Após duas semanas, quase 60% dos bancários aderem à greve no Acre

Sindicato diz que expectativa é pela retomada das negociações.
Trabalhadores reivindicam reposição da inflação mais 5% de aumento real.

G1

Ao menos 60% dos quase 1,1 mil bancários do Acre aderiram à greve da categoria no Acre. O movimento completou duas semanas nesta terça-feira (20) e, segundo o presidente do  Sindicato dos Bancários do Estado do Acre (Seeb-AC), Edmar Batistela, a expectativa é pela retomada das negociações.

Bancos iniciaram paralisação no dia 6 de setembro em Rio Branco (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

“A gente está com 49 agências fechadas ou parcialmente fechadas no estado. Infelizmente, não temos nenhum posicionamento dos representantes dos bancos. Na última rodada foi apresentada uma proposta de 7% que recusamos e até o momento não temos agendada nova negociação”, explica.

Batistela diz ainda que o movimento já entrou em contato com os representantes dos bancos para pedir um novo posicionamento. “A ideia é continuar reforçando o movimento grevista, buscando mais adesão para que possamos voltar à mesa. Temos expectativa de retomar as negociações para que os banqueiros tragam uma proposta decente. Se não houver uma finalização de retorno para a mesa vamos estudar quais são as medidas a serem tomadas pelo movimento”, finaliza.

Reivindicações
Os bancários reivindicam reajuste salarial de 14,78%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação, além de participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários, mais R$ 8.317,90 fixos para todos.

A categoria quer também piso salarial de R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último). Outra importante reivindicação diz respeito aos vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Além disso, os trabalhadores do ramo financeiro ainda querem melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral. Garantia do emprego, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas fecha.

Pauta nacional
A categoria rejeitou a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) de reajuste de 6,5%  sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. Os sindicatos alegam que a oferta ficou abaixo da inflação projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.

Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações.

Segundo a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban, o braço sindical dos bancos), a proposta representa um aumento, na remuneração, de 15% para os empregados com salário de R$ 2,7 mil, por exemplo. Para quem ganha R$ 4 mil, o aumento de remuneração será de 12,3%; e, para salários de R$ 5 mil, equivale a 11,1%. O piso salarial para a função de caixa, com o reajuste, passaria a R$ 2.842,96, por jornada de 6 horas/dia.

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Publicado por
Alexandre Lima