Gladson diz que se Bocalom vencer estará à disposição dele e promete reforma no governo

“Eu não apoiei a Socorro Neri por birra. Apoiei por entender que ela dava conta de administrar Rio Branco”.

Gina Menezes, da Folha do Acre/Foto: Diego Gurgel/Ascom

O jornal online Folha do Acre entrevistou, na tarde de ontem quarta-feira (25), o governador do Acre, Gladson Cameli, que afirmou que se Bocalom ganhar a eleição no outro dia ligará para o novo prefeito se colocando à disposição, que se arrepende da briga com uma mulher desconhecida em Mâncio Lima no primeiro turno das eleições e que passado o processo eleitoral irá fazer uma grande reforma administrativa.

Veja a entrevista na íntegra:

Folha do Acre – Que avaliação o senhor faz das eleições 2020, com os resultados fechados nos 21 municípios?

Gladson Cameli – Foram positivas. Creio que dá para ter parcerias com todos os prefeitos, independente das cores partidárias. Vou governar para todos, mas acho que alguns não entendem isso. Tudo que as pessoas querem é que nós políticos trabalhemos, mostremos resultados. É por isso que eu fico na minha ansiedade de tentar o quanto antes apressar nossas obras para gerar emprego e melhorar a vida das pessoas.

Folha do Acre – Obras é realmente uma das perguntas. O senhor sempre fala em obras estruturantes. O que o povo do Acre pode esperar com relação a este assunto para os próximos tempos?

Gladson – Eu achava no início da gestão, quando eu virei governador, que o meu maior desafio seria conseguir recursos e não foi. A maior dificuldade que estamos enfrentando é fazer rodar essas grandes obras. Estou falando de um montante de mais de R$ 2 bilhões de reais para a infraestrutura, mas temos dificuldades. Eu tenho pressa que isto dê certo, pois é o meio mais fácil que eu tenho para gerar emprego e renda.

Folha do Acre – Então as dificuldades são na elaboração de projetos?

Gladson – Sim. Temos dificuldade com elaboração de projetos, execução. Sem contar que a burocracia do sistema público trava o gestor, por isso que defendo as grandes reformas. Precisamos diminuir a burocracia, aumentar a transparência cada vez mais e ganhar tempo. Meu gargalo é tempo por causa da burocracia.

Folha do Acre – De obras, quais as mais importantes que o senhor tem para executar?

Gladson – Vou anunciar nos próximos dias a restauração das rodovias de Mâncio Lima, Cruzeiro do Sul, aeroporto, Porto Acre, centurão verde, anel viário, ponte do 15.

Folha do Acre – O senhor não esteve na campanha de Leila Galão (MDB) em Brasiléia e o senhor é amigo pessoal da prefeita Fernanda Hassem (PT). Foi por esse motivo que o senhor não foi para a campanha.

Gladson – Não. Sinceramente não. Primeiro temos que lembrar que eu governo um estado no meio da pandemia, com várias coisas para serem resolvidas, mas mesmo assim eu gravei um vídeo para a campanha. Para falar a verdade com relação à campanha minha vontade era ficar 100% fora, mas minha prioridade sempre foi Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

Folha do Acre – Em Cruzeiro do Sul o seu grupo derrotou o grupo do prefeito Vagner Sales. O que isso significou para o senhor?

Gladson – Significou que o voto do eleitor não tem dono. Ninguém manda no voto de ninguém. Voto deve ser conquistado e a população está muito atenta a tudo que tem acontecido.

Folha do Acre – Por falar em muito atento a tudo me faz pensar que a gente vive uma espécie de BBB onde tudo é registrado, filmado. O que acha disso?

Gladson – é um grande erro.

Folha do Acre – Com relação aquela discussão em Mâncio Lima com aquela mulher foi um Gladson cidadão ou o governador?

Gladson – Foi um erro meu. Eu sou um cidadão, eu me estresso. Ela usou um adjetivo e depois virou as costas, mas respeito a situação dela, mas eu já pedi desculpas. No dia da eleição lá em Cruzeiro do Sul eu pedi desculpas a ele. Ela é uma mulher e merece meu respeito.

Folha do Acre – O senhor poderia ter chamado a segurança ao invés de ter discutido com ela, por que não o fez?

Gladson – Não. Aí não sei se está certo ou errado, mas isso aqui tudo passa. Quatro anos voa, mas eu não faço tudo pelo poder e nem uso o poder. Todo mundo tem direito a externar sua opinião, mas é preciso respeitar os outros e o que ela pensa.

Folha do Acre – Qual a parte mais difícil de ser governador?

Gladson – As pessoas. Lidar com o ego das pessoas é muito difícil.

Folha do Acre – Hoje tem vários aliados seus em grupo opostos. O que o senhor acha disso?

Gladson – Todos são maior de idade e sabem o que fazem, mas minha prioridade continua sendo a população. Não digo que não houve erro, não houve excesso, teve sim da minha parte, mas sempre prezei para cumprir com minha missão de governar.

Folha do Acre – O senhor se arrepende de ter entrado na campanha de Socorro Neri?

Gladson – Não. De jeito nenhum. Eu não apoiei a Socorro Neri por birra. Apoiei por entender que ela dava conta de administrar Rio Branco.

Folha do Acre – Com relação à indicação do Ribamar Trindade para o TCE, ele ainda não foi empossado. Há uma queda de braço entre Executivo e a corte de contas?

Gladson – Eu não falo queda de braço. Acho que há interpretações diferentes da Constituição. Cada um interpreta como lhe é conveniente. Eu cumpri com todo o rito que o TCE me mandou com relação à indicação da dona Maria de Jesus, fiz o que tinha que ser feito. Se houve um erro não adianta culpar o governador.

Folha do Acre – Quem será seu próximo chefe da Casa Civil?

Gladson – Vou fazer umas reformas nos próximos meses. Depois da eleição eu vou ver onde tenho que melhorar.

Folha do Acre – Se o candidato Tião Bocalom ganhar a eleição no próximo dia 29, qual será sua atitude?

Gladson – Ligo para ele no dia seguinte parabenizando e me colocando à disposição. Nossa prioridade é trabalhar pela população.

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folha do acre

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