fbpx
Conecte-se conosco

Acre

Estudante do Atendimento Domiciliar conquista o 1º lugar na modalidade de cotas para pessoas com deficiência no curso de Física da Ufac

Publicado

em

Maria de Jesus na companhia da pedagoga Clarice Oliveira e de sua professora Luciany Oliveira. Foto: Clícia Araújo/SEE

Maria de Jesus Balbino Macena, de 22 anos, estudante do Atendimento Pedagógico Domiciliar disponibilizado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE), encarou as dificuldades sem desânimo e o resultado do seu esforço veio em forma de aprovação em 1º lugar no curso de Licenciatura em Física da Universidade Federal do Acre (Ufac), na modalidade de cotas para pessoas com deficiência.

As comemorações vieram em dose dupla, pois além de Maria ter sido aprovada na Ufac, também conseguiu classificação para o cadastro de reserva no curso de Licenciatura em Matemática do Instituto Federal do Acre (Ifac).

Natural de Pauini (AM) e moradora de Rio Branco, Maria de Jesus é cadeirante, foi diagnosticada com poliomielite na infância, enfermidade que a deixou com sequelas como atrofia muscular, fortes dores na cabeça, pescoço, coluna cervical e articulações, bem como sequelas na coordenação motora.

Há quatro anos desenvolveu ceratocone, doença ocular que deixa a visão desfocada e com sensibilidade à luz. A jovem afirma que esse foi o maior obstáculo enfrentado durante toda a vida escolar, pois tem dificuldade para ler, que considera a atividade mais prazerosa.

Ainda que sem coordenação motora para escrever, na leitura foi sempre uma das melhores da turma, e gostava de ir para a escola e interagir com os colegas. Entretanto, sentia-se muito perturbada com o barulho em sala de aula e por ter baixa imunidade, sendo que em 2019 precisou do apoio do Atendimento Pedagógico Domiciliar da SEE, direcionado para estudantes com problemas de saúde que os impedem de ir à escola.

A estudante passou por uma cirurgia no olho esquerdo recentemente, o que melhorou um pouco a visão, mas, segundo os médicos, o olho direito não se recupera com uma simples intervenção cirúrgica, é caso para transplante.

Apesar das dificuldades, Maria sempre batalhou por seus sonhos e seu esforço e determinação são vistos com orgulho pelos familiares, amigos e, principalmente, por sua professora Luciany Oliveira, do Atendimento Domiciliar, que a acompanhou e incentivou durante toda a preparação para o exame.

Mesmo com o problema de visão, aproveitava o silêncio da noite, enquanto todos dormiam, para acessar a internet no seu celular, já que não possui computador, e pesquisar os conteúdos referentes ao Enem. Era o melhor horário que encontrava para se concentrar nos estudos.

Além de professora, Luciany se tornou amiga e grande incentivadora de Maria de Jesus, e, por acreditar no seu potencial, fez sua inscrição no Enem. Foto: Mardilson Gomes/SEE

A aluna agradece também o auxílio e paciência das professoras Ellen Carol Santos, Viviane Câmara, Raquel Ferreira e Gerciney Barros, que a acompanharam  no Atendimento Domiciliar durante todo o ensino médio, realizado na Escola Estadual Professor Pedro Martinello.

“Foi um trabalho que adorei fazer, me identifiquei muito. Antes da pandemia eu vinha à casa dela deixar as atividades e resolvia tudo com ela. Depois o atendimento passou a ser por videochamadas, mas antes eu ligava e perguntava se ela estava disposta e sem dor na cabeça”, relatou Luciany.

A mãe de Maria de Jesus, a dona de casa Maria Antônia Balbino, tem mais quatro filhos e se orgulha da jovem que, apesar dos problemas, desde criança se dedica muito aos estudos. Maria Antônia lamenta não poder comprar uma cadeira motorizada para facilitar a locomoção da filha.

