Os pesquisadores afirmam que as mortes ocorreram nas camadas populacionais em situação de maior vulnerabilidade. Foto: captada
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) intitulado “Fronteiras do Brasil – Impacto da covid-19 na fronteira terrestre” revelou que as cidades acreanas de Acrelândia, Capixaba e Plácido de Castro apresentaram coeficientes extremamente elevados de casos e óbitos por COVID-19 durante a pandemia. A pesquisa destaca que as mortes atingiram principalmente populações em situação de vulnerabilidade, como indígenas, especialmente nos primeiros meses da pandemia.
Plácido de Castro (fronteira com Villa Evo Morales, Bolívia)
Capixaba (fronteira com Villa Bella, Bolívia)
Acrelândia
De acordo com o estudo, os arranjos transfronteiriços do arco Norte – que incluem municípios acreanos – responderam pela maior proporção de óbitos no conjunto analisado entre março e setembro de 2020. Nesse período, com 326 óbitos acumulados, essas regiões foram alcançadas pelo crescente número de mortes dos arranjos do arco Central, totalizando 76,8% dos óbitos do conjunto em análise.
O relatório do Ipea situa as cidades acreanas no contexto mais amplo da Amazônia Legal, citando também municípios do Amazonas na fronteira com Peru, Colômbia e Venezuela que enfrentaram realidade similar. Os dados evidenciam a vulnerabilidade específica das regiões de fronteira durante emergências sanitárias, onde fatores como mobilidade transfronteiriça e limitações no acesso a serviços de saúde agravaram o impacto da pandemia.