Cidades acreanas registram novos surtos de dengue

Com o aumento dos casos de dengue no estado, os profissionais de saúde estão alertando as autoridades do risco de morte dos pacientes acometidos de covid-19.

A Tribuna

A vendedora autônoma Fabiana Barros disse que está se recuperando após pegar uma dengue que evoluiu para um quadro hemorrágico. “Deus é tão bom que não peguei a covid-19”, declarou a internauta.

O médico infectologista Genilson Leite usou as redes sociais para alertar as autoridades da área de saúde do aumento dos casos hemorrágico nos municípios acreanos.

Destacou que os profisisnais de saúde têm percebido o registro doaumento de casos de pacientes com dengue e covid-19, ao mesmo tempo. “Isso nos preocupa e sem cooperação de todos, podemos ter muitos óbitos nos próximos meses”, avisou Dr. Genilson.

A coordenadora do Núcleo de Doença de Transmissão de Vetores, Andreia Moraes informou que pelos dados oficiais, o estado tem registrado uma redução do número de casos. Atribui esse fato à falta de digitação no sistema, pelos municípios em decorrência da transição das novas gestões. A gestora admitiu que as informações não oficiais, repassadas de pessoa a pessoa, está havendo aumento de casos em vários municípios, mas que só podem divulgar os dados oficias. “Estamos entrando em contato com os municípios para falarmos com os responsáveis pela vigilância epidemiológica e solicitar mais rapidez na digitação das fichas para revisão dos dados”, revelou.

Somente no ano passado foram registrados três morte por dengue hemorrágica no município de Cruzeiro do Sul (no Vale do Juruá).

A primeira vítima foi a comerciante Neiva Nascimento, que morreu numa mesma unidade de saúde, depois de dar entrada com os mesmos sintomas hemorrágicos. A segunda vítima foi a estudante cruzeirense Abigail Campos, que teve complicações clínicas, naquela ocasião.

O boletim epidemiológico apontava um surto da doença em 20 municípios acreanos, mas apenas Jordão e Porto Valter não tinham registrado nenhuma ocorrência da doença ate o fechamento da materia.

Em apenas duas semanas do mês de janeiro de 2020, foram registrados 496 notificações de dengue no estado. Sendo 158 casos de dengue confirmados, enquanto 230 notificações estavam em fase de investigação e 108 casos tinham sido descartados.

A investigação epidemiológica apontou que o sorotipo que circulava no município do Vale do Juruá era do DEN-2 (considerado mais virulento), enquanto em Rio Branco predominava o sorotipo DEN-1. As amostras que analisadas pelo Instituto Evandro Chagas apontaram para os dois sorotipos circulante nos dois municípios.

Em 2019, o Acre registrou 16.407 notificações da doença, mas apenas oito mil casos confirmados de dengue. Cruzeiro do Sul liderava com 9.464 casos notificados, sendo 2.383 casos com sorologia positiva.

Sendo 68 casos, os pacientes tinham apresentado complicações clínicas, sendo 62 internações em Cruzeiro do Sul, duas em Rio Branco e uma nos municípios de Rodrigues Alves, Brasileia, Epitaciolândia e Capixaba.

Aproximadamente 6.280 descartados e 2.127 casos em investigação. O boletim epidemiológico apontava um surto da doença em 20 municípios acreanos, mas apenas Jordão e Porto Valter não tinham registrado nenhuma ocorrência da doença. Dengue é causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) que se apresenta em quatro tipos diferentes: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

Cuidados – A recomendação das autoridades da área da saúde é manter as caixas d’água, tonéis, bacias e barris que acumulam água para o consumo doméstico, bem fechados; Não deixar água acumulada sobre a laje ou corredores no entorno da residência; Deixar as garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo no quintal para evitar acumulo de água de chuva; Guardar pneus usados, em locais cobertos; Fazer a manutenção de piscinas, tampar ralos, colocar areia nos cacos de vidro de muros ou cimento e não deixar água acumulada em folhas secas e tampinhas de garrafas; os vasos sanitários externos devem ser tampados e verificados semanalmente, inclusive lonas para cobrir materiais de construção devem estar sempre bem esticadas para evitar acumular a água da chuva; recolher os sacos plásticos e remover o lixo do quintal.

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