vacinadas no início do terceiro trimestre tiveram uma chance maior de transmitir anticorpos para seus recém-nascidos do que as que foram vacinadas mais perto da data do parto. “Estamos começando a nos mover para uma estrutura de proteção dos fetos por meio da vacinação das mães”, disse a ginecologista Emily Miller, uma das autoras do estudo.
É seguro para as grávidas tomar vacina contra a Covid-19?
Sim. Apesar de nenhuma ter sido testada em gestantes, conclui-se que o risco de contrair o vírus causa mais danos à grávida e ao bebê do que os potenciais riscos da vacinação, explica o ginecologista Agnaldo Lopes.
“Há evidências científicas comprovando que as gestantes têm mais risco de complicações se tiverem Covid-19, sobretudo uma necessidade maior de suporte respiratório, e maior risco de prematuridade”. O ginecologista ressalta que mais de mil gestantes morreram no Brasil de Covid-19, um “número bastante alto”. O que mostra o risco e a necessidade delas se vacinarem, segundo o médico.
Grávidas e puérperas podem tomar a Coronavac e vacina da Pfizer?
Sim. Apesar de não ter sido testada em gestantes, a Coronavac é composta de vírus inativado (morto), que, em tese, traz mais segurança para este grupo, segundo os especialistas. “Vacinas de vírus atenuados não são contraindicadas para gestantes e tradicionalmente são administradas nestes grupos, como a vacina da Influenza”, diz Fernanda.
Estudos com vacinas de RNA mensageiro, como a vacina da Pfizer, já demonstraram que os anticorpos produzidos pelo organismo da mãe são capazes de ultrapassar a placenta e chegar ao feto, o que poderia garantir imunidade contra o coronavírus ao bebê.
Se isso se confirmar, a vacina não somente é segura como eficaz também para a criança, explica Lopes. No entanto, ele diz que são necessários mais estudos para se comprovar este dado. De acordo o ginecologista, não há relatos de efeitos adversos graves entre gestantes e puérperas que tomaram a vacina da Pfizer.
Na categoria de medicamentos e vacinas para gestantes indicados pelo FDA – a agência reguladora dos Estados Unidos – a vacina da AstraZeneca/Oxford tem o padrão C, impróprio para gestantes. A Coronavac e a vacina da Pfizer têm o padrão B, considerado aceitável. O padrão ouro é a letra A, e nenhuma vacina se encaixa nele por não terem sido testadas diretamente nas gestantes, explica Lopes.
Qual momento da gravidez é mais seguro para tomar a vacina?
Não há estudos com estes dados. O importante é garantir a imunização contra a Covid-19 para evitar a doença na gravidez. No entanto, segundo Fernanda, seria interessante tomar a vacina, se possível, até o segundo trimestre para dar tempo de estar imunizada contra o coronavírus até o terceiro trimestre.
Nesta última fase da gestação, o corpo da mulher já está se preparando para o parto, e é importante evitar quaisquer problemas de saúde, sobretudo a Covid-19, que aumenta a chance de um parto prematuro e de insuficiência respiratória da gestante.
A suspensão da vacina da AstraZeneca para gestantes é válida? Por quê?
Neste momento sim. Para os especialistas consultados, até que se prove se a administração da vacina da AstraZeneca/Oxford tem ou não relação com os casos fatais ocorridos no Rio de Janeiro, o mais prudente é suspender o uso.
Estudos feitos com o imunizante demonstraram a incidência de casos de trombose após o uso, embora bastante raros. Como as gestantes já têm mais predisposição do que outras pessoas a desenvolver problemas circulatórios, a vacina poderia ser um fator de maior risco para trombose. Mas essa hipótese ainda não foi confirmada.
Grávidas têm mais risco de desenvolver trombose por causa das vacinas contra a Covid-19?
Não há dados que comprovem essa tese. Por questões fisiológicas da gestação, grávidas têm mais risco de desenvolver trombose, mas não há comprovação que qualquer vacina contra Covid-19 aumente este risco. Os sintomas indicativos de trombose são: inchaço nas pernas, dificuldade para respirar, dor no peito e visão embaçada. Ao sentir algum desses sintomas, é necessário procurar ajuda médica.
As gestantes que já tomaram a primeira dose da AstraZeneca devem se preocupar?
Não. Os relatos de efeitos adversos graves são muito raros. O importante é ficar atenta a sintomas diferentes do habitual e fora do contexto da gravidez, como falta de ar, febre, e dor de cabeça. Se isso acontecer, avise o obstetra.
É importante o obstetra observar com mais regularidade o estado de saúde da gestante, especialmente se estiver no fim da gravidez. Não há necessidade de procurar outros especialistas. Sobre a segunda dose, o correto é aguardar o posicionamento do Ministério da Saúde.
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Cinco pessoas morrem em acidente de carro em Goiás; três eram PMs
Acidente aconteceu no município de Firminópolis (GO), na tarde desta quarta-feira (25)

