Acre
Durante Fórum de Governadores, Câmara Indígena debate mudanças climáticas, autonomia e avanços na educação
A Câmara Técnica Indígena, que ocorreu no 27º Fórum de Governadores da Amazônia Legal, teve como foco de seus debates a autonomia das secretarias indígenas; bioeconomia pela perspectiva indígena; segurança alimentar; educação continuada; conectividade, e, principalmente, os impactos das mudanças climáticas.
Pela manhã, o Banco Mundial apresentou recursos disponíveis voltados para a Amazônia, abordando a viabilidade de constituição de fundos para financiamento de projetos das Secretarias dos Povos Indígenas, educação, preservação do meio ambiente e fortalecimento da bioeconomia a partir da perspectiva indígena.


A abertura foi feita pela secretária de Povos Indígenas do Acre (Sepi), Francisca Arara, que fez uma fala destacando a importância de eventos que escutem os indígenas sobre as demandas em suas terras.
“Esse encontro é muito importante porque destaca os problemas em comum de todos os estados, um deles é o de mudanças climáticas, as secas, as enchentes, que o Acre e a Amazônia como um todo têm enfrentado. Antes eu estava aqui nessa pasta, mas como sociedade civil, mas hoje estou como gestora para priorizar alguns pontos que nós achamos importantes”, destacou a secretária.
Francisca destacou ainda que a implantação da Sepi no estado há menos de um ano veio para fortalecer essa gestão. “Nasci e me criei na terra indígena, então antes eu cobrava, agora estou executando. Então, é muito importante estarmos aqui para trazer a voz dos povos indígenas, porque já temos tudo mapeado, planejado, estudado, pesquisado, então não dá mais para a gente ficar só em planejamento, agora estamos na execução”.


Eli Weiss, oficial de Operações Sênior do Banco Mundial, fez uma apresentação mostrando quais são os eixos trabalhados pela instituição, que atua com base em três linhas: Amazônia Verde, Amazônia Próspera e Amazônia Habitável, que garantem desmatamento zero, aumento de produtividade, emprego e rendimentos às florestas e também acesso à conectividade.
Marcello Brito, secretário Executivo do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL), aproveitou a fala para enfatizar que é necessário que os indígenas sejam ouvidos em debates importantes do país, como regulamentação do mercado de carbono.
“Se tem alguém que pode mostrar resultados com preservação é a comunidade indígena. E a proposta que deixo para vocês pensarem é que utilizem a voz de vocês, que é potente, nesse caminho correto, de propor que tenham as discussões e prazos adequados. Vocês trabalharam muitos anos como ativistas, mas hoje vocês têm a caneta e poder político, e então exerçam isso”, pontuou.
Nedina Yawanawa, diretora da Sepi, aproveitou para destacar que há muito planejamento e que agora é necessário recurso para executar.
“Temos um plano emergencial de prioridade, mas os problemas são muitos. Temos muitas potencialidades no Acre e precisamos ter acesso a esses recursos levando em consideração a diversidade da realidade dentro do estado”, reforçou.


Sônia Jeanjacque, secretária de Povos Indígenas do Amapá, lembrou que este ano, pela primeira vez, há uma câmara temática para debater as questões indígenas, o que já considera um grande avanço.
“Essa câmara temática da população indígena já é um grande avanço, porque até então não tinha. E as discussões que estão tendo agora, principalmente, porque as secretarias são criadas, mas muito das vezes são extraordinárias, e fazem mais as articulações e elas ficam sempre dependentes de outras secretarias. A gente precisa ter um pouco mais de autonomia para trabalhar com um leque tão grande que é a população indígena, as políticas públicas. Então, teria que ter um braço a mais para as secretarias. Acho que isso aí seria de suma importância”, destacou.
Durante o encontro, a Sepi apresentou alguns dados que mostram a proporção da segunda maior cheia registrada no estado neste ano e a estimativa de R$ 15 milhões para recuperação de mais de 14,7 mil pessoas em 14 terras indígenas.
Participaram dos debates representantes dos Povos Indígenas do estados da Amazônia Legal; Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL); Germany’s international aid agency (GIZ) e Banco da Amazônia.
Heliandro Maia, da GIZ, reforçou o apoio às ações na Amazônia e pontuou que é necessário um grupo capacitado para que fique atento aos editais e assim acessar esses recursos e sugeriu a criação de um grupo com todos os representantes desses estados.
Desse debate, o grupo deve entregar aos governadores pontos que devem ser prioridade. Entre eles, estão a criação de uma equipe técnica para gerir, monitorar e elaborar projetos para acessar recursos; autonomia das Sepis de execução política; plano para adaptação de mudanças climáticas, além de fortalecer as Sepis e criá-las onde não existem em estados da Amazônia Legal.
Fonte: Governo AC
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Morador em situação de rua é esfaqueado no pescoço em Rio Branco
Um homem de 50 anos, identificado como Edilmo Inácio Pereira, foi vítima de um ataque a faca na noite desta quinta-feira (25) no bairro 6 de Agosto, em Rio Branco. Ele caminhava pela Rua Seis de Agosto quando foi abordado por um homem armado com uma faca, que desferiu um golpe no pescoço da vítima.
Edilmo conseguiu caminhar até um posto de combustíveis próximo, onde desabou com intenso sangramento. O SAMU foi acionado e o levou ao Pronto-Socorro de Rio Branco, onde deu entrada em estado estável, mas com risco de agravamento.
A Polícia Militar esteve no local e iniciou as investigações, que agora seguem com a Polícia Civil, que busca identificar e prender o autor do crime.
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Acre deve arrecadar R$ 6,4 bilhões em impostos em 2025, aponta Impostômetro
Valor representa 0,16% da arrecadação nacional e supera em R$ 500 milhões o total de 2024; até 25 de dezembro, contribuintes já pagaram R$ 6,3 bilhões

