Brasil

Caneta que detecta câncer em segundos é testada pela 1ª vez no Brasil

Tecnologia em forma de caneta criada pela química Lívia Eberlin passa por estudo clínico com pesquisadores do Albert Einstein, em São Paulo

A tecnologia MacSpec Pen System, uma caneta criada pela química brasileira Lívia Eberlin para detectar células tumorais em tempo real, está passando por um estudo clínico pela primeira vez no Brasil.

A série de testes é conduzida por pesquisadores do Einstein Hospital Israelita, em São Paulo, em parceria com a startup de Lívia, a MS Pen Technologies, e a empresa Thermo Fisher Scientific, proprietária do espectrômetro de massas de alta resolução ao qual a caneta é acoplada.

Segundo o hospital, o dispositivo portátil em formato de caneta “lê” a assinatura molecular dos tecidos e indica se são cancerígenos ou saudáveis. A inovação tem o potencial de tornar as cirurgias mais rápidas, seguras e eficazes.

Durante o procedimento, o cirurgião toca a ponta da caneta no tecido que será analisado. O dispositivo libera uma gota de água estéril para coletar moléculas da superfície e, em seguida, aspira esse material para análise imediata no espectrômetro de massas da Thermo Fisher. Com uso de inteligência artificial, o sistema compara o perfil molecular com um banco de dados e entrega o diagnóstico em até 90 segundos.

O estudo clínico terá duração de 24 meses e incluirá 60 pacientes oncológicos – 30 com câncer de pulmão e 30 com câncer de tireoide. Esses tumores foram selecionados com base na acessibilidade cirúrgica, na complexidade diagnóstica intraoperatória e na maturidade do algoritmo para identificação desses tumores.

A tecnologia já foi aplicada em procedimentos envolvendo tumores de mama, cérebro, ovário e próstata, e a abordagem demonstrou resultados consistentes. No Brasil, o objetivo é adaptar o uso à realidade local, avaliando a eficácia diagnóstica em cânceres de pulmão e tireoide, de acordo com o hospital.

“Como brasileira e idealizadora da tecnologia, estou muito feliz de ter o Brasil como o primeiro local internacional dos nossos estudos. Tem sido um privilégio trabalhar com a equipe fantástica do Einstein, que é referência mundial em inovação e excelência em pesquisa e no tratamento de pacientes”, afirma Lívia.

 

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Metropoles