“Um caso que me motivou a ser jurado foi o da Boate Kiss”, segundo Bruno
Para Bruno, uma pessoa não pode ter sua vida prejudicada em razão de sua deficiência e o júri da Boate Kiss, realizado em dezembro de 2021, que condenou os quatro réus acusados pela prática de 242 homicídios e de 636 tentativas de homicídio, mas anulado por uma decisão do TJ-RS, foi a motivação para ele querer ser jurado e representar a sociedade.
“Os profissionais não levaram a sério como deveria ser a solenidade de um júri, a meu ver, a interpretação dos jurados pode ter sido comprometida, pois se utilizaram de alguns artifícios questionáveis. Faço a graduação em Direito por amor. E o júri da Boate Kiss me inspirou a fazer justiça da maneira correta, julgar de acordo com a lei”, ressaltou.
Ele, que ficou sendo auxiliado por uma enfermeira durante todo o júri realizado no dia 4 de julho, agradeceu pela maneira solícita de como todos o trataram e enfatizou que a deficiência visual não foi fator preponderante da decisão de ele continuar no júri, quando foi sorteado para compor o Conselho de Sentença com mais seis pessoas.
“A deficiência não foi fator preponderante da decisão de eu continuar no júri, de enviar documento de dispensa. Na verdade, a deficiência nem chegou a ser considerada. Nem lembro da minha deficiência quando vou tomar alguma decisão. Não me impede”, finalizou.