Criança indígena morre e família denuncia falta de assistência do polo-base de saúde

A vítima era portadora de necessidades especiais

Familiares se despedem da criança indígena/Foto: Charlton Lopes/ContilNet

Adeilson Saibino Huni Kui, de apenas 10 anos, morreu na quarta-feira (16) no Hospital da Criança, em Rio Branco. Ele morava na aldeia Nova Fronteira, terra indígena do Alto Purus, município de Santa Rosa. Vítima de uma pneumonia grave, o menino não recebeu assistência do polo-base do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), órgão responsável pela saúde indígena e ligado ao Ministério da Saúde.

A vítima era portadora de necessidades especiais e, por causa disso, os pais passaram a morar no município de Manoel Urbano. “Nunca recebemos assistência e muito menos os remédios para tratar o nosso filho. O chefe do polo-base de Manoel Urbano, o senhor Raimundo Adriano, alegou que a gente pertencia ao polo de Santa Rosa do Purus”, revelou o pai da criança, Ademilson Batista Domingos Huni Kui.

Abandonada, a família indígena passou a viver da ajuda de familiares e amigos. “Fomos morar em Manoel Urbano porque o município tinha uma estrutura melhor de saúde, mas passamos a ser tratados como moradores comuns da cidade”, desabafou a mãe do menino, Ana Maria Huni Kui. Depois de ser internada na rede pública municipal, a criança foi transferida para Sena Madureira e depois para a capital.

O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) do Alto Purus, Sabá Manchinery, disse que a entidade vai investigar o caso. “Essa e outras atitudes da coordenação da atual gestão do DSEI do Alto Purus demonstra desrespeito, truculência e abuso de poder”, disparou ele, orientando a família indígena a denunciar os servidores públicos no Ministério Público Federal.

Em nota, a coordenadora do Dsei Alto Purus, Jiza Lopes Cezar, nega qualquer espécie de negligência ou omissão, assegurando que o órgão não pode dá assistência aos índios não aldeados.

Veja a nota:

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Publicado por
Alexandre Lima