Chacina da família boliviana: acusados enfrentam júri popular em Rio Branco

Nos próximos dias o Juiz de Acrelândia deve se manifestar e declinar da competência, determinando o envio para a capital, como determina o CPP.

 

 

Com A Tribuna

Os acusados pelo estupro de uma adolescente e chacina da família dela, de bolivianos, em setembro do ano passado, no ramal do Pelé, próximo a Acrelândia, mas já no país vizinho, irão a júri popular e o processo pode sair de Acrelândia e se transferido para uma das varas do tribunal de Júri da capital.

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O código de processo penal no artigo 88, determina que nos crimes praticados fora do território brasileiro, a competência para julgar é o juízo da capital do estado onde por último residiu o réu.

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Apesar do crime ter ocorrido em solo boliviano, os brasileiros foram presos no Brasil, e por isso serão julgados por aqui. O advogado dos réus já tinha feito o pedido nos autos e o Ministério Público já se manifestou favorável a transferência, o desaforamento, do processo para a capital. Nos próximos dias o Juiz de Acrelândia deve se manifestar e declinar da competência, determinando o envio para a capital, como determina o CPP.

O patriarca da família morta ainda cuida da filha estuprada que conseguiu escapar da chacina. A garota de 14 anos fez várias cirurgias por causa dos tiros que recebeu e está em recuperação.

O pai da garota chegou a procurar as autoridades bolivianas numa tentativa de que os presos fossem transferidos para serem julgados na Bolívia, no entanto, as leis brasileiras não permitem.

Dos sete acusados pelos crimes, cinco são da mesma família, apenas um não foi preso: Gilvan Nascimento da Silva, continua foragido. No mês de dezembro, a polícia militar conseguiu prender o principal acusado, Gilvani Nascimento da Silva, o Bulu. Ele é acusado de estuprar a adolescente de 14 anos e participar da morte da mãe dela: Florentina Beatriz Condori e dos irmãos da jovem Frank Cristian e Samir Rivas Hilarion. Após as mortes, os corpos foram abandonados na floresta.

O crime aconteceu no dia 13 de setembro do ano passado, em uma propriedade rural em terras da Bolívia. A família boliviana foi atacada por brasileiros quase todos da mesma família. Tudo começou quando Bulu, foi acusado pelo pai da jovem de ter estuprado a menina. O homem decidiu amarrar Bulu e chamar a Polícia. Quando saiu em busca de ajuda, a família Nascimento então resolveu fazer o resgate e matar todos os membros da família.

A Justiça de Acrelândia acatou a denúncia e todos viraram réus no processo, inclusive o patriarca da família Gean Carlos Nascimento da Silva, o “Baleado”, homem temido na região do ramal do Pelé em Acrelândia.

Por causa dos homicídios todos os réus irão a júri popular agora na capital.

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