Cada haitiano que entra no Brasil custa cerca de 420 dólares americanos aos coiotes

Taxa e cobrada desde o Equador até ser entregues na cidade de Assis Brasil

Alexandre Lima – Brasiléia, Acre

Chegada na cidade de Assis Brasil já não é problemas para os coiotes – Foto: Alexandre Lima

Uma informação adquirida na cidade de Assis Brasil (Acre), localizada na fronteira com o Peru, extremo norte do Brasil, dão conta de uma prática ilegal que vem sendo usada para que refugiados do Haiti e outros países, entre em solo brasileiro.

Segundo um morador da cidade de Assis Brasil que pediu para não ser identificado, essa onda de imigrantes que vem entrando no Brasil através do Acre, acontece devido um ‘atravessador’ que vem tirando vantagens da situação daqueles que querem uma vida melhor.

A cena pode ser confirmada com a chegada de imigrantes aos montes e que dão entrada através do serviço de imigração no posto da Polícia Federal em Assis Brasil. São apenas cinco agentes federais que se desdobram para carimbar os passaportes do estrangeiros.

Posto da Polícia Federal em Assis Brasil, no Acre, tem apenas cinco agentes para atender uma demanda de 50 refugiados ao dia – Foto: Alexandre Lima

Na manhã desta sexta-feira, dia 5, o movimento de taxis da cidade rumo à Brasiléia, distante cerca de 110 quilômetros pela BR 317, Estrada do Pacífico, foi intenso e foi contado cerca de 17 veículos fretados que viajaram sem qualquer problema.

Na cidade de Brasiléia, neste final de semana, já pode ter ultrapassado os 1500 refugiados de vários países. Além do Haiti tem; Bangladesh, Equador, República Dominicana, Senegal e até esta segunda-feira, dia 8, já pode ter superado o registro de 2010, quando chegou à 1300.

O local onde estão sendo postos àqueles que dão entrada nos documentos provisórios de refugiado, tendem a esperar por cerca de dois meses ao menos. Neste período, recebem uma ajuda do Governo do Acre, que por sua vez, recebe do Governo Federal, onde oferecem atendimento médico, dentário, refúgio (mesmo que precário) e alimentação três vezes ao dia, se gastando pouco mais de R$ 1,5 milhões dos cofres públicos.

Nesse período em que se vem chegando mais refugiados, alguns se destacam na multidão. Diferente dos primeiros a dois anos atrás, alguns possuem computadores, celulares e até mesmo vem frequentando academias de ginástica existente na cidade.

Pequenos comércios se criaram ao redor dos refugiados. Vendas de aparelhos celulares e cartões com créditos é o mais comum. Muitos perambulam pela cidade e são vistos sentados pelas praças a espera do visto que pode durar dois meses.

A redução pela procura de mão-de-obra por empresários de outros estados brasileiros, segundo Damião Borges, representante da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos do Acre em Brasiléia e que tenta organizar a situação, a redução da mão-de-obra por parte de empresários das regiões sul, centro-oeste e sudeste, é um fato preocupante todo o dia.

Local onde os haitianos estão, está ficando pequeno – Foto: Alexandre Lima

Caos social e inconveniência

O caos social já está sendo visível na pequena cidade de Brasiléia. O local improvisado, um antigo clube esportivo, está pequeno para abrigar os mais de 1500 refugiados e que tem apenas dois banheiros para atender homens, mulheres e crianças.

Sem ter o que fazer, a maioria ficam perambulando pelas ruas ocupando calçadas, bancos de praça e assediando moradores pedindo algum tipo de ajuda, como dinheiro próximos às agencias bancarias ou pelas residências.

No clube onde estão ‘morando’, não está suportando uma demanda tão grande de pessoas. Para os moradores localizados nas redondezas, o cheiro insuportável da fossa já não passa desapercebido e já está causando um desconforto.

O governador do Acre, Senadores e políticos em geral, já estão se pronunciando para que o Governo Federal tome providencias imediatas sobre o caso que está fugindo de controle.

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Alexandre Lima