Em tempo de crise, Governo do Acre vai gastar R$ 3,4 milhões comprando mão de obra de empresa

O governo contrata a empresa que apenas intermedia os trabalhadores, apropriando-se de parte da renda destes

A Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ) divulgou no Diário Oficial do Estado (DOE) de sexta-feira (15) a contratação de empresa para prestar serviços para a secretaria. Ao todo vão ser contratados 69 pessoas a um custo total de R$ 3,4 milhões. Os valores pagos por serviços simples estão bem acima dos valores praticados pelo mercado, notadamente em tempos de crise.

A questão fica mais evidente quando se denota que uma pessoa para trabalhar como atendente, recepcionista, digitador e auxiliar administrativo, recebe normalmente em torno de um salário mínimo e que se este for somado R$ 120 de vale transporte, R$ 160 de vale refeição e R$ 300 de plano de saúde, ainda assim o custo final para a empresa é de apenas R$ 1.872,62.

Para o cargo de supervisor administrativo, com um rendimento de R$ 2,5 mil, R$ 250 de vale refeição e R$ 300 de plano de saúde, o custo para a empresa é de R$ 4.372,22. Em todos os cálculos já foi incluído a décima segunda parte de férias e 13° e os demais encargos.

Ocorre que para o serviço de atendente (45 vagas), o governo vai pagar R$ 3.308,24; recepcionista (04 vagas) R$ 2.335,60; Digitador (04 vagas) 3.380,29; auxiliar administrativo (04 vagas) R$2.826,05. Para supervisor administrativo o Estado vai pagar R$ 5.328,44.

Uma simples comparação entre custo de funcionário e o quanto o Estado vai pagar mostra que a empresa vai apenas intermediar e lucrar em torno de 30% sem, no jargão popular, por um prego em uma barra de sabão.

Os dados do contrato nº 17/2016 entre a SEAFZ e a empresa JWC Multiserviços LTDA (SEFAZ – Nº 0011861-8/2016 – adesão a ata nº 251/2016 – pregão presencial SRP Nº 135/2016 – CPL 04 – Secretaria de Estado de Saúde – SESACRE) foi publicado no Diário Oficial do Estado de sexta feira (15). Por ser uma adesão a outra licitação, implica dizer que o gasto é muito superior e está ocorrendo em outros setores da administração estadual.

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Publicado por
Alexandre Lima