Entenda a escalada das tensões entre EUA e Venezuela

Em entrevista ao Agora CNN, Rafael Villa, professor de Relações Internacionais da USP, explica o acirramento das tensões entre os países

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A tensão entre Estados Unidos e Venezuela teve uma escalada durante esta semana após o governo americano enviar navios para a região costeira venezuelana, em uma operação que visa combater cartéis de drogas latino-americanos. Em resposta, o ditador venezuelano Nicolás Maduro ordenou que milicianos se apresentem em quartéis a partir deste sábado (23), elevando o nível de confronto entre os dois países.

Em entrevista à CNN, Rafael Villa, professor de Relações Internacionais da USP, explicou a recente escalada das tensões e projetou cenários futuros para o conflito.

O que é a milícia bolivariana?

A milícia bolivariana venezuelana foi criada por Hugo Chávez no final da primeira década dos anos 2000, funcionando como uma força paramilitar. O grupo foi idealizado para ser convocado em momentos de crise, sendo composto majoritariamente por aposentados e idosos, com poucos jovens em suas fileiras.

Embora Maduro afirme ter capacidade de mobilizar 4,5 milhões de milicianos, especialistas contestam esse número. Considerando que a população atual da Venezuela é de aproximadamente 21 milhões de pessoas, após a saída de cerca de 8 milhões do país, o número apresentado por Maduro representaria 21% da população venezuelana atual.

Estimativas mais realistas apontam que a força paramilitar conta com cerca de 100 mil pessoas. O contingente é descrito como mal preparado e recebe baixos salários, tendo sua capacidade de mobilização bastante limitada em caso de confronto. A retórica de Maduro sobre o poder da milícia é vista principalmente como um discurso defensivo frente às movimentações americanas.

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Da Redação