Coluna da Maria Coutinho – Saudade, o positivismo tóxico e a pandemia

Vamos falar de saudade!

Quem inventou a saudade…

…seguramente não conhecia a distância nem o cenário de perdas e ausência de luz em que permanece a humanidade.  A pandemia despertou sentimentos confusos e a incapacidade de lidar com eles.

O labirinto da saudade é sofrimento.

Sabe quando o menos é mais? Menos contato, mais lembranças! Menos recursos, mais fome! Menos amor, mais ódio! Menos respeito, mais agressão! Menos fé, mais tragédias! Menos liberdade, mais transgressão! Menos saúde, mais doença!

A saudade e os detalhes.

A pandemia nos ensinou que a saudade está nos detalhes. Ficamos isolados, amigos e familiares tiveram mortes precoces com despedidas traumáticas. O pesadelo continua fruto de negligencias e erros.

Inesperadamente…

…tudo se fez difícil e nos vimos sozinhos. Desejamos algo bom, mas permanecemos fora do eixo, errando, com medo e angustiados.

Íntimos da saudade.

Passamos a sentir falta de tudo, de quem não conhecemos e até de lugares onde nunca visitamos. Os nós que tentamos desatar nos tirou a paz. São tantos nós difíceis que passamos a negar a realidade.

Positividade toxica e a pandemia

Permanecemos vulneráveis! Ignorar as orientações sanitárias preventivas da COVID-19, é aumentar o sofrimento. A necessidade de retorno a vida “normal” não deve ser equivocada silenciando a razão, distorcendo os fatos e construindo armadilhas.

Os negacionistas…

…são positivistas tóxicos no momento pandêmico porque violam as normas sanitárias, impõem a felicidade a si e aos outros. Aglomeram, não usam mascaras e relaxam na higienização pessoal.

São repressores…

dos seus sentimentos. Negligenciam, desdenham e desrespeitam o oponente. Não reconhecem suas emoções nem a dos outros e permanecem vigilantes bloqueando o fortalecimento da resiliência emocional.

Positividade saudável…

…não é radicalizar! Precisamos liberar emoções, identificar fragilidades respeitando as etapas individuais e particularidades. Não é distorcendo a realidade que nos fortalecemos, ao contrário, ficamos vulneráveis.

Quando admitimos limitações…

… desenvolvemos recursos psicológicos para resistir as situações difíceis. Nesse momento precisamos acolher a realidade mundial frente a COVID-19, evitando a fadiga mental e o adoecimento.

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Publicado por
Da Redação