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Cotidiano

Especialistas discutem formas de melhorar acesso à cannabis medicinal

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Para advogado, regulamentação traria mais segurança aos pacientes

O primeiro contato de Vivian Dalla Colletta com a cannabis foi há oito anos. “Careta”, como ela mesma se definiu, sem sequer tomar refrigerante ou bebidas alcoólicas, ela nunca pensou nessa possibilidade de uso. Mas as intensas dores que ela enfrentava por causa de uma fibromialgia a puseram em contato com a planta medicinal, para fins terapêuticos.

“Minha história com a cannabis começa há oito anos. Tenho fibromialgia, que é uma síndrome de dor crônica. Então, sinto muita dor no corpo inteiro, a toda hora”, disse em entrevista à Agência Brasil. “Sempre controlei minha fibromialgia com exercício físico. Só que em 2015 tive uma apendicite e fiz uma cirurgia às pressas e, nessa cirurgia, foi lesionado o nervo da perna. Então comecei a ter choques e dores intensos, a ponto de desmaiar”.

Por causa disso, passou a tomar quatro remédios de tarja vermelha [medicamentos que devem ser prescritos por um profissional]. “E o médico queria me passar um quinto [remédio]. Fiquei assustada com isso. Não era possível que ele quisesse me passar um quinto medicamento enquanto eu continuava gritando de dor. Não funcionava. E aí eu lembrei de paciente com câncer que fumava maconha para aliviar a dor”, contou a farmacêutica, que também é pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e fundadora do Instituto Dalla Cannabis Ensino&Pesquisa.

São Paulo (SP), 03/07/2023,    2° edição do CICMED reúne  mais de 800 participantes entre especialistas, palestrantes, médicos e expositores, no Wyndham Sãoo Paulo Paulista. Na foto a Palestrante Vivian Dalla Colletta. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil
Vivian Dalla Colleta começou a usar cannabis para se livrar de dores crônicas – Paulo Pinto/Agência Brasil

“Nunca tinha colocado um cigarro de tabaco na boca e, no desespero, fui querer fumar maconha. Lógico que isso não deu certo”. Foi então que passou a usar o óleo de cannabis, que atua no sistema nervoso central e é extraído da cannabis sativa, a planta da maconha. “Não tomei mais nenhum medicamento, só tomei o extrato da planta, que eu tomo até hoje. Não tomo mais medicamentos para dor, só a cannabis”.

É a cannabis também que a tem auxiliado nessa nova etapa de sua vida, após uma cirurgia recente de um câncer no intestino. “Mas para o câncer, em especial, [o uso da cannabis] é algo que ainda precisa ser estudado”, ressaltou ela.

Agência Brasil conversou com Dalla, como ela prefere ser chamada, durante a 2ª edição da Conferência Internacional da Cannabis Medicinal (CICMED), realizada em São Paulo até o próximo sábado (5). O evento conta com a participação de palestrantes internacionais e nacionais, além de laboratórios e distribuidores de medicamentos a base de cannabis medicinal, para debater e difundir as novas tendências de uso da substância em diversos campos da medicina.

Acesso

Segundo estudos científicos, a cannabis tem utilidade médica para tratar diversas doenças, entre elas, neurológicas, e não há relatos de que cause dependência. No entanto, o uso não é livre no Brasil e para ter acesso é preciso que um médico faça a prescrição. Até 2015, por exemplo, a venda de algum produto com canabidiol, substância derivada da cannabis, era proibida no país. Mas a partir disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passou a colocar o canabidiol na lista de substância controlada. Isso significa que empresas interessadas em produzir ou vender derivados dessa substância precisam obter um registro na Anvisa e que pacientes precisam de receita médica para comprar o produto.

Atualmente, há três formas de acesso ao canabidiol: em farmácias, por meio de associações ou por importação. Ainda não existe uma política de fornecimento gratuito de produtos à base de canabidiol por meio do Sistema Único da Saúde (SUS). O que há são projetos em tramitação no Congresso Nacional, por exemplo, buscando garantir o acesso ao SUS para pacientes que precisam dessas terapias.

