Em um desabafo na web, uma funcionária pública de 45 anos relata ter sido estuprada e agredida por um adolescente de 13 anos no município de Feijó, no interior do Acre. Por meio de uma rede social, ela relatou o caso e cobrou uma resposta das autoridades nessa segunda-feira (28).
Por meio da postagem, a mulher contou que estava em uma colônia de propriedade dela e do marido, na zona rural do município, no dia 31 de agosto. Ele precisou ir à cidade para comprar mantimentos e ela ficou em casa dormindo, pois havia tomado remédios.
Nesse dia, por volta de 14h30, o adolescente invadiu o quarto, subiu na mulher, que tentou se defender, foi agredida com um soco e acabou desmaiando. Ela conta que foi acordada pelo marido, que a encontrou desacordada, com a marca de um soco no olho, e com um controle de TV introduzido em seu órgão genital.
Ainda na publicação, ela ressalta que jamais imaginou que seria vítima de violência em um local onde costumava se sentir segura e amada.
Dois dias depois, o caso foi denunciado à delegacia de Polícia Civil do município, e a Polícia Militar está em busca do suspeito.
A produção da Rede Amazônica Acre entrou em contato com a vítima, que relatou indignação com a violência que sofreu. O objetivo dela com a postagem é de que este tipo de crime seja discutido e que o caso não seja esquecido.
“Estou tentando ser forte pelos meus filhos”, disse.
Segundo a mulher, ela reconheceu o criminoso, que é filho do caseiro da propriedade de seu cunhado, vizinha à dela. Ela desconfia que o rapaz tenha ouvido o barulho da moto de seu marido quando ele deixou a propriedade, e decidiu atacá-la.
“Quem mora em colônia tem o ouvido mais aflorado. Depois que aconteceu tudo, nós percebemos que ele escutou o barulho da moto chegando de longe, porque da nossa colônia pra colônia do meu cunhado, que é onde eles residem, é no máximo 20 minutos. E em outras situações, eu percebi ele me olhando tomando banho”, disse.
A vítima lembra que o rapaz era do convívio da família, e que até costumava estar com eles quando tomavam banho no Igarapé Diabinho, que passa pela propriedade do cunhado. Nessas oportunidades ela notou olhares do jovem.
Ela não esperava a repercussão do relato via rede social, que viralizou e recebeu diversos comentários. Agora, a vítima espera uma punição para o suspeito e tenta se reerguer.
A mulher, que tem quatro filhos, também relatou que, após o caso, a explicação que contou a eles foi de que havia sofrido uma queda. Os filhos ficaram na cidade naquele fim de semana, e ela mandou uma foto dos hematomas causados pela suposta queda.
No dia seguinte ao caso, um domingo, ela voltou para casa, e os filhos não acreditaram na justificativa. Foi então que o marido decidiu contar o que realmente havia acontecido.
O delegado Marcílio Laurentino, coordenador da Delegacia de Feijó, informou que o caso foi registrado na unidade e que todos os procedimentos foram feitos. O processo corre em segredo de Justiça.
Laurentino também informou que o Ministério Público também recebeu a denúncia feita pela vítima. Ele não informou se já foi emitido pedido de apreensão do menor suspeito, por conta do sigilo do caso.
“Agora é segredo de justiça, a gente não pode informar. Foi para o Ministério Público, o Ministério Público já deu o parecer e está com o Poder Judiciário para tomar uma decisão. A parte da Polícia Civil foi toda feita dentro do prazo”, disse.