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Citi piora projeção fiscal para Brasil mesmo com perspectiva de redução da PEC do estouro

As projeções do Citi vieram depois que o governo eleito apresentou minuta da PEC
ADRIANO MACHADO/REUTERS-02/09/2020
Sob o novo cenário do banco, o governo brasileiro apresentará um déficit primário de 1,6% do PIB em 2023, ante um resultado de 0%
O Citi piorou suas projeções para a dívida pública do Brasil devido às medidas de flexibilização fiscal planejadas pelo governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda que o banco americano espere que a PEC do estouro, que busca excluir despesas do teto de gastos, seja diluída durante sua tramitação no Congresso.
“Pioramos nossas projeções fiscais para os anos seguintes, com a dívida pública chegando a 89% do PIB ao fim do governo Lula”, disse o Citi em relatório nesta sexta-feira (18).
Sob o novo cenário do banco, o governo brasileiro apresentará um déficit primário de 1,6% do PIB em 2023, ante um resultado primário próximo de 0,0% do PIB previsto para este ano. Já a dívida pública deve passar de 75,8% do PIB, em 2022, para 81,0% do PIB no ano que vem.
As projeções do Citi vieram depois que o governo eleito apresentou, nesta semana, a minuta da PEC da Transição, cujo texto embutiu a proposta de excepcionalizar 175 bilhões de reais do teto de gastos para o pagamento do Bolsa Família por tempo indeterminado.
“Esperamos que o tamanho e duração [da PEC] sejam diluídos durante as negociações [no Congresso]”, disse o Citi no relatório, em resposta a reações muito adversas do mercado e de importantes economistas brasileiros. No entanto, “como há outras medidas que Lula tentaria aprovar nos anos seguintes, os riscos fiscais permaneceriam”, alertou o banco.
Entre essas medidas, o Citi destacou uma eventual tentativa de Lula de aumentar os salários de funcionários públicos em algum momento de sua gestão, bem como chances de que o novo governo busque manter cortes de impostos promovidos neste ano pela gestão do presidente Jair Bolsonaro.
Sob o cenário básico do credor americano, Lula conseguirá aprovar uma PEC que excluiria 150 bilhões de reais (1,5% do PIB) do teto de gastos em 2023. “Isso não seria financiado, impactando diretamente as contas fiscais”, estimou o Citi.
“A partir de 2024, assumimos que o tamanho da flexibilização [gastos públicos extrateto] diminuirá em 50 bilhões de reais por ano. Em outras palavras, teríamos um gasto público extra de 100 bilhões em 2024, 50 bilhões em 2025 e nenhuma flexibilização em 2026 [em conformidade com o teto de gastos]”, previu o Citi.
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Com Alckmin, empresários defendem reversão de tarifas e pedem maior prazo

Porto de Los Angeles • 13/05/2025. REUTERS/Mike Blake
A indústria solicitou ao vice-presidente Geraldo Alckmin que o governo federal negocie uma ampliação do prazo de vigência da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, previsto para 1° de agosto.
A declaração foi realizada após reunião do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços com representantes do setor industrial brasileiro.
“O que nós ouvimos aqui foi negociação, ou seja, um empenho para rever, o que coincide com a proposta do governo brasileiro e do presidente Lula. Foi colocado de que o prazo é exíguo. O prazo é curto. De que nós deveríamos trabalhar pela sua dilação”, disse Alckmin após o encontro.
Para o vice-presidente, a tarifa de 50% pode ser vista como uma oportunidade para a indústria ampliar os seus acordos comerciais. “É oportunidade para mais acordos comerciais. Podemos abrir oportunidades para fazer mais acordos comerciais”, afirmou.
Fonte: CNN
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Caixa libera abono salarial para nascidos em setembro e outubro

