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Casos de coqueluche no Brasil disparam em 2024, e doença atinge pico dos últimos 9 anos

Imunização: Foto: Junior Aguiar/Sesacre
Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais se destacaram negativamente com os maiores aumentos
O Brasil enfrentou, em 2024, um aumento nos casos de coqueluche, registrando o maior número de notificações da doença em quase uma década. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que o número de casos confirmados saltou de 214, em 2023, para 5.998 no ano passado — um crescimento de 2.702%.
A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. A transmissão ocorre, principalmente, por meio de gotículas liberadas durante a tosse, fala ou espirro de pessoas infectadas.
Embora mais rara, também é possível a transmissão por meio de objetos contaminados com secreções respiratórias.
Os estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais se destacaram como os que tiveram os maiores aumentos percentuais de casos entre 2023 e 2024. O Paraná registrou uma explosão no número de notificações, que passaram de apenas 16 casos em 2023 para impressionantes 2.423 casos em 2024.
Medidas para conter avanço
A reportagem procurou as secretarias de saúde dos estados citados, e as pastas de Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro apresentaram detalhes sobre as medidas adotadas para conter o avanço da coqueluche em 2024.
Entre as medidas comuns aos três estados estão a intensificação da vacinação, com foco em gestantes, puérperas e crianças, além de campanhas de conscientização e capacitação de profissionais de saúde para diagnóstico precoce e tratamento adequado da doença.
Também foram reforçadas orientações sobre medidas preventivas não farmacológicas, como o isolamento de casos suspeitos, higiene respiratória, ventilação de ambientes e uso de máscaras.
Adicionalmente, cada estado adotou estratégias específicas. Santa Catarina ampliou o uso do exame PCR no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC) para melhorar o diagnóstico. O Paraná priorizou a vacinação de trabalhadores de saúde e educação que atuam diretamente com gestantes e crianças pequenas.
No Rio de Janeiro, a campanha “Vai de Vacina, Não Vacila”, realizada em parceria com o Unicef, buscou conscientizar mães e pais jovens sobre a importância da imunização. Todas essas ações têm como objetivo conter o aumento de casos, impulsionado por fatores como a ciclicidade da doença, baixa cobertura vacinal e maior capacidade de diagnóstico.
Retorno de mortes após três anos
Além do aumento nos casos confirmados, o Brasil também voltou a registrar óbitos por coqueluche em 2024. Foram notificadas 27 mortes, a maioria em bebês com menos de um ano de idade — faixa etária em que a doença é especialmente grave.
Até então, o último registro de morte por coqueluche no país havia ocorrido em 2020, com apenas um óbito.
Em nota, o Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação para a prevenção da coqueluche. “A vacina disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) não apenas protege contra a infecção por até 20 anos, mas também impede a colonização da bactéria, o que evita que os vacinados transmitam a doença.”
O esquema vacinal contra a coqueluche no SUS inclui:
- Vacina pentavalente: Três doses administradas em crianças menores de um ano, com a primeira dose aplicada aos dois meses de idade.
- Vacina DTP (difteria, tétano e pertussis): Uma dose de reforço aos 15 meses e outra aos quatro anos.
