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Cotidiano

Gabinete de Gestão Integrada é criado para combater crimes na fronteira do Acre com a Bolívia

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Sejusp informou que esse é o 1º Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira com participação de autoridades estrangeiras. Agentes da Segurança Pública do Acre e da Bolívia se reuniram em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para debater ações.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) e o governo da Bolívia, país vizinho, criaram um Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira para combater os crimes transfronteiriços. Esse é o 1º gabinete criado com a participação de autoridades estrangeiras para combater a criminalidade na fronteira.

No final de março e início de abril, os embates entre os grupos criminosos se intensificaram na fronteira do Brasil com a Bolívia.

O motivo para os novos enfrentamentos entre os grupos criminosos foi a morte de um traficante, chefe de uma facção no país boliviano. A ordem para o assassinato partiu de dentro do presídio da cidade boliviana de Riberalta e, após o crime, vários ataques foram registrados tanto no país vizinho quanto nas cidades acreanas que estão na fronteira.

No Acre, a região do Alto Acre foi a que mais teve registro de crimes violentos desde então. Contudo, em outras cidades também foi percebido o aumento da criminalidade, como em Senador Guiomard, Sena Madureira, Bujari e a própria capital, Rio Branco.

Nessa quarta-feira (20), o secretário de Segurança Pública, coronel Paulo Cézar, acompanhado do diretor de Operações da Sejusp, coronel Ulysses Araújo, se reuniu, em Santa Cruz de la Sierra, com as autoridades bolivianas para debater medidas de segurança na fronteira.

Ele explicou que já existe um gabinete de gestão de fronteira composto pelos estados brasileiros com fronteira. Contudo, ainda não existia um gabinete de gestão com países do exterior.

“Foi sugerido nessa reunião que, a partir de agora, temos um colegiado, que é integrado pelo vice-ministro de Segurança Pública da Bolívia, com o diretor operacional do Segurança Pública Acre, com todos os gestores que atuam na fronteira com a Bolívia e vão decidir as operações a serem realizadas e avaliarão as proposições da carta”, destacou.

Carta de Intenções

 

No encontro, os gestores também redigiram a Carta de Intenções, elaborada ano passado, que delibera sobre ações voltadas para a prevenção e combate dos crimes entre o Acre e a Bolívia. O documento aponta sete medidas de combate, entre elas:

  • Patrulhamento policial conjunto na região de fronteira;
  • Criação de redes de resposta e ações policiais imediatas;
  • Estabelecimento de oficiais de ligação, pessoal de contato;
  • Troca de informações entre a polícia boliviana e a polícia brasileira;
  • Programação de reuniões periódicas para evolução das ações realizadas;
  • Intercâmbio de informações entre instituições de controle de imigração, antecedentes criminais, sistema prisional e polícia;
  • Realização da 2ª reunião de Segurança Cidadã da região Fronteiriça Bolívia-Brasil, no mês de maio do atual governo.

 

“Caberá a esse comitê se reunir todo mês e avaliar o que foi feito e definir as novas ações a serem realizadas. É o gabinete do país nesse sentido, é um avanço porque temos reuniões sazonais, que não têm uma rotina definida nem tampouco os compromissos são meramente políticos. No momento em que você cria um comitê, os compromissos deixam de ser políticos e são convertidos em um plano de ação, que passa a ser conjunto”, explicou.

O coronel destacou que as decisões desse plano de ações serão tomadas pelas autoridades dos dois países. “A carta do ano passado atingia os estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Fizemos aqui porque fomos o primeiro estado a procurar a Bolívia para buscar parceria. Não tem controle de fronteira, o Exército não realiza esse controle, nem a Polícia Federal, porque é muita extensa e precisamos de parceria”, complementou.

Participaram também da reunião o comandante-geral da Polícia Boliviana, general Jhonny Máximo Aguilera; o vice-ministro da Segurança Cidadã da Bolívia, Roberto Ignacio Rios, o comandante do Departamento de Polícia de Santa Cruz de la Sierra, coronel Erik Henrique Holguim, o comandante do Departamento de Polícia de Pando, coronel Edwin Pérez Mendieta, a diretora-geral da Luta contra o Tráfico (Bolívia), Carola Arraya Borges.

