Editorial: Tristeza!

Por Sérgio B. Quintanilha*

Refletindo sobre a situação, como um todo, de nosso Brasil e em geral, salvando raríssimas exceções, de nossos políticos conclui, Deus queira que erroneamente, que o futuro de meus bisnetos, sob o ponto de vista educação, saúde, segurança, respeito à ética, moral, verdade e honra não é alvissareiro. E estava assim a refletir quando decidi ler os informativos, me atualizar com as últimas notícias e, para surpresa, recebo um impacto de vergonha, revolta, tristeza e desânimo ao ler um artigo com o título “Envolvido em corrupção, Congresso brasileiro é circo que tem até seu próprio palhaço  publicado no The New York Time, republicado no UOL de 17/05/2016, de onde pincelei alguns trechos, a saber:

Advogado Sérgio B. Quintanilha

Um dos espetáculos há mais tempo em exibição no Brasil conta com um número desconcertante de personagens cuja teatralidade aparece em milhões de televisores quase toda noite.           O elenco em constante mudança de 594 integrantes e inclui suspeitos de homicídio e tráfico de drogas, ex-jogadores de futebol, um campeão de judô, um astro sertanejo e uma coleção de homens barbados que adotaram papéis como líderes do movimento das mulheres.O elenco até mesmo inclui um palhaço cujo nome significa “Zangado”.
“Mas eles não são atores. Eles são os homens e mulheres que servem no Congresso nacional.
“A mesma fúria pública com a corrupção endêmica e má gestão governamental que ajudou a retirar Dilma Rousseff do poder há muito é direcionado à cabala de políticos, a maioria homens brancos, cuja inclinação por acordos escusos e enriquecimento próprio já faz parte do folclore brasileiro.
“A reputação da classe política no Brasil realmente não tem como piorar”, disse Timothy J. Power, um professor de estudos brasileiros da Universidade de Oxford.
“As pessoas comparam o Legislativo à ‘House of Cards'”, ele disse, referindo-se à série política da Netflix, “mas eu discordo. ‘House of Cards’ é, na verdade, muito mais crível”.
“Com 28 partidos ocupando cadeiras, o Congresso brasileiro é o mais dividido do mundo, segundo Power. O que fica em segundo lugar, o da Indonésia, tem um terço a menos de partidos.
“O Brasil não é atípico, é uma aberração”, disse Gregory Michener, diretor do programa de transparência pública da Fundação Getúlio Vargas, uma universidade no Rio de Janeiro.
“Pesquisas mostram que mais de 70% dos brasileiros não conseguem se recordar a qual partido os candidatos que elegeram pertencem, e que dois terços do eleitorado não têm preferência por qualquer partido.

“Mais importante, dizem os especialistas, é que a maioria dos partidos não abraça nenhuma ideologia ou agenda, e são simplesmente veículos para clientelismo e propina. Em um mandato típico de quatro anos, um entre três legisladores federais trocará de partido, alguns mais de uma vez, segundo um levantamento por Marcus André Melo, um cientista político da Universidade Federal de Pernambuco.
“Os legisladores brasileiros estão entre aqueles com remuneração mais alta do mundo, dizem estudiosos, com quantias que vão além do salário mensal. Eles também recebem moradia e atendimento de saúde gratuitos, verbas para um grande número de funcionários de gabinete e foro privilegiado em caso de processos. Apenas o sobrecarregado Supremo Tribunal Federal pode julgá-los em processos criminais, algo que pode levar anos.
“A única coisa melhor do que ser um partido político no Brasil é ser uma igreja”, disse Heni Ozi Cukier, um cientista política da Escola Superior de Propaganda e Marketing, em São Paulo. “São oportunistas à procura de algo que lhes dê poder, influência e proteção.”

“Apesar do presidente do Brasil liderar um dos maiores países do mundo, ele ou ela deve formar coalizões com até uma dúzia de partidos para conseguir que legislações sejam aprovadas no Congresso. O preço da lealdade com frequência é uma cadeira de ministro, ou três, dependendo de quantos votos o partido puder oferecer.
“Em alguns casos, a cooperação envolve a troca ilícita de dinheiro. Em 2005, um escândalo conhecido como mensalão revelou o quanto esses arranjos eram comuns. Para obter votos no Congresso, o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mentor de Dilma Rousseff e porta-bandeira do Partido dos Trabalhadores, pagava aos legisladores obedientes um valor mensal equivalente a US$ 12 mil.
“O mais recente escândalo de corrupção, conhecido como Operação Lava Jato, provou ser ainda maior, com bilhões de dólares em propinas destinados a partidos políticos pela companhia estatal de petróleo, a Petrobras. Mais de 200 pessoas, de magnatas empresariais a líderes partidários, foram implicados no escândalo, e a expectativa é de que o número deles crescerá. “…..Um dos espetáculos há mais tempo em exibição no Brasil conta com um número desconcertante de personagens cuja teatralidade aparece em milhões de televisores quase que toda noite.
A democracia pode causar perplexidade e confusão, mas no mundo há pouco que se iguala ao Congresso brasileiro….”

E aí refleti mais um pouco e conversei com meus botões: Com certeza, Sibá Machado, Tiririca, Magalhães, Bolsonaro e Willys vão ocupar todos os espaços no Congresso, na mídia e nos palanques, para darem resposta e pedir desculpas ao povo brasileiro, por  tantas verdades americanas que nossos politiqueiros não tem coragem de dizer. Vamos aguardar e apelar para o Grande Arquiteto do Universo pois somente Ele na causa e pobres de meus bisnetos.


*Sérgio Baptista Quintanilha é representante acreano na bancada do Conselho Federal da OAB.

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Publicado por
Alexandre Lima