- Vacina dTpa: Indicada para gestantes a partir da 20ª semana de gestação, além de profissionais da saúde e parteiras tradicionais.
Até 5 de janeiro de 2025, o Ministério da Saúde informou que mais de 6,6 milhões de doses da vacina pentavalente foram aplicadas, além de 3,93 milhões de doses da DTP e 2,4 milhões da dTpa.
O Ministério da Saúde ainda destacou que o aumento expressivo nos casos também está relacionado ao fortalecimento das estratégias de vigilância e diagnóstico.
Entre as medidas adotadas, estão a ampliação do uso do exame de PCR no SUS e a maior disponibilidade de testes diagnósticos na rede privada.
Alerta
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) a coqueluche é considerada uma doença grave, especialmente para crianças pequenas e pessoas não vacinadas.
Com o aumento expressivo dos casos e o retorno das mortes, autoridades de saúde têm reforçado a necessidade de manter os esquemas vacinais atualizados e a conscientização sobre a gravidade da doença.
Por ser altamente contagiosa, medidas simples, como cobrir a boca ao tossir, lavar as mãos frequentemente e evitar contato próximo com pessoas doentes, podem contribuir para reduzir a transmissão da bactéria.
Alfredo Gilio, Coordenador da Clínica de Imunização do Hospital Israelita Albert Einstein esclareceu que a coqueluche é uma doença infecciosa causada pela bactéria Bordetella pertussis, exclusiva dos humanos, e transmitida pelo ar. “Sua incidência apresenta flutuações ao longo dos anos, com períodos de aumento e queda de casos. Durante a pandemia de Covid-19, as medidas como isolamento social e uso de máscaras reduziram significativamente a transmissão. No entanto, com a retomada das atividades, os casos voltaram a crescer em vários países”, explica o doutor Alfredo Gilio.
Ainda segundo o médico, “a coqueluche é extremamente transmissível, e cortar sua cadeia de transmissão depende de taxas de cobertura vacinal acima de 95%”.
No Brasil, essas taxas vêm caindo desde 2016 e pioraram durante a pandemia. “Apesar de certa recuperação nos últimos anos, ainda estamos longe do ideal, inclusive para a coqueluche”, aponta Gilio.
Ele destaca que “o fenômeno das fake news sobre vacinas e o chamado ‘paradoxo das vacinas’ — em que o sucesso da vacinação faz com que as pessoas subestimem o risco da doença — contribuem para essa baixa cobertura.”
Além disso, Dr. Gilio lembra que, na década de 1970, antes da vacinação rotineira, eram registrados 80 mil casos de coqueluche no Brasil. “Hoje, também enfrentamos dificuldades logísticas, como a limitação de horários de funcionamento de algumas Unidades de Saúde, o que dificulta para muitos pais levarem seus filhos para completar o calendário vacinal.”
Apesar dos desafios, o especialista reforça que “a vacina disponível no SUS é bastante eficaz, e o calendário vacinal brasileiro é considerado um dos mais completos e elogiados por especialistas no mundo todo. A vacinação de gestantes, disponível após a 20ª semana de gestação, é essencial para proteger os bebês nos primeiros meses de vida, quando a imunidade ainda não está plenamente desenvolvida”.
Ele alerta que “crianças menores de um ano, especialmente as com menos de seis meses, têm quadros mais graves da doença”.
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Adolescente de 15 anos morre em grave acidente entre moto e caminhão na BR-364 em Tarauacá
Jovem seguia como garupa e não resistiu aos ferimentos; condutor da moto foi hospitalizado. Acidente ocorreu de madrugada em trecho de neblina

