Acre

Governo recomenda precaução a acreanos que pretendem ingressar no Peru e na Bolívia

Por Raimari Cardoso

Com o agravamento da crise política no Peru e informações de que pelo menos 17 pessoas foram mortas em confrontos com a polícia no sul do país andino durante esta última segunda-feira (9), o governo do estado, por meio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), emitiu uma recomendação para que cidadãos acreanos que pretendem ingressar no território vizinho adotem determinados cuidados.

De acordo com informações apuradas pelo ac24horas, o coronel Glayson Dantas, coordenador do Gabinete de Gestão Integrada e Fronteiras da Sejusp, afirma que não é recomendado que a partir de Porto Maldonado, até onde a situação é considerada tranquila, se viaje de carro com destino às cidades de Cusco e Puno, regiões onde ocorrem os confrontos entre manifestantes pró-Castillo, o ex-presidente destituído e preso por tentar aplicar um golpe de estado.

Segundo o militar acreano, a região onde ocorrem os confrontos é muito crítica e, conforme informações repassadas ao governo acreano por autoridades peruanas, os brasileiros em deslocamento terrestre têm que ter muito cuidado, pois o ambiente não está seguro. O gabinete de direitos humanos do país afirmou que esta segunda-feira é o dia mais mortal até o momento dos protestos exigindo eleições antecipadas e a libertação de Castillo.

A orientação para as pessoas que ingressarem no território peruano é de que até Porto Maldonado, onde há o aeroporto, a situação está segura e controlada, mas que a partir dali, quem vai para Cusco ou Puno deve utilizar o modal aéreo. “De carro não é recomendado por conta dos protestos”, diz Glayson Dantas, que lembrou também que a situação é instável na Bolívia, com a previsão de protestos também na região de fronteira com o Acre.

Os bolivianos protestam contra a prisão de Luís Fernando Camacho, governador do departamento de Santa Cruz, o estado mais rico da Bolívia, que foi preso nesta quarta-feira pela polícia nacional no âmbito do processo em que é investigado por sua participação no movimento que levou à queda do presidente Evo Morales, em novembro de 2019. Camacho é ferrenho opositor do presidente boliviano Luis Arce, que foi ministro da Economia de Morales.

Esta segunda-feira, 10 de janeiro, foi declarado o “Dia do Protesto Nacional” pela população cívica do país. Pelo menos nove departamentos tiveram manifestações contra o governo nacional exigindo a libertação dos presos políticos e o respeito pela democracia. Há a previsão de que nesta quarta-feira (11) ocorram manifestações populares na região de Pando, que faz fronteira com as cidades acreanas de Brasiléia e Epitaciolândia.

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ac24 Horas