O senador Márcio Bittar encaminhou cinco pedidos à (CPI) do Crime Organizado com o objetivo de inserir o Acre nas apurações sobre facções que atuam em diferentes regiões do país. Foto: captada
Com André Gonzaga
O senador Márcio Bittar (PL-AC) encaminhou cinco pedidos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado solicitando a inclusão do Acre nas investigações sobre facções criminosas que atuam em diferentes regiões do país. A proposta do parlamentar visa ouvir representantes e profissionais com atuação direta na região, considerada uma das principais passagens para entrada de entorpecentes e armamentos oriundos de nações vizinhas.
A iniciativa busca ampliar o foco das apurações para as rotas de fronteira no extremo oeste brasileiro, onde organizações como o Comando Vermelho e o Terceiro Comando Puro (TCP) têm expandido sua atuação. Bittar argumenta que a localização estratégica do Acre, fazendo fronteira com Peru e Bolívia, torna o estado crucial para o entendimento do funcionamento das redes de tráfico internacional de drogas e armas.
Entre os convidados estão o atual secretário de Justiça e Segurança Pública do estado, coronel José Américo Gaia, e o ex-titular da mesma secretaria, coronel Paulo Cézar dos Santos. Também foram indicados o procurador-geral de Justiça local, Danilo Lovisaro, o superintendente da Polícia Federal no Acre, Carlos Rocha Sanches, e o ex-integrante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) Rodrigo Pimentel.
Também indicados o procurador-geral de Justiça local, Danilo Lovisaro, o superintendente da Polícia Federal no Acre, Carlos Rocha Sanches, e o ex-integrante do (Bope) Rodrigo Pimentel. Foto: captada
A CPI foi formalmente instalada no Senado em 4 de novembro e tem duração prevista de 120 dias para examinar a atuação de grupos criminosos e milícias em território nacional. A comissão é liderada por Fabiano Contarato (PT-ES), com Hamilton Mourão (Republicanos-RS) na vice-presidência e Alessandro Vieira (MDB-SE) como responsável pelo relatório.
Entre os convidados estão o atual secretário de Justiça e Segurança Pública do estado, coronel José Américo Gaia. Foto: arquivo
A inclusão do Acre nas discussões ocorre após alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que apontou o avanço do Terceiro Comando Puro (TCP) na unidade federativa. De acordo com documento apresentado ao Senado, o grupo passou a disputar áreas com o Comando Vermelho (CV), oferecendo estrutura própria para o tráfico e proteção em comunidades sob sua influência.
Nos requerimentos, Bittar ressalta que o estado enfrenta obstáculos específicos por estar localizado na Amazônia e fazer divisa com países como Peru e Bolívia. Os depoimentos das autoridades locais devem contribuir com dados sobre rotas ilegais, estratégias de policiamento e ações conjuntas entre os diferentes órgãos públicos.
A próxima reunião da CPI está prevista para o dia 18 de novembro, com início das oitivas de representantes do governo federal. A data, no entanto, pode ser revista em razão da participação do presidente da comissão, senador Fabiano Contarato, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 30), realizada em Belém. A confirmação da agenda depende do retorno do parlamentar e da disponibilidade dos convidados já aprovados.
Ex-secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado do Acre, coronel Paulo Cézar Rocha dos Santos. Foto: Dhárcules Pinheiro/Asscom Sejusp