Feriado do dia evangélico não é lembrado por pastores e nem pelos políticos do Acre

Da redação, com Jairo Carioca

Hoje é feriado em homenagem ao dia do Evangélico, mas se sairmos pelas ruas perguntando o que se comemora a resposta é igual: “não sei, acho que algo sobre a revolução”, disse o editor Savio Souza.

Nem parece que a capital com maior proporção de evangélicos em termos percentuais é Rio Branco, capital do Acre. Totalizando 39,54% da população o número de evangélicos na cidade quase se iguala ao número de católicos (40,44%), que é a religião com maior representatividade no país (64,6% da população).

Comemorado desde 2004, a lei é de autoria do deputado Helder Paiva. Mas a cada ano a data parece ficar mais esquecida. O senador Jorge Viana, por exemplo, que sancionou a homenagem, até a manhã desta sexta-feira (24) não escreveu nada sobre o dia do evangélico. Em sua página oficial de facebook, o petista falou sobre dois eventos fantásticos que ele participou ontem: a cidade cenográfica que virou museu e a assinatura das obras do centro comercial para pequenos comerciantes e camelôs de Rio Branco.

As Igrejas no Acre também não divulgaram nenhuma programação especial alusiva ao dia do Evangélico. O site oficial da Assembleia de Deus em Rio Branco – que tem o maior número de evangélicos na capital – convida para o aniversário de 71 anos da Igreja.

O Acre não é o único estado a prestigiar os protestantes, mas cada unidade federativa adotou uma data. No Distrito Federal, a data é comemorada no dia 30 de novembro. No planalto central, o presidente da Catedral Presbiteriana, Reverendo Guilhermino Cunha, criticou a iniciativa.

“A República nasceu laica e precisa continuar laico. Defendo a separação entre Igreja e Estado para que haja democracia”. Sua opinião encontrou eco em Rio Branco. Para o Pastor Valmir Vieira, “dia do evangélico é todo dia, quando damos testemunho de uma vida cristã e bonita. Se existe um dia do evangélico, será preciso haver um para os católicos, para os espíritas”.

Com relação ao crescimento dos evangélicos, o pastor e teólogo Paulo Machado afirmou que é um processo natural que ocorreu dentro da expectativa do homem pós-moderno. “Estamos numa fase diferente em que a humanidade tem outro anseio”, comentou.

Outro destaque citado é a adaptação da Igreja Evangélica ao movimento neopetencostal que procurou se adaptar às necessidades do homem moderno. Para o pastor, o movimento tradicional conservador buscou adaptar a sociedade aos dogmas da Igreja, “e não a Igreja aos conceitos sociais”.

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Publicado por
Alexandre Lima