“Em termos medicinais, [os prejudicados] são os pacientes. Na exploração industrial, são as empresas, que poderiam gerar renda, emprego e impostos. E tem também essa questão envolvendo o uso adulto, que acaba sem ter um limite do que é e o que não é [permitido] e pessoas acabam sendo presas por isso”, disse o advogado Leonardo Navarro, que atua no direito médico da saúde.

Para o advogado, que também faz uso da cannabis medicinal por causa de um distúrbio do sono, uma lei federal “viria pacificar” o assunto, o que diminuiria custos e aumentaria o acesso dos pacientes que necessitam dessa terapia. “Com uma lei que disciplina o que é o produto, o que ele pode, se pode ter forma alimentícia ou industrial, por exemplo, e quais os critérios para serem considerados medicinais, você passa segurança para todo mundo, você cria um sistema com segurança jurídica. Hoje, a regulação que a Anvisa fez é boa. Mas ela é em cima de uma resolução de uma diretoria colegiada. Se a diretoria colegiada amanhã muda, a gente tem um risco de alteração daquilo que já foi feito. Então, não podemos ficar com regulação de segundo escalão. Temos que ter regulação a nível legal”, disse à Agência Brasil.

São Paulo (SP), 03/07/2023,    2° edição do CICMED reúne  mais de 800 participantes entre especialistas, palestrantes, médicos e expositores, no Wyndham Sãoo Paulo Paulista. Na foto o Palestrante Leonardo Navarro. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil
Navarro defende que uso da cannabis deve ser regulamentado por lei- Paulo Pinto/Agência Brasil

Na ausência de um marco regulatório nacional, o que tem surgido atualmente no Brasil são tentativas de propor projetos de lei em nível estadual para garantir que os produtos à base de cannabis estejam disponíveis pelo SUS. “O que temos observado ultimamente é um grande movimento dos estados e das assembleias legislativas estaduais para criarem mecanismos para fornecimento de produtos à base de cannabis pelo SUS. Pelo último levantamento, acho que 25 estados possuem ou lei aprovada ou em discussão legislativa. E os que possuem lei aprovada estão em fase de regulação, o que define patologia, forma de acesso e tipo de produto”, explicou o advogado.

Para o biotecnologista Gabriel Barbosa, supervisor de Pesquisa e Desenvolvimento e de Assuntos Regulatórios da empresa HempMeds Brasil, o estabelecimento de um marco regulatório sobre o tema poder fazer com que o custo do medicamento caia enormemente no país. “Já ouvi estimativas de que talvez a gente consiga baixar entre 30% e 50% o custo desse medicamento”, disse, citando que, ao importar um medicamento, entre 30% a 35% do custo dele se refere a impostos para nacionalização. Segundo Barbosa, a regulação também poderia facilitar o acesso para cerca de 6 a 7 milhões de brasileiros.

“Precisamos de uma legislação que sustente tudo isso. Já é previsto na legislação o cultivo para fins médicos e científicos, mas precisamos estabelecer parâmetros de como isso será feito, quem vai fazer, em que condições, e garantir que isso esteja de acordo com os ditames e convenções internacionais”, disse Barbosa, em entrevista à reportagem da Agência Brasil.

Segundo o biotecnologista, o Brasil está muito avançado em termos de uso medicinal da cannabis, mas enfrenta problemas quando se pensa no acesso à matéria-prima. “Estamos em um país que é um dos principais exportadores agrícolas do mundo, mas a gente depende exclusivamente de matéria-prima estrangeira para um produto que poderia estar sendo cultivado aqui no Brasil”.  Barbosa defende que está na hora de o Brasil produzir e vender, e não só comprar a matéria prima. “Está na hora de tratar nossos pacientes e fazer com que essa riqueza permaneça e seja desenvolvida aqui no Brasil. Se a gente puder, de alguma maneira, cultivar [a planta] aqui no Brasil, o custo será reduzido, o acesso será facilitado”.