Com a força da batida, o jovem foi arremessado ao solo e não resistiu aos ferimentos, morrendo ainda no local do acidente, antes da chegada de qualquer socorro médico. Foto: captada
Um adolescente de 15 anos morreu na madrugada desta quarta-feira (24) após um grave acidente entre uma motocicleta e um caminhão na BR-364, em Tarauacá. O jovem seguia como passageiro (garupa) da moto quando houve uma colisão lateral com o veículo de carga nas proximidades do Areal do Rames, no km 3 da rodovia.
Com o impacto, o adolescente foi arremessado ao solo e não resistiu aos ferimentos, falecendo ainda no local. O condutor da motocicleta sofreu ferimentos graves e foi socorrido pelo SAMU, sendo encaminhado ao hospital. O motorista do caminhão permaneceu no local e prestou esclarecimentos.

Com o forte impacto, a motocicleta ficou praticamente partida ao meio, com partes espalhadas pela via. Foto: captada
O acidente ocorreu ao amanhecer, em um trecho asfaltado da rodovia e sob condições de neblina, que podem ter contribuído para a tragédia. O caso já está sendo investigado pelas autoridades competentes. A morte do jovem às vésperas do Natal causou comoção na comunidade de Tarauacá.

O acidente ocorreu no momento em que o dia começava a clarear, em um trecho da rodovia com asfalto, sob condições de neblina, o que pode ter contribuído para a tragédia. Foto: captada
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Homem preso com armas e drogas no Belo Jardim é colocado em liberdade após audiência de custódia
Dioney Bruno Ferreira de Souza, 23 anos, foi detido com pistola 9mm, espingarda e 42 porções de cocaína, mas Justiça não impôs medidas cautelares

Com a aproximação das viaturas, a maioria dos envolvidos fugiu, pulando muros e cercas de residências próximas. Foto: arquivo
O jovem Dioney Bruno Ferreira de Souza, de 23 anos, preso na noite da última terça-feira (23) durante operação da Polícia Militar no bairro Belo Jardim em Rio Branco, foi colocado em liberdadeapós audiência de custódia no Fórum Criminal. A decisão judicial não impôs nenhuma medida cautelar ao investigado, que havia sido flagrado com armas de fogo e drogas.
Material apreendido durante a prisão:
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1 pistola calibre 9mm
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1 espingarda calibre 28
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26 munições de diversos calibres
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42 papelotes de cocaína
Circunstâncias da prisão:
A operação ocorreu por volta das 21h no Beco Cristo Rei, região conhecida por conflitos entre facções criminosas. Durante patrulhamento, policiais encontraram várias pessoas ingerindo bebidas alcoólicas em via pública com som em volume elevado, configurando perturbação da ordem pública. Com a aproximação das viaturas, a maioria fugiu, mas Dioney permaneceu no local.
Segundo a Polícia Militar, o jovem teria arremessado uma arma no quintal de uma residência vizinha antes da abordagem. A apreensão incluiu ainda os entorpecentes e munições encontradas nas proximidades.


Durante a ação, os policiais apreenderam uma pistola calibre 9 milímetros, uma espingarda calibre 28, 26 munições e 42 papelotes de cocaína. Foto: arquivo
Decisão judicial:
Após a audiência de custódia, o judiciário decidiu pela liberdade do investigado sem impor medidas como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com testemunhas ou comparecimento periódico à Justiça. O caso segue em investigação pela Polícia Civil, que deverá analisar as evidências e decidir sobre denúncia formal pelos crimes de porte ilegal de arma e tráfico de drogas.
A decisão contrasta com a gravidade do material apreendido e ocorre em um bairro que vive tensão constante devido a disputas territoriais entre facções criminosas.

Dioney Bruno, preso durante uma operação da Polícia Militar no bairro Belo Jardim, foi colocado em liberdade após passar por audiência de custódia. A decisão judicial não impôs medidas cautelares ao investigado. Foto: captada
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Rotam prende homem por tráfico e apreende drogas em duas ações na mesma noite em Rio Branco

Equipes da Companhia Rotam, do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Acre (BOPE/PMAC), realizaram duas ações distintas de combate ao tráfico de drogas, na noite de terça feira, 23, que resultaram na prisão de um homem e na apreensão de entorpecentes em bairros diferentes da capital.
Durante patrulhamento preventivo da Operação Impacto, no bairro Vitória, os policiais observaram um indivíduo com uma mochila que, ao perceber a aproximação da viatura, fugiu a pé pelos fundos de uma residência, dispensando o objeto durante a fuga. Na mochila, a equipe encontrou entorpecentes.
O suspeito foi localizado em seguida, escondido em uma residência próxima, e recebeu voz de prisão. Questionado, ele assumiu a propriedade da droga e informou que utilizava o imóvel, pertencente à sua avó, para armazenar entorpecentes. O homem foi conduzido à Delegacia Especializada, juntamente com o material apreendido, para as providências cabíveis.
Apreensão no bairro Defesa Civil

Ainda na mesma noite, outra equipe da Rotam realizou uma apreensão de drogas no bairro Defesa Civil. Durante patrulhamento tático na rua Fluminense, área conhecida pela intensa comercialização de entorpecentes, os policiais localizaram, em uma casa abandonada, 103 trouxinhas de cocaína, totalizando 78 gramas, e 10 invólucros de maconha, com cerca de 20 gramas.
Nenhum suspeito foi localizado no local, e todo o material apreendido foi recolhido e encaminhado à unidade responsável para os procedimentos legais.

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