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Cheias mortais devastam o sul da Ásia: mais de 900 mortos

Vista aérea mostra estragos de enchentes em vilarejo de Aceh, na Indonésia Imagem: Chaideer Mahyuddin/AFP

O sul da Ásia vive uma destruição rara mesmo para uma região acostumada a extremos climáticos. Mais de 900 pessoas morreram na Indonésia, no Sri Lanka, na Malásia e na Tailândia, em eventos que cientistas descrevem como amplificados pelo aquecimento global e pela saturação do solo após anos de chuvas cada vez mais irregulares.

Indonésia: Sumatra devastada

O ciclone Senyar, um fenômeno incomum nessas latitudes, atingiu Sumatracom força suficiente para provocar 442 mortes e deixar 402 pessoas desaparecidas. Vilarejos foram soterrados, pontes arrancadas e uma corrida por comida levou a episódios de saques — a polícia afirmou que moradores temiam “morrer de fome antes da chegada da ajuda”.

Sri Lanka em emergência

O ciclone Ditwah deixou ao menos 334 mortos e forçou 147 mil pessoas a buscar abrigo. O presidente Anura Kumara Dissanayake classificou o evento como o “mais desafiador desastre natural da história recente” do país.

Tailândia: chuva sem comparação em 300 anos

No sul tailandês, chuvas classificadas por meteorologistas como um evento “de 1 em 300 anos” inundaram a cidade de Hat Yai. Pelo menos 162 pessoas morreram.

Crimes de guerra no Caribe?

Reportagens do Washington Post e do The Intercept revelaram ordens verbais do secretário de Defesa, Pete Hegseth, para “matar todos” os ocupantes de embarcações suspeitas de tráfico de drogas. O caso mais grave: após um ataque inicial, um segundo míssil teria sido disparado para matar sobreviventes que tentavam se agarrar aos destroços.

Líderes de ambos os partidos — o republicano Mike Turner e democratas como Tim Kaine e Mark Kelly — disseram que o segundo ataque “pode configurar crime de guerra“.

Um editorial do Wall Street Journal avaliou a operação como parte de um confronto direto com Nicolás Maduro, e sugeriu que o envio de 25% dos navios de guerra e milhares de fuzileiros “não combina” com meras operações antidrogas.

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A economia paralela da guerra

A escalada no Caribe abriu espaço para startups de defesa venderem drones, sensores e softwares de IA antes direcionados à China ou à Ucrânia, relata reportagem do The Wall Street Journal.

  • Alex Karp, da Palantir, afirmou que se orgulharia caso sua tecnologia estivesse sendo usada, classificando o fentanil como um “flagelo na classe trabalhadora”.
  • A Guarda Costeira planeja ampliar o uso de drones V-BAT, ligados a apreensões de mais de US$ 1 bilhão em 2025.

“Céu fechado” da Venezuela

Trump declarou que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado “fechado em sua totalidade”, uma afirmação sem base operacional imediata, mas com peso político.

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David Sacks e o laboratório ético do Vale do Silício

Uma reportagem investigativa do The New York Times apontou conflitos de interesse envolvendo David Sacks, que atua como “empregado governamental especial” da Casa Branca em temas de IA e criptomoedas.

  • O jornal identificou 708 investimentos, dos quais 449 relacionados à IA — muitos diretamente afetados pelas políticas que ele mesmo ajuda a formular.
  • Sacks facilitou o acesso de empresários ao presidente e pressionou pela remoção de barreiras regulatórias que podem gerar até US$ 200 bilhões em novas vendas de chips.

Netanyahu pede perdão e abre uma crise institucional

O primeiro-ministro israelense solicitou ao presidente Isaac Herzog um perdão que encerraria seus processos por corrupção: sem condenação nem confissão. A informação é detalhada por vários veículos israelenses.

Críticos, como Yair Lapid, dizem que um perdão exigiria admissão de culpa, arrependimento e saída da vida política. Além disso, Netanyahu é alvo de mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra em Gaza.

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Sudão: o horror de el-Fasher

Reportagem da BBC relata com detalhes a brutalidade após a queda de el-Fasherpara as Forças de Suporte Rápido (sigla para RSF, grupo paramilitar do Sudão):

  • Civis foram alvejados com munição real.
  • Há relatos de violência sexual e pilhagens em postos de controle.
  • Um sobrevivente contou que homens da RSF passaram “com seus carros por cima de feridos que ainda respiravam”.

A RSF nega, chamando as denúncias de propaganda política. El-Fasher era a última fortaleza do Exército em Darfur. Trump disse que pretende se envolver pessoalmente nas negociações de cessar-fogo.

A criminalidade mutante da América Latina

O El País, em reportagem, descreve a região como atingida por uma “hidra criminal”: cocaína em alta, extorsão generalizada e exploração de recursos naturais.

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  • Roubo de combustível no México.
  • Mineração ilegal em Peru, Equador e Colômbia.
  • Corte de madeira em larga escala no Brasil.

Especialistas citados pelo jornal afirmam que o modelo “mão dura” de El Salvador seria impossível de replicar em países grandes: exigiria “prender milhões”.

A eleição tutelada de Honduras

A disputa presidencial foi marcada pela intervenção explícita de Donald Trump.

  • Ele endossou Nasry “Tito” Asfura e ameaçou cortar ajuda caso outro candidato vencesse.
  • Anunciou intenção de perdoar Juan Orlando Hernández, ex-presidente condenado nos EUA por uma operação de narcotráfico de décadas.

A sinalização gerou críticas generalizadas de diplomatas e analistas latino-americanos: trata-se de um precedente de pressão eleitoral sem paralelo recente na região.

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Publicado por
UOL