Superação

Apesar de todo tipo de dificuldade que já enfrentou na vida, Maria tem uma história de superação nos estudos e desistir nunca foi uma hipótese. É a primeira da família a entrar na universidade e trilhar o caminho para exercer uma carreira profissional.

Maria de Jesus não se deixa abater pelos problemas, sempre sorridente, acredita que o conhecimento pode mudar sua história. Foto: Clícia Araújo/SEE

Maria tem em mente que todo esforço vale a pena para concluir a formação e ter melhores perspectivas de emprego, de qualidade de vida e de estabilidade financeira. Por isso está confiante no objetivo de começar a transformar sua história, poder seguir uma carreira e realizar o grande sonho de estudar psicologia futuramente e trabalhar com crianças.

“Eu nunca me vitimizo por ser deficiente. Tem gente que me olha e diz ‘coitadinha dela, tão bonita’. E eu falo logo que sou uma pessoa como outra qualquer, claro que temos nossas limitações, mas eu sorrio, sou feliz, estou viva e tenho que agradecer”, analisa a estudante, que aconselha outros jovens com deficiências a nunca desistirem dos seus sonhos, a acreditar que podem realizá-los.

Mesmo diante das dificuldades, Maria sorri bastante, é muito falante e não reclama de nada. E compartilha a sua receita: “O que se faz com fé, amor e dedicação, tem tudo para dar certo”.

Maria gosta muito de ler, gosta das disciplinas exatas e ainda sonha em ser psicóloga. Foto: Clícia Araújo/SEE

Atendimento Pedagógico Domiciliar

O atendimento domiciliar é legalmente garantido e viabiliza o acompanhamento escolar de crianças e adolescentes. Esses alunos, na maioria, encontram-se em casas de apoio, hospitais ou mesmo nas suas residências, por problemas de saúde que os impeçam de frequentar lugares públicos.

No Acre, o atendimento antes da pandemia era feito por professores que trabalham na rede pública estadual de ensino, quatro vezes por semana, duas horas de aula. Os professores dividem as disciplinas exatas, humanas e linguagens e cada um visitava seu aluno duas vezes por semana.

No início da pandemia, as aulas eram realizadas apenas de modo online, por meio de chamadas de vídeo, depois os professores passaram a entregar as atividades na casa do aluno, mas só orientavam a família ou o aluno a distância. Em 2021 os professores retornaram às aulas na casa do aluno algumas vezes na semana, intercalando com as aulas online.

Comentários

Continue lendo

Acre

Corregedor do Ministério Público realiza visita institucional à Prefeitura de Assis Brasil

Publicado

em

Na manhã desta terça-feira (06), o Procurador de Justiça e atual Corregedor-Geral do Ministério Público do Estado do Acre, Dr. Álvaro Pereira, esteve em Assis Brasil para uma visita institucional à sede da Prefeitura. A ocasião foi marcada por uma reunião com o vice-prefeito Reginaldo Martins e a secretária municipal de Educação, Vanderléia Araújo.

Durante o encontro, foram discutidos temas importantes para o município, com destaque para a educação infantil, além de outras pautas voltadas ao fortalecimento dos serviços públicos. O corregedor ressaltou que o Ministério Público tem buscado aproximar-se dos municípios, com o objetivo de estabelecer parcerias institucionais.

“Viemos em busca de estabelecer parcerias com a Prefeitura de Assis Brasil. Saio muito feliz com tudo que foi tratado na reunião e com a receptividade da gestão municipal”, destacou Dr. Álvaro Pereira.

A visita reforça o compromisso do Ministério Público em atuar de forma integrada com os gestores locais, visando melhorias na qualidade de vida da população.

A Prefeitura de Assis Brasil agradece a presença do Corregedor-Geral e reafirma sua disposição em dialogar com as instituições, sempre buscando o desenvolvimento do município.

Comentários

Continue lendo

Acre

ICMBio deve usar georreferenciamento para delimitar Resex, diz MPF

Publicado

em

Foto:ICMbio

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realize o georreferenciamento das áreas ocupadas pelas famílias extrativistas Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, localizada no estado do Acre. Tais áreas são chamadas colocações e caracterizam-se pelo uso coletivo da floresta pelas famílias extrativistas que habitam a unidade de conservação.

