Denúncia do MP diz que deputado ficou com taxas de inscrição de concurso anulado em 2016 no AC

Fagner Calegário era sócio de empresa organizadora do concurso na época. Deputado também foi denunciado por plagiar 14 questões na mesma prova.

MP denuncia deputado por se apropriar de taxa de inscrição de concurso anulado em 2016 no AC — Foto: Iryá Rodrigues/G1/Arquivo

O deputado estadual Fagner Calegário foi denunciado, pelo Ministério Público do Acre (MP-AC), por ter se apropriado de mais de R$ 168 mil arrecadados em taxas de inscrições de um concurso anulado em Tarauacá no ano de 2016. Na época, ele era sócio-administrador da empresa Calegário, que organizou o certame.

Na época o G1.com acompanhou o impasse. Rodrigo Damasceno, prefeito da cidade em 2016, decidiu anular o certamente depois de descobrir que a organizadora havia plagiado 14 questões de uma prova aplicada pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2006.

A denúncia do MP-AC, assinada pela promotora Manuela Canuto Farhat, aponta que o atual parlamentar teria se apropriado de R$ 168.780 referentes às taxas de inscrições de quase 6 mil candidatos na época.

Após anular o certame, o prefeito da cidade na época, Rodrigo Damasceno, pediu que o valor fosse devolvido, mas isso não aconteceu.

Em abril de 2016, Calegário alegou que o prefeito da cidade era candidato a uma das vagas para o cargo de médico e questionou o cancelamento das provas. “O que posso afirmar é que em nenhum momento vamos aceitar interferência de gestores, seja prefeito, vice-prefeito ou secretário”, afirmou ao G1 na época.

Passados três anos de tudo isso, o MP voltou a denunciar Calegácio, que atualmente é deputado estadual, eleito em 2018 com 3.731.

‘A prefeitura que ainda nos deve’

O deputado diz que não se apropriou do dinheiro, como aponta na denúncia e alegou que a prefeitura de Tarauacá é que ainda lhe deve pelo serviço prestado na época.

“No momento oportuno a gente vai se pronunciar nos autos do processo. Eu não tenho o mesmo entendimento da promotora. Não nos apropriamos em momento nenhum, pelo contrário, quem ainda está devendo a empresa é a prefeitura que não nos pagou até hoje pelo serviço que fizemos”, alega.

Sobre o plágio, ele diz que realmente ocorreu, mas que na época foi detectado e corrigido isso junto aos professores que estavam envolvidos no processo.

“Quando a gente identificou isso, imediatamente suspendemos a aplicação daquela prova específica, reaplicamos em outra data sem ônus nenhum para a prefeitura, porque foi um erro dos professores que estavam envolvidos na demanda. Por isso, a gente acredita que não vai prosperar. Essa promotora deve ter chegado agora, não deve ter conhecimento de toda documentação e a gente vai apresentar tudo isso pra ela”, finaliza.

Comentários

Compartilhar
Publicado por
G1 Acre