Coligações inusitadas marcam formação de chapas no interior do estado

A eleição municipal, especialmente no interior acreano está promovendo um verdadeiro nó na tradicional divisão ideológica da política acreana.

Eleições no interior do Acre colocam Jorge Viana e Petecão no mesmo lado político

A Tribuna

O tabuleiro eleitoral em Mâncio Lima, município mais ocidental do Brasil, coloca o ex-governador Jorge Viana (PT) e o senador Sérgio Petecão (PSD) novamente do mesmo lado político.

Partidos tradicionalmente rivais, em extremos opostos do espectro ideológico, político e até na divisão entre legendas laicas e religiosas estão formando as mais estranhas e inusitadas coligações, impensáveis há alguns anos.

Longe de parecer estranho, isso só demonstra um amadurecimento político e o fim das idiossincrasias dos falsos rótulos, acenando que a velha divisão entre esquerda e direita e entre os que se diziam puros contra os que classificavam de forma rasteira e crítica como corruptos ou párias não existe mais.

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Petecão é questionado por se juntar ao PT e ao PCdoB em Mâncio Lima e responde: “Besteira”

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Por exemplo, em Mâncio Lima, coligação fechada em convenção definiu a chapa do atual prefeito Isaac Lima, do PT, tendo como vice Ângela Valente (Republicanos), partido ligado á Igreja Universal, que sempre foi arqui-inimigo dos petistas.

E a coligação foi firmada em solenidade que contou com a presença tanto do ex-senador Jorge Viana, como do atual senador Sérgio Petecão, cujo PSD apoia a chapa, ainda teve a participação dos deputados Edvaldo Magalhães, deputada federal Perpétua Almeida, do PC do B, deputado federal Manoel Marcos, do Republicanos e do estadual Jonas Lima, do PT, irmão do prefeito e candidato à reeleição.

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Isaac Lima ainda tem o apoio do PL, da ex-deputada Antônia Lúcia, para quem o PT era pouco menos que demoníaco, algum tempo atrás.

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Em Marechal Thaumaturgo, a coligação reunirá PSD, PSDB, PP e PCdoB, no apoio ao atual prefeito, Isaac Piyãko ( PSD).

O apoio do PSDB acreano a um candidato que terá o comunista PC do B no palanque é uma incongruência no discurso do vice-governador Major Rocha.

Que ainda tem influência entre os tucanos e sempre se considerou adversário do comunismo e socialismo, a ponto de criticar o apoio do governador Gladson Cameli, na capital, à socialista Socorro Neri.

Em Sena Madureira, tudo caminha pata que o PT apoie a chapa do MDB, com Mazinho Serafim, enquanto que no Juruá o PC do B já se decidiu pelo apoio as eu ex-correligionário Zequinha Lima, hoje no PP, em Cruzeiro do Sul, que poderá ter como vice, Henrique Afonso, ex-PT e hoje no PSD.

Nessa sopa de letras partidárias no estado, os preconceitos, as diferenças ideológicas vão ficando para trás de tal maneira que nenhum partido poderá pureza e compromisso ideológico de ninguém.

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