Na verdade, o que se chama de café “especial” é o produto que passa por etapas que determinam uma qualidade maior, desde a seleção dos grãos até o processo de secagem.
Graças ao seu maior valor de mercado, esse tipo de produção começa a crescer entre os produtores rurais acreanos.
Michelma também fala sobre o processamento e novas práticas na produção do café considerado especial. “Nós temos dois tipos de processamento, sendo o via úmida, que exige equipamentos como despolpador, lavador e separador e o via seca, sendo o mais utilizado aqui no Acre, que é quando os frutos vão para o secador rotativo de fogo ou terreiros suspensos”, afirma.
Outra novidade na produção de café especial no Acre é a fermentação dos grãos. “Estamos iniciando esse trabalho de fermentação do café no Acre com alguns produtores do Juruá e também da região de Acrelândia. Os grãos são acondicionados sem a presença de oxigênio, resultando em um café com maior acidez e maior percepção de doçura, o que faz com que seja mais aceito por conta de seu aroma e sabor”, diz Michelma.
Um dos produtores que tem investido na produção de café especial no Acre é Abílio de Brito, 60 anos, do Projeto de Assentamento Tocantins, na região de Porto Acre. “O fato de você está produzindo um café de mais qualidade gera uma expectativa muito grande para agregar valor à nossa produção. Nosso intuito é melhorar cada vez mais e conseguir produzir um café que agregue qualidade e que alcance ainda mais mercado”, conta.