Para Vivian Dalla Colleta, o acesso à cannabis medicinal poderia ser facilitado no Brasil por meio das Farmácias Vivas, um programa que foi instituído em 2010 pelo Ministério da Saúde com competência para produzir fitoterápicos. O programa, segundo o ministério, compreende todas as etapas, desde o cultivo, à coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais até a manipulação. “A forma que eu acho que seria mais efetiva seriam as Farmácias Vivas, um projeto do governo federal onde é possível cultivar plantas medicinais, transformar em fito-medicamento e distribuir para a população via SUS. Isso já existe. O problema é que não existe lei que proteja a Farmácia Viva”.

Edição: Aline Leal

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Produzindo Sorrisos leva atendimento odontológico de qualidade aos bairros de Rio Branco

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A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), ofereceu o programa Produzindo Sorrisos na rua Dom Giocondo, bairro Sobral, durante toda esta quinta-feira (16).

A eficácia e a qualidade do atendimento são destacadas pelos moradores que procuram os serviços oferecidos e relatam rapidez no tratamento de excelência que são realizados pela equipe de médica.

Durante um ano de inauguração do programa 7.578 pessoas foram recebidas, totalizando 52.558 atendimentos, segundo dados atualizados da Semsa.

Agatha: “O atendimento é muito bom” (Foto: Marcos Araújo/Assecom)

A estudante Agatha Alice, de 12 anos, foi uma das primeiras a ser atendida e falou da alegria de receber um novo Sorriso.

“Eu vim fazer limpeza e restauração. O atendimento é muito bom. Agradeço ao prefeito e aos profissionais na área da saúde e da odontologia que estão ajudando a comunidade ao trazer um sorriso melhor para nós”, disse Agatha.

Francisca: “Agradeço a quem elaborou esse projeto” (Foto: Marcos Araújo/Assecom)

Francisca Martins, pedagoga, que também recebeu atendimento, ressaltou a importância do projeto para a comunidade.

“Um projeto que vem trazendo benefícios para toda a população. É uma deficiência muito grande na área de odontologia e esse projeto é assim, de Deus. Agradeço a quem elaborou esse projeto.”

Airton: “A comunidade ficou agraciada”(Foto: Marcus Araújo/Assecom)

O programa oferece desde pequenos procedimentos dentários até cirurgias com atendimento emergencial. O presidente do bairro Sobral, Airton Aguiar, agradeceu à gestão municipal pela iniciativa, destacando a aprovação da comunidade.

“A comunidade ficou agraciada. Quero aqui agradecer a Prefeitura de Rio Branco, o prefeito, o secretário que também tem ajudado bastante, e dizer que essas vans foram um projeto inusitado, é um projeto que todo mundo se agraciou. São 45 atendimentos, 15 por vans, e aqui hoje nós temos três vans atendendo a comunidade e o povo aqui tem agradecido e espera em breve voltem, já que amanhã é o último dia no nosso bairro”, explicou Airton Aguiar.

Fonte: Prefeitura de Rio Branco – AC

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“Uma festa maravilhosa”, diz prefeito no café da manhã em homenagem às mães no Cras Sobral

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A Prefeitura de Rio Branco, por meio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Sobral, de responsabilidade da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), organizou na manhã desta quinta-feira (16), um café da manhã especial em comemoração ao Dia das Mães, que contou com a participação de mais de 100 mães que são atendidas pela unidade.

A comemoração contou com a participação do prefeito de Rio Branco, secretários, diretores, mulheres da melhor idade do Grupo de Convivência e Fortalecimento de Vínculos e mães dos assistidos pelo Cras.

Welligton: “Aqui é a porta de entrada aos nossos programas sociais” (Foto: Val Fernandes/Assecom)

O secretário da SASDH, Wellington Chaves, ressaltou sobre o compromisso do Município em fortalecer a assistência social para melhor atender à população que mais precisa, enfatizando ainda que o Cras é a porta de entrada aos programas sociais.

“É uma grata satisfação estarmos no Cras da Sobral vendo esse belíssimo trabalho feito no centro de convivência. Aqui é a porta de entrada aos nossos programas sociais, por isso é importante por esse trabalho de dedicação, de cuidado e de carinho com essas pessoas, isso é o que faz a diferença no resultado final do acolhimento aos que nos procuram”, disse.