Redução nas mortes violentas

 

Desde 2020, os casos de homicídios vinha apresentando redução no estado acreano. Em 2021, o Acre foi o estado com a maior queda no número de mortes violentas, comparando com 2020, segundo apontou o Monitor da Violência, índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base em dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Na época, as autoridades atribuíram essa queda a alguns fatores como:

  • Integração das forças de segurança do estado, com a criação da força-tarefa;
  • Intensificação de operações;
  • Retomada dos presídios;
  • Descapitalização dos grupos criminosos;
  • Estabilização de territórios das facções criminosas.

 

Essas intervenções dos últimos anos também se somam a medidas já tomadas desde 2015, quando o poder público assumiu de forma oficial que o estado estava lidando com organizações criminosas.

Estabelecimento das organizações criminosas

 

Apesar de todos os indícios apontarem para o fortalecimento do crime organizado no Acre, o estado apenas assumiu a existência das facções no final de 2015, quando ataques contra o poder público ficaram evidentes. Foi deixada uma lacuna de três anos para que esses grupos ganhassem força – o que permitiu, inclusive, a criação de uma facção no estado, que surgiu dentro dos presídios.

Em meados de 2016, houve uma intensificação da guerra de facções com o racha entre Comando Vermelho e PCC, criando um ambiente de tensão nos presídios e promovendo confrontos em diversos estados.

A Segurança Pública então passou a traçar estratégia para retomar o poder dentro dos presídios – uma dessas medidas foi a criação do RDD, por exemplo.

Passado esse período mais crítico, as autoridades focaram na integração das forças e nos incentivos aos núcleos de inteligência nas diversas polícias. Aliado a isso, há um reforço importante do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Acre, que passou a criar um forte trabalho de tabulação de dados nos últimos cinco anos para estudar medidas e antecipar ações.

Em todos os poderes, o estado aparelhou e usou núcleos que vão desde a inteligência até o trabalho ostensivo, de acordo com o promotor.

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“UAP reafirma aumento de 134% nas tarifas de diplomas para estrangeiros e impacta acreanos em busca de formação na Bolívia”

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“Reajuste, justificado pela desvalorização do peso boliviano, eleva custo de diploma de licenciatura de R$ 10 mil para R$ 24 mil. Especialistas questionam transparência e impacto sobre estudantes.”

A Dra. Suárez afirmou que o ajuste visa “equilibrar os custos administrativos” diante da alta do dólar e da desvalorização da moeda local. Foto: captada 

A Universidade Amazônica de Pando (UAP), na Bolívia, reafirmou em entrevista o reajuste drástico nas tarifas para emissão de diplomas a estudantes estrangeiros, com aumentos que chegam a 133,8% em alguns casos. A justificativa da instituição, liderada pela diretora de Informação Acadêmica, Dra. Guillermina Suárez, é a desvalorização do peso boliviano frente ao real brasileiro. No entanto, o impacto financeiro sobre alunos, especialmente brasileiros que buscam formação técnica ou superior no país, levanta questionamentos sobre transparência e critérios usados nos cálculos.

Os números do polêmico reajuste:
  • Técnico Superior: Aumento de 4% (de Bs 3.845 para Bs 4.000).

  • Licenciatura: Salto de 133,8% (de Bs 14.115 para Bs 33.000).

Segundo Guillermina Suárez, diretora de Informação Acadêmica da UAP, o ajuste visa “equilibrar o valor do procedimento em função da taxa de câmbio atual”. No entanto, fontes internas da universidade afirmam que o cálculo não foi transparente e que brasileiros estão sendo desproporcionalmente afetados.

“Paguei Bs 14.115 pelo meu diploma em 2023. Se formasse hoje, teria que desembolsar Bs 33.000 – quase R$ 24 mil na cotação atual. É um abuso”, denuncia R.S., formando em medicina que preferiu não se identificar.

Em valores convertidos para o real (considerando câmbio aproximado), o custo de um diploma de licenciatura pulou de cerca de R$ 10 mil para R$ 24 mil. Foto: captada

Justificativa da UAP e questionamentos

A Dra. Suárez afirmou ainda que o ajuste visa “equilibrar os custos administrativos” diante da alta do dólar e da desvalorização da moeda local. No entanto, especialistas em educação internacional apontam que:

  1. Não há clareza sobre como a taxa de câmbio justifica um aumento tão desigual entre cursos.

  2. A sustentabilidade institucional não deveria recair majoritariamente sobre estudantes estrangeiros, que já pagam valores diferenciados.

  3. O timing da mudança coincide com um aumento no fluxo de brasileiros buscando diplomas na Bolívia – o que sugere possível oportunismo financeiro.

