Cotidiano

Cheia do Rio Acre já deixa mais de 400 desabrigados em sete abrigos na capital acreana

Nível do rio chegou a 15,36 m na segunda-feira (29), um aumento de 42 cm sem precipitação. Há 141 famílias desabrigadas em abrigos e outras 216 desalojadas em casas de parentes

Prefeitura de Rio Branco e governo estadual mantêm pontos de acolhimento em escolas e centros culturais; número de desalojados também cresce. Foto: captada 

A enchente atípica do Rio Acre em dezembro já desabrigou mais de 400 pessoas em Rio Branco, segundo dados da Prefeitura e do governo estadual. Ao todo, 411 pessoas — de 141 famílias — estão em sete abrigos montados em escolas e centros culturais. Outras 216 famílias estão desalojadas em casas de parentes ou amigos, sendo que 138 delas contaram com auxílio da Defesa Civil para remoção.

O nível do rio continua subindo mesmo sem chuva: na medição das 9h desta segunda-feira (29), marcava 15,36 metros, um aumento de 42 centímetros em 24 horas sem precipitação. A surpresa com a cheia em dezembro foi expressa por moradores como Janaína Brenna, de 22 anos, que vive no bairro Seis de Agosto: “Ninguém estava esperando […] é mais para fevereiro e março. E ainda assim, Natal, Ano Novo, você pensa que quando vai festejar, vem isso”.

A situação mantém a capital em estado de emergência, com equipes da Defesa Civil atuando na remoção de famílias e no monitoramento contínuo do nível do rio.

Janaína Brenna mora no bairro Seis de Agosto e se mudou para a casa do pai. Foto: captada/Rede Amazônica

A Prefeitura de Rio Branco mantém seis abrigos e o governo do Acre mais um para atender às famílias desabrigadas pela enchente do Rio Acre. Ao todo, sete pontos de acolhimento foram abertos — a maioria em escolas e centros culturais — e já abrigam 411 pessoas, de 141 famílias.

Com o nível do rio continuando a subir a expectativa é que mais pessoas precisem ser removidas de áreas de risco. Além dos desabrigados em abrigos, outras 216 famílias estão desalojadas em casas de parentes ou amigos. Os locais seguem recebendo doações e contam com apoio da Defesa Civil e de equipes de assistência social.

Os abrigos abertos são:
  • Escola Álvaro Rocha – Bairro: Conquista (Há 14 famílias – um total de 51 pessoas)
  • Escola Anice Jatene – Bairro Geraldo Fleming (Há 16 famílias – um total de 56 pessoas)
  • Escola Maria Lúcia – Bairro Morada do Sol (Há 13 famílias – um total de 38 pessoas)
  • Escola Georgete Eluan Kalume – Bairro Cadeia Velha (Há 8 famílias – um total de 31 pessoas)
  • Escola Marilda Gouveia Viana – Bairro João Eduardo I (Há 9 famílias – um total de 58 pessoas)
  • Centro de Cultura Mestre Caboquinho – Bairro Vila Maria, Estrada do Aeroporto (Há 75 famílias – um total de 130 pessoas)
  • Escola Estadual Leôncio de Carvalho (abrigo indígena) – Bairro Benfica (Há 6 famílias – total de 47 pessoas)

A cota alerta máximo é fixada em 14 metros. Isto significa que a partir desta marca, o manancial pode começar a inundar os bairros próximos às margens. Este é o segundo registro de transbordo em menos de um ano, uma vez que o rio também ultrapassou a marca em março.

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Publicado por
Marcus José