Órgãos ambientais do Acre têm orçamentos ‘desidratados’ para 2026 enquanto Agricultura é turbinada com R$ 11 milhões a mais. Foto: captada
Em contraste com seu discurso público sobre desenvolvimento sustentável, o governador Gladson Cameli (PP) encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei orçamentária para 2026 que reduz significativamente os recursos para a área ambiental enquanto amplia os investimentos na agricultura. Os dados foram revelados após análise do Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA), enviado ao legislativo no final de setembro.
SEMA: redução de 29% (de R$ 23,4 milhões para R$ 16,7 milhões)
IMAC: corte de 19% (de R$ 8,2 milhões para R$ 6,7 milhões)
Agricultura: aumento de 11% (de R$ 103,6 milhões para R$ 114,9 milhões)
A divergência entre o discurso e a alocação de recursos ficou evidente durante participação do governador em evento realizado pelos jornais Valor Econômico, O Globo e Rádio CBN, onde Cameli afirmou que “não precisa tirar uma árvore para fortalecer o agronegócio” com as tecnologias disponíveis.
Os números revelam uma priorização orçamentária para o setor agrícola em detrimento das políticas ambientais, levantando questionamentos sobre a efetividade da conciliação entre produção e conservação na prática administrativa do governo. O projeto ainda será analisado pelos deputados estaduais.