O governador tem até o início de abril para ficar no cargo, caso dispute o Senado ou não seja afastado até a data, em virtude do processo. O restante do mandato será tocado pela vice Mailza Assis, também do Progressistas. Foto: assessoria
Em entrevista a um programa online em Cruzeiro do Sul na última quinta-feira (2), antes de seguir para Assis Brasil, o governador do Acre Gladson Cameli (Progressistas) confirmou sua candidatura ao Senado Federal em 2026 e enviou uma mensagem contundente a adversários políticos:
“Vão ter que me engolir ano que vem”.
Ao ser questionado sobre o processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em que responde por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, Cameli minimizou as acusações:
“Ainda não fui condenado. Se o STJ me condenar, esquecem que eu tenho aí não sei quantos milhões de recursos que eu posso entrar no STF”. Ele ainda criticou o que chamou de “meia dúzia, paga não sei por quem, ficar inventando mentira” sobre um possível afastamento.
E continua: “Ainda não fui condenado. Se o STJ me condenar, eu posso entrar no STF”.
A fala, proferida durante entrevista em Cruzeiro do Sul, reforça sua disposição de concorrer ao Senado Federal em 2026 e coloca a decisão sob a legitimidade do voto popular: “a população vai ter o direito de escolher se quer ou não quer”.
Enquadrar as críticas como campanhas de mentiras patrocinadas
Transferir para o eleitorado a responsabilidade pela decisão política
Reafirmar confiança no sistema de Justiça, ainda que admitindo recorrer ao STF se condenado no STJ
O discurso acirra o tom da disputa política no estado e sinaliza que o governador não abrirá mão da candidatura independentemente das pressões judiciais ou oposicionistas.
De acordo com a legislação eleitoral, Cameli poderá permanecer no cargo até o início de abril de 2026. Caso confirme a candidatura ou não seja afastado judicialmente até lá, a vice-governadora Mailza Assis (Progressistas) assumirá o restante do mandato. A declaração do governador acirra o clima político no estado a menos de dois anos das eleições.