Linhas interestaduais estão há mais de 20 dias paradas, no Acre.
Empresas de ônibus estão dando férias coletivas para funcionários.

G1/AC

Por causa da cheia histórica do Rio Madeira, em Rondônia (RO), que neste sábado (15) registra a marca de 19,10 metros, a Rodoviária Internacional de Rio Branco está há mais de 20 dias sem que ônibus que fazem linhas interestaduais possam chegar ou sair do Acre. Com isso, alguns representantes de empresas já começam a contabilizar os prejuízos que podem chegar a R$ 50 mil por dia.

Segundo o técnico em gestão pública da Rodoviária, Rafael Gomes, enquanto em março de 2013 havia uma média de 576 passageiros embarcando por dia, em 2014 esse número caiu para 318. “Tem uma redução de 45% em comparação ao ano passado”, comenta. O problema já havia afetado o faturamento do mês de fevereiro.

Gomes explica que no total existem atualmente na Rodoviária oito empresas que costumavam fazer uma média de 33 embarques por dia. Gerente da Eucatur, uma das empresas mais afetadas pelo problema, Célio Peixoto, diz que sem possibilidade de acesso para fora do estado, o guichê da empresa na rodoviária só tem aberto para prestar informações e ressarcir clientes que já haviam adquirido passagens, mas não puderam seguir viagem.

Questionado sobre os prejuízos ele especula. “A gente não tem acesso a essas informações, mas pela experiência que a gente tem, a empresa deve estar deixando de arrecadar uns R$ 50 mil por dia. Esse valor multiplicado por 23 dias, vai dar um milhão e pouco durante esses dias que está paralisado. Sem contar a folha de pagamento dos funcionários, caminhões e ônibus parados, e outras despesas”, lamenta.

Trabalhando há 20 anos com transporte terrestre ele se diz surpreso com a situação. “Nunca vi essa situação. Dessa vez agora, é incrível a situação que a gente se encontra”, comenta.

Com o acesso por via terrestre para outros estados interrompido, apenas ônibus que fazem linhas intermunicipais ainda continuam operando. No entanto, Peixoto diz que mesmo elas estão sofrendo baixa de passageiros.

“Sou proprietário de uma pequena empresa aqui do estado e ela nos atingiu bastante. A nossa média de passagens era de 70 passageiros. Hoje, a gente está com 35 ou 40 entre ida e volta na linha intermunicipal. Então, em tudo é prejuízo”, diz.

Férias forçadas
Com o movimento pequeno e reféns da espera pela baixa do Madeira a solução encontrada pelas empresas foi dar férias coletivas para a maior parte dos funcionários. “Não tem demanda e não tem necessidade de ter pessoas aqui sem ter o que fazer”, enfatiza o gerente.

Representante da empresa Rotas, que fazia a linha Rio Branco – São Paulo, Leudir Alves também optou por dar férias e folgas para os oito funcionários da empresa na Rodoviária. “Uma paralização geral ndessas nuncavi. Essa situação é bem adversa”, diz.

 

 

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