Em valores convertidos para o real (considerando câmbio aproximado), o custo de um diploma de licenciatura pulou de cerca de R$ 10 mil para R$ 24 mil – um valor que, para muitos estudantes, pode significar o abandono do sonho da formatura.

Veja vídeo entrevista com TV Unitel/Pando:

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“Homem bêbado e armado com terçado interrompe serviço público em ramal de Cruzeiro do Sul”

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Jocimar Oliveira, 48 anos, foi preso após ameaçar operador de máquina e moradores; PM o encontrou embriagado e sem camisa durante ação no Ramal Sacado da Brasília

Homem é preso por ameaçar operário e perturbar paz em ramal vicinal de Cruzeiro do Sul. Foto: ilustrativa

Um homem de 48 anos foi preso na tarde desta segunda-feira (9) no Ramal Sacado da Brasília, em Cruzeiro do Sul, após ameaçar um operador de máquina e perturbar a ordem pública. Identificado como Jocimar Oliveira (J.O.), ele foi detido pela Polícia Militar enquanto, embriagado e armado com um terçado, tentava impedir os serviços de recuperação da via.

Ameaças interrompem trabalho comunitário

De acordo com relatos de moradores, J.O. costuma ficar agressivo após consumir álcool. Desta vez, ele ameaçou o motorista de uma retroescavadeira que realizava a manutenção do ramal, atitude que levou a comunidade a acionar a PM.

— Ele estava sem camisa, descalço e claramente bêbado, balançando o terçado e xingando todo mundo — contou uma testemunha.

Prisão em flagrante

Ao chegar ao local, os policiais encontraram Jocimar em visível estado de alteração psicomotora, com o terçado ainda em mãos. Ele foi detido imediatamente e levado para a delegacia, onde responderá por ameaça, perturbação da ordem pública e resistência (caso tenha se oposto à prisão).

Histórico de comportamento violento

Moradores afirmam que o acusado já tem um passado de brigas e ameaças quando está sob efeito de álcool. Desta vez, no entanto, seu comportamento atrapalhou um serviço essencial para a comunidade, que aguardava a recuperação da estrada.

A PM reforçou que ações como essa serão reprimidas para garantir a segurança de trabalhadores e moradores em áreas rurais e vicinais. O caso segue sob investigação, e J.O. deve ser indiciado ainda nesta semana.

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“Líder de facção é preso por mandar matar ex-marido de companheira em Rio Branco”

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Roney da Silva Ponce, o “Menor”, foi capturado após 4 anos foragido; ele ordenou execução de homem que agrediu ex-esposa em 2019 e cumpria pena de 24 anos

A 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco havia expedido o mandado de prisão, que foi cumprido sem resistência. Foto: captada 

Foragido há quatro anos, Roney da Silva Ponce foi capturado no ramal do Brás e responderá por homicídio qualificado; crime ocorreu após vítima agredir ex-companheira.

Em operação realizada na manhã desta terça-feira (10), a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu Roney da Silva Ponce, 41 anos, conhecido como “Menor”, no ramal do Brás, no bairro Belo Jardim 2, em Rio Branco. O foragido da Justiça era procurado desde que foi condenado a 24 anos e 6 meses de prisão por mandar executar Mateus Souza Araújo, 27 anos, em julho de 2019.

O crime que motivou a condenação

De acordo com as investigações, Mateus teria invadido a casa da ex-esposa para agredi-la. Testemunhas relataram que Roney, identificado como líder de uma facção criminosa, ordenou o assassinato como retaliação. A vítima foi executada a tiros dentro da residência da ex-companheira, na rua Tancredo Neves, no mesmo bairro onde o mandante foi preso hoje.

Prisão após anos foragido

A 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco havia expedido o mandado de prisão, que foi cumprido sem resistência. Após a captura, “Menor” foi levado para a Delegacia Central de Flagrantes (DEFLA) e, em seguida, será transferido para o Complexo Prisional Dr. Francisco de Oliveira Conde, onde começará a cumprir a pena.

Operação reforça combate ao crime organizado

A prisão de Roney representa um duro golpe na estrutura da facção que ele comandava. A DHPPdestacou que a ação faz parte de uma estratégia contínua para prender foragidos envolvidos em crimes violentos na capital acreana.

A Polícia Civil não descarta novas prisões de integrantes da organização criminosa ligada ao caso.

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