Foto: Reprodução
Cerca de 3,8 milhões de trabalhadores com carteira assinada que ganham até dois salários mínimos e nasceram em setembro e outubro podem sacar, a partir desta terça-feira (15), o valor do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) em 2025 (ano-base 2023). A quantia está disponível no Portal Gov.br.
Ao todo, a Caixa Econômica Federal liberará pouco mais de R$ 4,4 bilhões neste mês. Aprovado no fim do ano passado, o calendário de liberações segue o mês de nascimento do trabalhador. Os pagamentos começaram em 17 de fevereiro e vão até 15 de agosto. O trabalhador pode conferir a situação do benefício no aplicativo Carteira de Trabalho Digital.
Neste ano, R$ 30,7 bilhões poderão ser sacados. Segundo o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o abono salarial de 2025 será pago a 25,8 milhões de trabalhadores em todo o país. Desse total, cerca de 22 milhões que trabalham na iniciativa privada receberão o PIS e 3,8 milhões de servidores públicos, empregados de estatais e militares têm direito ao Pasep.
O PIS é pago pela Caixa Econômica Federal; e o Pasep, pelo Banco do Brasil (BB). Como ocorre tradicionalmente, os pagamentos serão divididos em seis lotes, baseados no mês de nascimento. Os saques terão início nas datas de liberação dos lotes e acabarão em 29 de dezembro de 2025. Após esse prazo, será necessário aguardar convocação especial do Ministério do Trabalho.
Nascidos em | Recebem a partir de |
Janeiro | 17 de fevereiro |
Fevereiro | 17 de março |
Março e Abril | 15 de abril |
Maio e Junho | 15 de maio |
Julho e Agosto | 16 de junho |
Setembro e Outubro | 15 de julho |
Novembro e Dezembro | 15 de agosto |
Quem tem direito
Tem direito ao benefício o trabalhador inscrito no PIS/Pasep há, pelo menos, cinco anos, e que tenha trabalhado formalmente por, no mínimo, 30 dias no ano-base considerado para a apuração, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos. Também é necessário que os dados tenham sido informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
O valor do abono é proporcional ao período em que o empregado trabalhou com carteira assinada em 2023. Cada mês trabalhado equivale a um benefício de R$ 126,50, com períodos iguais ou superiores a 15 dias contados como mês cheio. Quem trabalhou 12 meses com carteira assinada receberá o salário mínimo cheio, de R$ 1.518.
O abono salarial não se confunde com as cotas do antigo Fundo PIS/Pasep, que podem ser sacadas por meio de outra plataforma, lançada em março deste ano. O antigo fundo abriga cotas de cerca de 10,5 milhões de pessoas que tinham empregos formais antes da Constituição de 1988. O abono salarial beneficia trabalhadores com carteira assinada após a Constituição de 1988, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Pagamento
Trabalhadores da iniciativa privada com conta-corrente ou poupança na Caixa receberão o crédito automaticamente no banco, de acordo com o mês de seu nascimento.
Os demais beneficiários receberão os valores por meio da poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Caso não seja possível a abertura da conta digital, o saque poderá ser realizado com o Cartão do Cidadão e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas, Caixa Aqui ou agências, também de acordo com o calendário de pagamento escalonado por mês de nascimento.
O pagamento do abono do Pasep ocorre via crédito em conta para quem é correntista ou tem poupança no Banco do Brasil. O trabalhador que não é correntista do BB pode efetuar a transferência via TED para conta de sua titularidade via terminais de autoatendimento, portal na internet ou no guichê de caixa das agências, mediante apresentação de documento oficial de identidade.
Quem não é correntista da Caixa ou do Banco do Brasil e tem direito ao benefício também pode sacar o valor por meio do Portal Gov.br, no serviço Receber o abono salarial, mas é necessário ter conta prata ou ouro.
Até 2020, o abono salarial do ano anterior era pago de julho do ano corrente a junho do ano seguinte. No início de 2021, o Codefat atendeu a recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU) e passou a depositar o dinheiro somente dois anos após o trabalho com carteira assinada.
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