Especial ac24horas
O primeiro debate da TV entre os candidatos ao governo do Acre, transmitido pelo sistema Juruá de Rádio e TV em parceria com o ac2horas, em Cruzeiro do Sul, foi focado a maior parte do tempo na BR-364 e citações sobre o ex-governador Orleir Cameli. Temas como Saúde, combate à corrupção, Educação e infraestrutura também nortearam o debate.
No primeiro bloco, Márcio Bittar (PSDB), Antônio Rocha (Psol), Tião Bocalom (Dem) e Sebastião Viana (PT) falaram por que querem governar o Acre.
O primeiro sorteado foi o tucano Márcio Bittar, que já começou disparando: “depois de 16 anos é a hora da renovação”, disse ao destacar sua vice Antônia Sales (PMDB).
Segundo a se apresentar, Bocalom também disparou: “A BR-364 é uma grande novela e a Saúde não é de primeiro mundo”.
Já Sebastião Viana, como sempre, reclamou da falta de “honra e ética” de seus adversários e disse que quer continuar governando o Acre porque tem honra. “Defendo a honradez”, resumiu.
Antonio Rocha, do Psol, disse querer comandar o Palácio Rio Branco por ser um nome diferente e quer construir a BR-364. “Somos a alternativa diferente”, disse.
No segundo bloco, os candidatos começaram respondendo sobre o tema Saúde. Antônio Rocha foi o primeiro a responder. Ele criticou a demora no atendimento do setor.
O petista Sebastião Viana foi designado para comentar a resposta de Rocha e informou investimentos milionários no setor, como o combate à dengue e a melhora na hemodiálise.
Rocha fez a tréplica ao dizer que “vai trabalhar de forma integrada sem ser preciso que as pessoas esperem dias e dias”.
A segunda pergunta para os candidatos foi relacionada à Segurança Pública. Bocalom foi o sorteado e disse que “falta polícia na rua e as delegacias aos finais de semana e feriados não funcionam”. “Isso é muito ruim”, reclamou.
O tucano Márcio Bittar comentou a resposta de Bocalom e acrescentou que “o bandido” em sua gestão terá tolerância zero e que quem será valorizado será o “policial”.
Replicando, Bocalom reforçou que quem precisa ser priorizado é o ser humano. “Os policiais não tem nem fardamento”, lamentou.
No tema desenvolvimento sustentável, Bittar disse que é preciso conter os exageros em torno do tema. Para ele, é preciso achar um meio termo em torno da questão “meio ambiente e geração de renda”.
De acordo com Bocalom meio ambiente no Acre é uma “falácia”.
Marcio Bittar ao fazer a tréplica disse que “quem muito falou em meio ambiente sequer conseguiu arborizar as cidades do Acre.”
Por outro lado, Sebastião Viana apresentou números que revelam que o setor produtivo de sua administração “melhorou a vida de pessoas no Juruá”.
Do terceiro bloco em diante, o debate foi dominado pelo tema BR-364.
O tempo todo, Sebastião Viana usou a imagem de Orleir Cameli para parecer simpático aos cruzeirenses. Por diversas vezes ele citou sua amizade com Orleir e a colaboração do ex-governador na construção da rodovia.
Apesar de não concordar com Sebastião, Bocalom disse que “Orleir sim fez por essa BR, mas vocês fazem a BR e ela derrete”, disse, se dirigindo a Sebastião com um sorriso irônico.
Parecendo irritado, Sebastião mandou Bocalom se atualizar sobre os dados da rodovia. “Tá vendo como você não conhece. O trecho do Liberdade que você citou foi construído pelo Orleir”, disse o petista.
Rocha também entrou na onda das perguntas sobre a rodovia e pediu a Márcio Bittar que falasse sobre infraestrutura.
Na resposta, Márcio criticou a qualidade da rodovia ao dizer que “a BR-364 é única no Brasil que não pode passar carga pesada”. Rocha replicou lamentando que “a rodovia sempre foi usada para promoção política”.
Na tréplica, o tucano Márcio Bittar disse que “vai levar a BR-364 até Pucallpa, no Peru”.
Sebastião e Bocalom travam debate particular
Durante parte do segundo bloco e quase toda a terceira parte do debate, Sebastião Viana e Bocalom travaram um embate particular.
Com cara de poucos amigos, meio irritado e tentando desqualificar Bocalom, pedindo ao candidato do Democratas que estudasse “um pouco mais os temas”, Sebastião Viana fez do oposicionista seu principal alvo de perguntas.
Com um discurso simples, Tião Bocalom tirou o governador e candidato a reeleição Sebastião Viana do sério, que se irritou e tentou diminuí-lo.
Para quem esperava que o debate na tv fosse a grande dificuldade para o candidato Tião Bocalom (DEM) se enganou. Ele acabou sendo a grande vedete do primeiro encontro entre os quatro candidatos que disputam o governo do Acre. E surpreendentemente outro que surpreendeu foi o candidato Antonio Rocha (Psol).
Isso mostra que os marqueteiros ou coordenadores Assem Neto (Bocalom) e Antonio Macedo (Rocha) treinaram bem seus candidatos.
Rocha se apresentou muito a vontade e ao contrário do esperado, demonstrou conhecimento sobrea a realidade do Estado e levou uma mensagem direcionada para servidores públicos. Foi verdadeiro ao dizer que não fará milagre e que será uma obrigação trabalhar pelo bem comum.
Já Bocalom, bem mais solto e sorridente, esqueceu o velho discurso e ironizou quando teve oportunidade. O melhor momento dele que arrancou sorrisos entre os expectadores do debate, foi quando Sebastião Viana (PT) confundiu a terra natal de Bocalom com o estado do Pará. “Não é Pará, candidato, é Paraná”, disse Bocalom ironizando. Sebastião aproveitou e na tréplica repetiu Paraná três vezes.
Perpétua é esquecida por Sebastião durante debate
Ao finalizarem a participação no debate, a maioria dos candidatos ao governo enalteceram seus aliados que disputam uma vaga para o senado.
Candidato a reeleição, Sebastião Viana falou de quase tudo: só esqueceu de citar o nome de sua candidata ao senado Perpétua Almeida, que nasceu em Porto Walter, próximo a Cruzeiro do Sul. A falta de menção do governador pode causar um mal estar na cúpula da FPA, já que os principais candidatos oposicionistas lembraram dos seus.
O tucano Márcio Bittar foi só elogios ao seu candidato Gladson Cameli. Ele agradeceu a família Cameli de “tê-lo emprestado” para esta campanha, ao lado de sua vice Antônia Sales.
Já o democrata Tião Bocalom, finalizou sua participação lembrando do carinho que tem por seus aliados. Ele lembrou o nome do advogado Roberto Duarte, candidato ao senado, e de seu vice, o deputado federal Henrique Afonso.
Rocha foi outro que não esqueceu os seus. No debate, ele lembrou o trabalho da sua vice, a agricultora Dany Mendonça. O candidato do PSOL também ressaltou Fortunato Martins, professor e candidato ao senado pelo seu partido.
Ao final de debate, Bittar é carregado por tucanos
O tucano Márcio Bittar saiu das dependências da TV Juruá para os braços da militância tucana. Contagiado pelo ritmo do debate, Bittar disse o grupo que governa o Acre “esgotou a capacidade criativa”.
Bittar afirmou que o Juruá terá realizado o sonho de Gladson no Senado e pediu para a população arrumar um lugar no coração para seu nome ao governo.
Gladson, Vagner e Antônia Sales ecoaram gritos de ordem empolgados. A militância empolgada carregou Bittar pela rua que dá acesso a TV.