Empresários conhecem a Dom Porquito, que vai gerar receita de até R$ 140 milhões por ano

Uma receita anual entre R$ 120 e R$ 140 milhões. Esta é a expectativa da Dom Porquito, indústria produtora e beneficiadora de leitões com genética melhorada para oferecer a carne suína ultralight. E foi esse investimento, feito na região do Alto Acre, que um grupo de empresários acreanos, a convite do governador Tião Viana, conheceu nesta quinta-feira, 27.

Com tecnologia americana e genética europeia, a Dom Porquito é mais uma parceria pública privada comunitária que encontra ambiente de desenvolvimento no Estado do Acre. Inaugurada em julho, a Unidade Produtora de Leitões (UPL), que custou R$ 2 milhões, é apenas uma parte dos investimentos na cadeia produtiva da suinocultura, que ao final terá mais de R$ 15,5 milhões.

Segundo o secretário de Produção, Lourival Marques, 75 produtores foram selecionados para receber os leitões da UPL e engordá-los. Cada um terá uma granja de engorda e terminação, construída em parceria com o Governo do Estado, que investirá R$140 mil, além da contrapartida de R$ 50 mil do produtor. Eles serão treinados e acompanhados para manejar o animal de forma adequada e seguir todas as exigências sanitárias para garantir a qualidade do animal. “Sem dúvida, esse é um novo momento, um grande passo que o Estado dá, e os produtores familiares estão envolvidos nessa agroindústria através da parceria com o governo, que vai proporcionar um fortalecimento de uma classe média rural e desenvolver potencialmente a região do Alto Acre”, observou.

Governador convida empresários acreanos para conhecer a Dom Porquito (Foto: Alexandre Lima)

Uma receita anual entre R$ 120 e R$ 140 milhões. Essa é a expectativa da Dom Porquito, indústria produtora e beneficiadora de leitões com genética melhorada para oferecer a carne suína ultralight. (Foto: Sérgio Vale/Secom)

A Dom Porquito é liderada pelo engenheiro de alimentos Paulo Santoyo, que deixou antigos contratos para trás e trouxe a família para o Acre apostando na avicultura, em outra parceria público, privado, comunitário com o governo do Estado através da Acreaves. “Além de o Acre ser o melhor local do Brasil para produção de leitões, devido a umidade e ao clima, aqui há estabilidade e segurança institucional, além de uma decisão política do governador Tião Viana em apoiar a agroindústria. Sem esse apoio esse investimento não seria possível e demoraria pelo menos trinta anos para que pudesse se desenvolver na região”, observou.

Para o governador Tião Viana a visita ao empreendimento pode gerar novos investimentos. “É importante trazer o setor empresarial para compartilhar conhecimento e conhecer o novo momento e os investimentos que estão sendo feitos. O Alto Acre está mudando  completamente, saindo de uma economia do século XX para a economia do século XXI e essa visita abre caminhos para que os empresários possam estudar as oportunidades de investimento, afinal, temos um mercado boliviano que consome 35 milhões de quilos de carne de porco por ano”, comentou.

“Sem dúvida este é um novo momento, um grande passo que o Estado dá e os produtores familiares estão envolvidos nesta agroindústria através da parceria com o governo que vai proporcionar um fortalecimento de uma classe média rural e desenvolver potencialmente a região do Alto Acre”, observou Lourival Marques. (Foto: Sérgio Vale/ASCOM)

O empresariado se surpreendeu com o que viu. “Eu realmente fiquei surpreso, pois não sabia deste investimento nem da qualidade tecnológica e genética que é empregada aqui”, comentou João Francisco Salomão, vice-presidente da Federação das Indústrias do Acre. O presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre (Federacre) e diretor financeiro da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, George Teixeira, disse que é preciso reconhecer o momento novo que se vê no Acre. “O que vimos aqui muita gente não conhece e não sabe que existe. Somos um Estado com vocação florestal, mas se não investirmos também em outros setores não vamos colocar o Acre no patamar que precisamos alcançar”, observou.

Antes de conhecer a Dom Porquito os empresários estiveram num dos novos aviários ligado a Acreaves. Partes das aves agora são engordadas em granjas climatizadas, financiadas pelo Banco do Brasil para os produtores, que apostaram na avicultura e hoje já ampliaram o negócio. A prefeita de Brasileia, Leila Galvão, disse que hoje, ao contrário de oito anos atrás, é a agroindústria – e não a prefeitura – quem mais gera empregos na região.

Motivos para investir na suinocultura

O consumo brasileiro vem crescendo de modo sustentado a cada ano, sustentado pelos preconceitos cada vez menores contra a carne de porco e pelos novos cortes, mais leves, práticos e rápidos de preparar. No Brasil o consumo está em 15 kg/habitante/ano, mas, o mundo já prefere a carne suína, que é a mais consumida no planeta. A Europa consome três vezes mais que o Brasil. Para os possíveis investidores acreanos uma boa notícia: a Bolívia consumiu no ano passado 36 milhões de quilos de carne de porco. Com a localização acreana privilegiada, ao lado do país vizinho, além da estrada do Pacífico e dos vizinhos peruanos, que também consomem a carne suína em larga escala, a suinocultura se revela como uma promissora fonte de lucros.

Por Tatiana Campos – Agência Acre de Notícias

 

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Alexandre Lima