Bolsonaro anuncia professor Carlos Alberto Decotelli como novo ministro da Educação

Decotelli é ex-presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Para Decotelli, é fundamental que o Brasil esteja preparado para ingressar em um mundo tecnológico e mais desafiador.

Para Decotelli, é fundamental que o Brasil esteja preparado para ingressar em um mundo tecnológico e mais desafiador. 

Com assessoria

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (25) por meio de uma rede social a nomeação do professor Carlos Alberto Decotelli da Silva para o cargo de ministro da Educação.

Decotelli será o primeiro ministro negro e o terceiro ministro da Educação do governo Bolsonaro. Antes de Weintraub, Ricardo Vélez Rodríguez permaneceu pouco mais de três meses no comando da pasta.

Após o anúncio de Bolsonaro, o decreto com a nomeação do novo ministro foi publicado na versão eletrônica do “Diário Oficial da União”. Até então, desde a saída de Weintraub, Antonio Paulo Vogel de Medeiros comandava a pasta na condição de ministro interino.

Oficial da reserva da Marinha, Carlos Alberto Decotelli da Silva atuou como professor da Escola de Guerra Naval, no Centro de Jogos de Guerra, e presidiu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) entre fevereiro e agosto do ano passado. Depois, passou para a Secretaria de Modalidades Especializadas do Ministério da Educação.

Decotelli é bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), mestre pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), doutor pela Universidade de Rosário (Argentina) e pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha.

Decotelli: é prioridade restabelecer o diálogo e melhorar a educação pública

Em entrevista exclusiva à CNN nesta quinta-feira (25), o novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli da Silva, disse que espera restabelecer o diálogo com as universidades federais e com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), assim como encontrar soluções para melhorar a qualidade da educação pública do país.

Decotelli também elencou o que, segundo ele, serão as três prioridades do MEC a partir de agora. A primeira é definir um sistema de quantificação técnica rigorosa nos controles e nas métricas para avaliar a educação brasileira.

“Não podemos estabelecer políticas públicas baseados em um índice tão importante como o Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] em métricas de 2005”, disse.

O novo ministro da Educação falou também em promover uma gestão integrada entre o ministério e as suas autarquias, que fazem a entrega nos segmentos da educação no país. Além disso, manifestou intenção de melhorar o diálogo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na qualificação e estímulo para que as bolsas de estudo se reflitam em melhor qualidade tecnológica. Para Decotelli, é fundamental que o Brasil esteja preparado para ingressar em um mundo tecnológico e mais desafiador.

Questão racial

Perguntado sobre o fato de ser negro e se isso traria alguma mensagem para o povo brasileiro neste momento — ele é o primeiro negro a ser nomeado ministro no governo de Jair Bolsonaro — Decotelli disse que “precisamos nos enxergar como brasileiros”, e que aqueles que quiserem buscar os seus sonhos e projetos devem poder fazê-lo “independentemente da sua cor de pele e etnia”. Segundo ele, é dever do Estado não criar prioridades, proteções e nem barreiras institucionais.

“Somos um país que todas as etnias são bem recebidas. Mas o Estado precisa ser o marco regulador, não pode pré-conceber acesso melhor para alguns grupos e bloquear o acesso a outros”, falou.

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Publicado por
Marcus José