‘Crime’, diz pai de ciclista sueco atropelado com a namorada no AC

‘Se uma pessoa comete um crime, ela tem que ser punida’, diz pai de Emil.
Casal reconheceu corpo da namorada do filho nesta segunda-feira.

G1

Os pais de Emil Börner, Manfred Börner e Maria Börner, foram até o IML para liberar o corpo de Johanna Charlotte (Foto: Aline Nascimento/G1)

No Acre, desde a madrugada de domingo (20), os pais do sueco Emil Börner, de 25 anos, estiveram no Instituto Médico Legal, em Rio Branco (AC), nesta segunda-feira (21) para reconhecer e liberar o corpo da namorada do filho, Johanna Charlotte, de 26 anos, que morreu após ser atropelada por um carro no dia 15 deste mês, na estrada de Epitaciolândia, interior do Acre. Emil segue internado no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Em entrevista exclusiva ao G1, o casal lamentou a morte de Johanna, pediu justiça e falou sobre o alívio de reencontrar o filho com vida.

“Se uma pessoa comete um crime, ela tem que ser punida”, declarou o pai do jovem, Manfred Börner, de 57 anos, que enfrentou 36 horas de viagem para chegar ao Acre.

Casal mantinha página onde postava fotos dos locais por onde passavam em viagem com bicicleta (Foto: Reprodução/Facebook)

Manfred relata que ele e a esposa Maria Börner, de 53 anos, ficaram sabendo do atropelamento por meio de um amigo do filho no Facebook. “Um amigo do Emil viu através de um site de ciclismo sobre o acidente e entrou em contato com a gente em Estocolmo”, diz.

Ainda muito emocionada com a tragédia que vitimou a namorada do filho, Maria Börner diz que, apesar de tudo, está feliz em poder encontrar o filho vivo. Ela diz que Emil ainda não sabe da morte da companheira. “Em primeiro lugar, nos sentimos muito tristes pela morte da Johanna e também pelo estado que nosso filho se encontra. Achamos que ele vai ficar muito triste quando souber que a namorada morreu. Mas, ao mesmo tempo estamos felizes de encontrá-lo com vida”, emociona-se.

Johanna e Emil viajavam ao redor do mundo de bicicleta desde janeiro deste ano, quando foram atropelados na fronteira do Acre.

Liberação do corpo
Segundo o diretor-geral do Departamento de Polícia Técnico-científica, Haley Vilas Boas, após o reconhecimento do corpo da jovem, o casal de suecos assinou a liberação do corpo, que será enviado até a Suécia por meio de uma seguradora.

“O consulado no Amazonas havia pedido que o corpo ficasse aqui até que finalizasse a documentação do translado. A família da vítima não fatal esteve aqui hoje para fazer o reconhecimento do corpo com a documentação necessária e uma empresa de seguro está entrando em contato com a gente para liberação e finalização desse procedimento”, destaca.

O diretor destaca ainda que o órgão continuava no aguardo do consulado com os documentos necessários para o translado.

Entenda o caso
O casal de ciclistas sueco, Johanna Charlotte Eklöf, de 26 anos e Emil Börner, de 25, foi atropelado por um carro, na manhã de terça-feira (15). A mulher morreu no local, enquanto Böner foi encaminhado com fraturas expostas e traumatismo craniano para o Hospital de Urgência e Emergência, em Rio Branco.

Acidente ocorreu na BR-317 e bicicleta teria sido arrastada por 210 metros (Foto: Alexandre Lima/Arquivo pessoal )

O casal fazia tour de bicicleta pelo mundo e mantinha um site em que compartilhava fotos dos locais que passava e histórias de pessoas que encontrava em suas viagens. Na tarde da terça-feira (15), um internauta chegou a anunciar o acidente na página oficial do casal no Facebook.

Na quarta-feira (16), o delegado responsável pelo caso, Mardilson Vitorino disse ao G1 que o motorista que conduzia o carro que atropelou o casal estava a mais de 100 km/h. O motorista, José Ribamar Júnior, de 33 anos, prestou depoimento e foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A velocidade máxima permitida no local do acidente era de 80  km/h.

Em entrevista ao G1, um dia após o acidente, o motorista do carro José Ribamar Júnior  contou que saía de Brasiléia e ia para Rio Branco sozinho no carro, quando os ciclistas apareceram na sua frente.

“Nem sei como estou vivo aqui para falar, foi tudo muito rápido. O casal estava embaixo de uma árvore, em um local onde nem eu, nem eles poderíamos nos visualizar. De repente, eles surgiram na minha frente. Essa cena vai ficar por muito tempo ainda na minha memória, nem consegui dormir ainda, tomei medicamentos para tentar me acalmar”, disse o motorista.

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Publicado por
Alexandre Lima

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