Em comparação até o fim de novembro de 2025, os recursos recolhidos por prefeituras, governo estadual e União somavam R$5,8 bilhões no estado. Foto: captada
A arrecadação de impostos municipais, estaduais e federais no Acre deve alcançar cerca de R$ 6,4 bilhões em 2025, segundo estimativa do Impostômetro, ferramenta mantida pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O valor corresponde a aproximadamente 0,16% de toda a arrecadação nacional.
Comparativo anual:
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2025 (previsão): R$ 6,4 bilhões
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2024 (realizado): R$ 5,9 bilhões
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Até 25/12/2025: R$ 6,3 bilhões já arrecadados
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Até novembro/2025: R$ 5,8 bilhões acumulados
Principais tributos pagos pelos acreanos:
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Impostos sobre produção e circulação: ICMS e ISS
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Tributos sobre renda: Imposto de Renda (pessoa física e jurídica)
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Impostos sobre propriedade: IPTU e IPVA
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Taxas de comércio exterior e outros encargos
Destinação dos recursos:
Os valores arrecadados são utilizados para:
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Custeio da máquina pública (salários e manutenção)
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Financiamento de obras e infraestrutura
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Execução de programas governamentais
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Pagamento de servidores públicos
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Quitação de dívidas do estado e municípios
O crescimento da arrecadação reflete tanto a expansão da atividade econômica no estado quanto a melhoria na eficiência da cobrança tributária. Entretanto, especialistas alertam que o Acre continua com uma das menores participações na arrecadação nacional, refletindo suas limitações econômicas estruturais e baixa densidade populacional.
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Acre
Cânticos de fé e acolhimento transformam Natal de pacientes no PS

Foto: Cedida
Corredores do Pronto-Socorro de Rio Branco foram tomados por um som diferente do habitual nesta quarta-feira (24). Em meio à rotina intensa da unidade, servidores se reuniram para realizar um cântico natalino, levando música, palavras de fé e gestos de acolhimento a pacientes e profissionais que permanecem em serviço durante a data.
A iniciativa, que já se tornou tradição, tem como propósito aproximar o verdadeiro significado do Natal de quem passa esse período longe de casa. Para muitos pacientes, a internação na véspera da data simboliza medo e solidão. Para os servidores, é o desafio de cumprir o dever de cuidar enquanto a família celebra à distância. O cântico surge, então, como um gesto simples, mas carregado de sensibilidade, capaz de aquecer corações e renovar esperanças.
Para o gerente de Assistência do Pronto-Socorro, Matheus Araújo, a ação representa uma forma de humanizar ainda mais o atendimento e fortalecer os vínculos dentro da unidade.
“O Natal fala sobre amor, cuidado e presença. Sabemos que muitos servidores passam essa data longe de suas famílias e que muitos pacientes gostariam de estar em casa. Esse momento é para lembrar a todos que eles não estão sozinhos, que aqui existe acolhimento, humanidade e compromisso com o cuidado”, destacou.
A programação percorreu diferentes setores do hospital e contou com a participação de servidores da gestão, do corpo de enfermagem, supervisores e colaboradores do Núcleo de Atendimento ao Servidor (NAST). A organização da ação é feita de forma voluntária e colaborativa, com recursos arrecadados entre os próprios profissionais, que se mobilizam todos os anos para tornar o momento possível.
Além do simbolismo, o cântico também revela o outro lado do cotidiano do pronto-socorro: o cuidado que vai além da técnica e alcança o emocional e o espiritual. Em um cenário marcado por desafios e dias difíceis, a iniciativa ajuda a reforçar para a população que, diariamente, a unidade trabalha com dedicação, empatia e compromisso com a vida.
A enfermeira emergencista Jonnyka Lima, que atua na linha de frente do atendimento, ressaltou o impacto do momento tanto para os pacientes quanto para os profissionais.
“Esse momento toca profundamente quem está aqui dentro. Para o paciente, é um alívio no coração; para nós, profissionais, é uma renovação de forças. Às vezes, tudo o que alguém precisa é ouvir uma música, uma palavra de carinho, sentir que não foi esquecido. O Natal nos lembra exatamente isso: cuidar do outro também é um ato de amor”, afirmou.
Após a apresentação, as reações falavam por si. Olhares emocionados, sorrisos tímidos, lágrimas discretas e palavras de gratidão marcaram o encerramento da ação. Muitos pacientes relataram que precisavam exatamente daquela música ou daquela mensagem. Entre os servidores, o sentimento era de comunhão e fortalecimento coletivo.
Em meio à urgência, ao cansaço e aos desafios diários, o cântico reafirmou que o Natal pode acontecer em qualquer lugar, inclusive dentro de um hospital e que, onde há cuidado, há também humanidade, esperança e amor.





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