Maria: “O meu sentimento é de gratidão” (Foto: Val Fernandes/Assecom)

A dona de casa Maria Hilda Santana, 61 anos, moradora do bairro Novo Horizonte, reafirmou seu sentimento de gratidão pelo acolhimento recebido no Cras. Ela garantiu que os encontros do Grupo de Convivência ajudaram curá-la da depressão.

“O meu sentimento é de gratidão. Agradeço a Deus por essas pessoas tão boas. Quando eu cheguei aqui estava com depressão, tomava remédio para dormir, porque mataram o meu filho e eu estava sofrendo muito, mas eles me acolheram e hoje eu agradeço muito a Deus, porque eu não tomo mais remédio pra dormir, durmo tranquila, faço caminhada, educação física e não vivo mais chorando.”

A coordenadora do Cras Sobral, Williane Costa, pontuou as ações realizadas pela unidade de assistência social.

“Aqui a gente faz atendimento do CadÚnico, do Bolsa Família, o nosso serviço de convivência dos idosos, das mulheres, das crianças, das grávidas, tem também o Criança Feliz dentro do Cras. Então tem uma gama de atendimentos que a gente realiza aqui e com muita gratidão, com muito respeito e hoje é um dia só de alegria, a gente vê todas essas mães felizes nesta festa que a gente proporcionou para elas.”

Prefeito canta “Detalhes”, de Roberto Carlos, para as homenageadas do Cras Sobral (Foto: Val Fernandes/Assecom)

A pedido das homenageadas, o prefeito de Rio Branco cantou um trecho da música “Detalhes” para elas e, emocionado, falou sobre o serviço de assistência social que é realizado pela gestão municipal.

“Eu sempre disse: o nosso negócio é cuidar de pessoas, cuidar de gente! Eu estou muito feliz em poder participar dessa festa, de reconhecer na mulher a rainha do lar, àquela que trabalha muito mais do que nós homens. A Williane, que é a diretora, que tem feito um trabalho espetacular. Estão aqui os nossos idosos, nossa melhor idade, tem 90, quase 100 idosos aqui participando dessa linda festa, um bolo maravilhoso, tudo muito bonito, tudo muito bem organizado”, enfatizou o prefeito.

Destacando o trabalho de acolhimento do Cras Sobral, a dona de casa Maria Antônia, de 54 anos, moradora do bairro João Paulo, falou sobre como os encontros têm ajudado a superar as dores físicas e psicológicas causadas pela fibromialgia.

“Quando eu recebi o diagnóstico da médica foi muito difícil, porque a fibromialgia dói 24 horas. Eu soube desse projeto aqui, então eu vim, conversei com o psicólogo, expliquei para ele a minha situação, eu nem conversava direito, eu só chorava, tão depressiva que eu estava. Daí quando ele falou que tinha um grupo aqui, vim participar dos atendimentos com ele, e com o público aqui, as meninas, e me ajudou bastante, eu não estou curada da fibromialgia, mas eu estou muito melhor.”

Fonte: Prefeitura de Rio Branco – AC

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LWRA lança suas velas de Chakras no Elos Experience

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A LWRA, marca de velas de Bia Merched participa da primeira edição do evento Elos Experience, e, além das velas de signos, carro chefe da marca, lançará as velas dos Chakras, que acabam de ficar prontas depois de 21 dias de cura!

As velas da Lwra são fabricadas com o compromisso de ter o mínimo de impacto na natureza. Feitas com cera de coco, pavios de madeira de reflorestamento ou de algodão sem fios cobre e essências premium Cruelty-Free, elas ainda passam por um período de cura de 21 dias no escuro para que as reações químicas sejam perfeitas, exalando o melhor aroma, com uma aparência bem bonita e com chamas perfeitas. Além disso, a marca trabalha com refil, reaproveitando os recipientes (em perfeito estado) e as pedras, evitando assim o descarte desnecessário dos componentes que podem ser usados novamente, contribuindo com a diminuição de lixo no planeta.

O evento que acontecerá dia 18, na Av. Salvador  Allende, 3.200  das 10h às 18 horas oferecerá aulas de yoga para bebês e crianças, massagem, aula de Jiu Jitso, meditação, Sound Healing e muito mais.

  @lwravelas

Fonte: TOP FAMOSOS

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