A tendência é de que o trabalho de monitoramento e desenvolvimento do esporte continue – nos últimos dois anos centenas de atletas no Brasil e no exterior foram observadas -, mas o conceito de seleção permanente está no cadafalso. Disse o dirigente que apesar dos esforços o futebol feminino não “pega” no Brasil – embora muita gente tenha se empolgado com o desempenho inicial da seleção feminina, especialmente enquanto a masculina sofria na primeira fase olímpica. Certo é que nos próximos dias esse tema será discutido.
Um ponto é bastante sensível: a Fifa, com quem a relação de Marco Polo del Nero pode azedar a qualquer momento por conta de uma investigação do Comitê de Ética iniciada em novembro do ano passado, tem como uma das suas bandeiras o desenvolvimento do futebol feminino – e dá alguns recursos à CBF com este fim. O novo presidente, Gianni Infantino, promoveu a entrada de mais mulheres no Conselho – ex-Comitê Executivo – e deu a uma mulher a secretaria-geral, o segundo cargo na hierarquia da entidade. A extinção do modelo de seleção permanente, uma peculiaridade do esporte no Brasil, pode não inspirar muita simpatia em Zurique.
Infantino visitou a CBF recentemente. Há quem diga que foi vítima de uma armadilha política de Del Nero e não ficou nada satisfeito em participar da reunião na sede da entidade. Mas os caciques da CBF negam a história com veemência. De qualquer forma, como já ficou claro quando a Fifa tentou punir Del Nero com devolução de verbas da entidade – e depois voltou atrás por pressão da CBF por não haver condenação -, a relação entre as entidades depois dos escândalos de 2015 é instável.
O panorama para o futebol feminino brasileiro, sem competições realmente fortes e apoio efetivo para boa parte das atletas fora da seleção, é incerto.
globoesporte/globo.com