Acre

Boliviano consegue revogar processo de expulsão e garante direito de permanecer no Brasil

Decisão do Ministério da Justiça, publicada no Diário Oficial, garante permanência de Manuel Cossio Lit no país com base em seus vínculos familiares e na Lei de Migração; ele segue em tratamento de saúde em Porto Velho

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União em 25 de setembro de 2025, encerrando um processo iniciado em 2009. Foto: captada 

Após uma batalha judicial contra um processo de expulsão que durou 16 anos, o cidadão boliviano Manuel Cossio Lit, de 52 anos, conseguiu reverter a deportação e assegurar seu direito de permanecer no Brasil. A revogação da medida foi publicada no Diário Oficial da União da última quinta-feira (25), encerrando um longo capítulo de incertezas na vida do imigrante, que reside há 18 anos em Brasiléia, no Acre.

O caso veio à tona em 2024, quando Manuel, diagnosticado com leucemia, precisou viajar para Porto Velho (RO) para tratamento médico. Ao buscar a regularização migratória na Polícia Federal, descobriu a ordem de expulsão, datada de 2009 e motivada por uma condenação antiga já prescrita.

Manuel Cossio Lit, cidadão boliviano nascido em Cochabamba, vive há mais de 18 anos no município acreano de Brasiléia, onde construiu família com uma cidadã brasileira. Foto: captada

A Defensoria Pública do Estado do Acre entrou então com um pedido junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. A argumentação jurídica centrou-se na Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017), que prevê o direito à defesa, a proteção da família e a dignidade da pessoa humana. Para fortalecer o pedido, Manuel formalizou a união estável com sua companheira brasileira, documentando o vínculo familiar construído ao longo de anos.

A estratégia foi bem-sucedida. Em sua análise, o MJSP reconheceu a relação estável do boliviano e a proteção legal conferida pela legislação migratória, determinando a revogação da expulsão.

Para a Defensoria Pública, o desfecho simboliza um marco.

“Este caso exemplifica como a Lei de Migração assegura direitos humanos e reconhece os vínculos familiares de pessoas que escolheram o Brasil para viver”, afirmou um representante da instituição.

Enquanto a decisão sai no papel, Manuel Cossio Lit segue em Porto Velho, dedicando-se ao tratamento de saúde com a segurança de que sua vida e sua família não serão mais separadas pela ameaça da deportação.

Em 2024, sua rotina foi interrompida ao ser diagnosticado com leucemia, precisando de tratamento mais complexo em Porto Velho, Rondônia. Foto: captada

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Publicado por
Marcus José