“Este ano poderemos ter a pior seca da história”, diz cientista da Ufac

O cientista ambiental e um dos maiores estudiosos sobre clima e microclima na Amazônia Ocidental, Foster Brown, está prevendo uma estiagem prolongada para este ano. Segundo ele, o aumento da temperatura no Oceano Atlântico Tropical Norte estaria aumentado as chuvas e secas na região. “Eventos extremos, como enchentes e secas históricas, vão ficar cada vez mais frequentes e com maior intensidade”, disse o pesquisador, atribuindo os fenômenos à combinação de diversos fatores regionais e efeitos globais.

O desmatamento e a liberação de carbono são alguns dos principais fatores para a instabilidade climática. “É uma combinação de invariabilidade natural, amplificada por dois fatores. Estamos mexendo com a cobertura da terra, que é o desmatamento. Dentro de uma bacia, isso pode gerar respostas mais rápidas, mas os desmatamentos em bacias distantes também afetam a nossa região. A segunda parte é que a humanidade está liberando muito carbono para a atmosfera”, disse Brown.

O pesquisador destacou o aumento da temperatura no planeta, relacionando-o à grande seca ocorrida em 2005. “A estiagem deste ano pode ser mais intensa”, disse. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) a seca de 2005 estaria relacionada ao comportamento médio da temperatura da superfície do mar na bacia do Atlântico Tropical Norte, que tem se apresentado mais quente que o normal nos últimos anos.

“O movimento ascendente do ar, que normalmente ocorre no Atlântico Tropical Norte, associado a outros fatores, está mais intenso.Esta intensificação da circulação atmosférica faz com que os movimentos descendentes, especialmente sobre o sudoeste da Amazônia, sejam mais fortes do que a média, o que dificulta a formação de nuvens e, portanto, de chuva na região. Isso pode ser agravado devido a anticiclones do Atlântico Sul, que se tornaram mais intensos, estendendo-se até o continente e gerando uma região de estabilidade atmosférica, que não favorece a formação de chuva no Sul da Amazônia”, explicou o cientista.

Com informações do ac24horas.com

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Alexandre Lima