G1
Ao menos 60% dos quase 1,1 mil bancários do Acre aderiram à greve da categoria no Acre. O movimento completou duas semanas nesta terça-feira (20) e, segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do Estado do Acre (Seeb-AC), Edmar Batistela, a expectativa é pela retomada das negociações.
“A gente está com 49 agências fechadas ou parcialmente fechadas no estado. Infelizmente, não temos nenhum posicionamento dos representantes dos bancos. Na última rodada foi apresentada uma proposta de 7% que recusamos e até o momento não temos agendada nova negociação”, explica.
Batistela diz ainda que o movimento já entrou em contato com os representantes dos bancos para pedir um novo posicionamento. “A ideia é continuar reforçando o movimento grevista, buscando mais adesão para que possamos voltar à mesa. Temos expectativa de retomar as negociações para que os banqueiros tragam uma proposta decente. Se não houver uma finalização de retorno para a mesa vamos estudar quais são as medidas a serem tomadas pelo movimento”, finaliza.
Reivindicações
Os bancários reivindicam reajuste salarial de 14,78%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação, além de participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários, mais R$ 8.317,90 fixos para todos.
A categoria quer também piso salarial de R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último). Outra importante reivindicação diz respeito aos vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Além disso, os trabalhadores do ramo financeiro ainda querem melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral. Garantia do emprego, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas fecha.
Pauta nacional
A categoria rejeitou a proposta da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. Os sindicatos alegam que a oferta ficou abaixo da inflação projetada em 9,57% para agosto deste ano e representa perdas de 2,8% para o bolso de cada bancário.
Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações.
Segundo a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban, o braço sindical dos bancos), a proposta representa um aumento, na remuneração, de 15% para os empregados com salário de R$ 2,7 mil, por exemplo. Para quem ganha R$ 4 mil, o aumento de remuneração será de 12,3%; e, para salários de R$ 5 mil, equivale a 11,1%. O piso salarial para a função de caixa, com o reajuste, passaria a R$ 2.842,96, por jornada de 6 horas/dia.