Por Alcinete Gadelha
Após mais de um mês do princípio de rebelião que deixou pelo menos 56 presos do Complexo Penitenciário Francisco D’Oliveira Conde (Foc) feridos, a corregedoria do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) deve começar a ouvir tanto os detentos como os policiais penais, a partir da próxima semana.
O Iapen informou que são mais de 10 policiais penais e 56 presos que vão ser ouvidos. As notificações para os envolvidos começam a ser feitas a partir desta segunda-feira (1º) e na semana seguinte, eles começam a ser ouvidos. Os depoimentos devem integrar o procedimento que foi instaurado após o princípio de rebelião que ocorreu no dia 23 de abril.
“O corregedor vai começar o procedimento de oitiva. A gente ainda não iniciou ainda por conta da pandemia, devido ao baixo efetivo e estão ocorrendo muitas ações dentro do presídio e tudo isso tem dificultado, mas a corregedoria está acompanhando, já começou os procedimentos administrativos para iniciar as oitivas”, disse o presidente do Iapen, Arlenilson Cunha.
O presidente disse que é necessária uma logística para retirar os presos das celas para que sejam ouvidos e também deve ser observada a escala de serviço dos policiais.
“A gente está apurando desde a motivação, se houve excesso, para esclarecer. O procedimento é para apuração dos fatos e o corregedor está acompanhando”, acrescentou.
O princípio de rebelião ocorreu quando os presos do chamado Chapão, dos pavilhões G,H,I,J, K e L, começaram a bater nas grades devido à falta de água. A movimentação foi ficando mais intensa e os policiais teriam atirado para conter uma rebelião.
O Iapen informou na época que a confusão começou por causa da falta de água e os presos quebraram as celas e saíram para os corredores e chegaram a queimar colchões.
Vários presos feridos foram encaminhados ao pronto-socorro de Rio Branco. Cinco deles tiveram que passar por cirurgia.
O Ministério Público Estadual (MPE) também investiga o caso e informou que já recebeu alguns laudos de presos que ficaram feridos e solicitou informações sobre o caso à corregedoria do Iapen e após a resposta é que devem ter mais informações sobre o caso.
Já neste último fim de semana sete detentos do Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde, tentaram fugir na tarde de sábado, 30, após tentarem fazer um buraco na cela 8 do pavilhão O.
Os presos tiveram o plano de fuga frustrado por conta da ação rápida de policiais penais do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).
Os policias penais disseram ouvir sons estranhos vindos do interior da cela 8 e realizaram uma revista na cela, onde constataram que os presos haviam iniciado um buraco na parede. Na cela também foram encontrados dois ferros e duas cordas artesanais produzidas com lençóis e roupas, que também seriam utilizados na fuga.
O local foi isolado para reparos e os detentos foram transferidos para outra cela. Eles responderão a processo administrativo disciplinar.
Segundo o presidente do Iapen, Arlenilson Cunha, a ação dos policiais sempre atentos às alterações no ambiente prisional é fundamental. “É importante frisar a atenção dos guerreiros de serviço que, ao suspeitarem da alteração, prontamente realizaram a revista e identificaram o buraco, o que impediu a conclusão do plano de fuga de sete presos”.