Segundo o MPF, a ausência de delimitação precisa dos territórios ocupados contribui para conflitos entre moradores, dificulta a responsabilização por infrações ambientais e compromete o cadastramento correto das famílias beneficiárias. A Resex Chico Mendes abriga cerca de 4.500 famílias e enfrenta graves problemas de desmatamento, uso irregular da terra e fracionamento indevido das colocações, o que afeta diretamente os objetivos de conservação e sustentabilidade da unidade.

A ação destaca que a falta de georreferenciamento impede a aplicação das regras previstas no Plano de Utilização da Resex, como os limites para atividades agropecuárias e o uso sustentável dos recursos naturais. Além disso, compromete a fiscalização e dificulta a implementação de políticas públicas, como a recuperação de áreas degradadas e a atribuição de responsabilidade por embargos ambientais.

O MPF pede que o ICMBio elabore, no prazo de cinco meses, um plano de delimitação das colocações com participação das associações comunitárias, núcleos de base e moradores, com a previsão do material necessário para a execução das atividades. Em caso de descumprimento, o MPF pede a aplicação de multa diária no valor de R$ 50 mil.

Após a apresentação do planejamento, o Instituto deverá concluir o georreferenciamento no prazo de até 24 meses e disponibilizar todas as informações em banco de dados público pela internet, sob pena de multa de diária de R$ 50 mil

A ação ressalta ainda que a delimitação georreferenciada é essencial para a efetiva gestão compartilhada da Resex, prevista em lei. Para o MPF, a medida é indispensável para preservar os modos de vida das populações tradicionais e frear o avanço da degradação ambiental na unidade. No entanto, a ação aponta que o ICMBio permanece omisso desde 2017, quando foi enviada recomendação para o órgão.

Fonte: Ascom/MPF

Comentários

Continue lendo

Acre

Sesacre reprova greve dos médicos em meio a surto de síndromes respiratórias

Publicado

em

UPA Franco Silva, na baixada da Sobral, em Rio Branco (imagem ilustrativa) – Foto: Whidy Melo/ac24horas

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) divulgou uma nota pública nesta terça-feira, 6, posicionando-se oficialmente sobre a greve anunciada pelos médicos da rede pública estadual. A paralisação, prevista para a próxima sexta-feira, 9, foi decidida em assembleia-geral extraordinária promovida pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) na noite de segunda-feira, 5.

A mobilização deve afetar os atendimentos ambulatoriais e as cirurgias eletivas, mantendo, no entanto, os serviços de urgência e emergência.

Na nota, assinada pelo secretário estadual de Saúde, Pedro Pascoal, afirma que o governo respeita o direito constitucional à greve, mas expressa preocupação com o impacto da paralisação no atual cenário epidemiológico do estado, evidenciando que, o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente entre crianças, torna o momento inadequado para ações que possam comprometer o atendimento à população mais vulnerável.

“A Secretaria de Saúde reforça que não é o momento para paralisações que coloquem vidas em risco”, destaca o texto, que também afirma que as principais reivindicações da categoria médica estão sendo atendidas. Entre os avanços mencionados estão a reformulação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), a apuração e o pagamento de verbas retroativas, como o auxílio-alimentação, adicional de insalubridade, gratificações de urgência e emergência, além da substituição da diretoria assistencial da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito.

Ainda segundo a Sesacre, as portas continuam abertas ao diálogo com os profissionais de saúde. “Reafirmamos nosso compromisso com os profissionais e, sobretudo, com a vida dos acreanos”, conclui o secretário.

A greve foi deflagrada após os médicos reivindicarem gratificações e o pagamento de plantões extras. De acordo com o presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici, a categoria decidiu coletivamente pela paralisação e só retornará ao trabalho após o cumprimento dos compromissos assumidos pelo governo.

Comentários

Continue lendo