Grave acidente envolveu dois veículos • Reprodução/Corpo de Bombeiros Militar de Goiás
Três policiais militares estão entre as cinco vítimas de um grave acidente, nesta quinta-feira (25), na GO-164, altura do km 397, no município de Firminópolis, Goiás. Os agentes estavam de folga no momento do acidente.
Segundo o CBMGO (Corpo de Bombeiros Militar de Goiás), dois veículos tiveram uma colisão frontal entre um automóvel de passeio e uma caminhonete, as vítimas do acidente ficaram presas nas ferragens. No carro de passeio estavam quatro pessoas, todas com ferimentos graves.
As mortes foram confirmadas no local pelo médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Na caminhonete, duas vítimas foram socorridas pelo Samu e encaminhadas para atendimento hospitalar, sendo posteriormente confirmado um óbito na unidade de saúde.
O Governo de Goiás confirmou a identidade dos três PMs que morreram:
- Robson Luiz Fortuna Filho – 31 anos;
- Renato da Silva Duarte – 32 anos;
- João Paulo Marim Guimarães – 32 anos.

Soldado Robson Luiz Fortuna Filho • Reprodução/Polícia Militar

Soldado Renato da Silva Duarte • Reprodução/Polícia Militar

Soldado João Paulo Marim Guimarães • Reprodução/Polícia Militar
O Governador Ronaldo Caiado também lamentou a morte dos agentes e das outras duas vítimas.
“Neste momento de dor, manifesto minha solidariedade a todos os familiares, amigos e irmãos de farda, estendendo também minhas condolências às famílias das outras vítimas atingidas por esse acidente”, escreveu Caiado.
As equipes do CBMGO atuaram no desencarceramento das vítimas, retirando os corpos das ferragens e encaminhando ao IML (Instituto Médico-Legal).
A PMR (Polícia Militar Rodoviária) assumiu a ocorrência, ficando responsável pelo controle do tráfego e pela adoção dos procedimentos legais necessários.
Fonte: CNN
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“Saidinha”: detento é preso por tentar estuprar idosa de 89 anos
Detento beneficiado com saída temporária invadiu casa de idosos, tentou estuprar mulher de 89 anos e brigou com homem de 90 em Lorena
Um homem de 43 anos foi preso em flagrante suspeito de invadir a casa e tentar estuprar uma das vítimas, uma idosa de 89 anos, na madrugada desta quinta-feira (25/12), no bairro Vila Nunes, em Lorena, no interior de São Paulo.
De acordo com o boletim de ocorrência, o infrator, que é um detento que estava em saída temporária, entrou, por volta das 2h30 na casa de um casal de idosos exigindo dinheiro das vítimas.
Ao tentar abusar sexualmente da mulher, o casal resistiu, entrando em luta corporal com o marido da idosa, de 90 anos, que afastou o bandido com golpes de muleta.
O suspeito acertou a mão do homem com uma tesoura e fugiu do local.
A Polícia Militar foi acionada e as vítimas foram levadas ao pronto-socorro.
Em buscas pelo região, o homem foi localizado e encaminhado à Delegacia de Lorena, onde permanece à disposição da Justiça.
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Dono de churrascaria mata borracheiro por causa de “música de louvor”
A troca de palavras rapidamente se transformou em agressão física. Durante o confronto, o suspeito sacou uma faca e desferiu vários golpes
Um desentendimento motivado pelo volume de músicas de louvor terminou de forma trágica na manhã do Dia de Natal, na zona leste de Manaus. O borracheiro Sidney da Silva Pereira, de 31 anos, foi morto a facadas após uma briga com um vizinho, supostamente incomodado com canções religiosas tocadas no local de trabalho da vítima.
Segundo testemunhas, Sidney estava em sua borracharia, no bairro Cidade Nova, por volta das 6h30, ouvindo músicas de louvor cristão em uma caixa de som. Irritado com o volume e com o conteúdo religioso das canções, o vizinho — identificado como dono de uma churrascaria da região e conhecido como “Gaúcho” — teria iniciado uma discussão, fazendo ofensas direcionadas à música e à prática religiosa da vítima.
A troca de palavras rapidamente se transformou em agressão física. Durante o confronto, o suspeito sacou uma faca e desferiu vários golpes contra o borracheiro. Gravemente ferido, Sidney foi socorrido e encaminhado ao Hospital e Pronto-Socorro Dr. Aristóteles Platão Bezerra de Araújo, onde ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Discussão e morte
Apesar do atendimento médico, Sidney não resistiu aos ferimentos e morreu no fim da tarde da quinta-feira (25), aumentando a comoção entre familiares, amigos e moradores da região.
De acordo com a Polícia Civil do Amazonas, a ocorrência foi registrada inicialmente como tentativa de homicídio. Após a confirmação da morte, o caso passou a ser investigado como homicídio consumado, tendo como causa o óbito por ferimentos provocados por arma branca.
O crime está sendo investigado pelo 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP). O principal suspeito ainda não foi localizado. A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) pode assumir o inquérito para aprofundar as investigações, principalmente sobre a motivação ligada à intolerância e ao desentendimento causado pela música de louvor.
A polícia pede que qualquer informação que ajude a localizar o suspeito seja repassada de forma anônima pelo disque-denúncia 181.

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