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Após demissões de servidores, escolas e órgãos públicos param de funcionar em Porto Acre
Prefeito culpa ex-gestão de assinar TAC que proibia a realização de concursos públicos. Comunicados são espalhados em órgãos públicos.

Escolas e órgãos param em Porto Acre após demissão de quase 300 servidores irregulares
Por Lidson Almeida — Rio Branco
Salas de aulas vazias, postos de saúde sem atendimentos e centenas de pessoas sem assistência.
Este é o atual cenário da cidade de Porto Acre, com pouco mais de 14 mil habitantes, que suspendeu diversos serviços após a demissão de quase 300 servidores provisórios.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) suspendeu os contratos provisórios do municípios após descumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado na gestão passada. No documento, a prefeitura da cidade se comprometia a não realizar mais processos seletivos.
O MP alega que as contratações foram feitas, na época, sem a realização de um processo seletivo formalizado, ou seja, sem a presença de uma banca organizadora e que, por esse motivo, os servidores estariam trabalhando de forma irregular. A ação também resultou na suspensão do novo processo seletivo feito no primeiro semestre deste ano.

Nove das 21 escolas de Porto Acre pararam de funcionar após demissões — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Salas de aulas vazias, postos de saúde sem atendimentos e centenas de pessoas sem assistência. Este é o atual cenário da cidade de Porto Acre, com pouco mais de 14 mil habitantes, que suspendeu diversos serviços após a demissão de quase 300 servidores provisórios.
O Ministério Público do Acre (MP-AC) suspendeu os contratos provisórios do municípios após descumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado na gestão passada. No documento, a prefeitura da cidade se comprometia a não realizar mais processos seletivos.
O MP alega que as contratações foram feitas, na época, sem a realização de um processo seletivo formalizado, ou seja, sem a presença de uma banca organizadora e que, por esse motivo, os servidores estariam trabalhando de forma irregular. A ação também resultou na suspensão do novo processo seletivo feito no primeiro semestre deste ano.
Cenário
Nesta terça-feira (8), uma equipe da Rede Amazônica Acre esteve no município para mostrar a situação.
Na recepção da Unidade de Saúde Maria Soledade Soares Gadelha não havia ninguém para atender e nem para ser atendido. Em alguns órgãos públicos de Porto Acre, o dia começou com pouco ou nenhum trabalho.
O prefeito Bené Damasceno falou que , das 21 escolas, nove estão paradas e cinco funcionando em situação precária. A prefeitura entrou com recurso contra a decisão e aguarda o resultado.
“São quase 300 pais de família que estão com os contratos suspensos. São milhares de pessoas que não estão sendo atendidas, crianças nas escolas, pessoas que têm problemas de saúde, e pessoas pobres que dependem de programas do governo federal não temos como atender”, afirmou.

Aviso foi colocado em frente aos prédios públicos de Porto Acre — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Paciente viajou duas horas de barco
Na entrada de cada prédio público foi colocado um comunicado para informar a população sobre as precariedades dos serviços. Assim como em uma das unidades de saúde, onde somente os serviços de enfermagem e farmácia então funcionado.
Uma dessas unidades de saúde não atendeu um paciente que viajou duas horas de barco para buscar ajuda. Ele estava com problema em um dente, mas a dentista da unidade também era do quadro provisório e não estava na unidade.
“Está funcionando a farmácia porque tem um servidor efetivo lotado no setor. Os demais setores estão paralisados, todos os atendimentos estão suspensos. Recebemos um paciente que viajou duas horas de barco, estava com um problema odontológico, reclamando de dor e quando chegou teve que voltar porque nossa dentista é do processo seletivo e os atendimentos odontológicos estão suspensos”, lamentou a diretora da unidade de saúde de Porto Acre, Dejamy Rodrigues.
Prejuízos
Os prejuízos, segundo o prefeito Damasceno, são incalculáveis. Ele acusa grupos políticos de tentar prejudicar sua administração. Ele afirmou que a atual gestão está amparada por lei e que vai buscar os direitos da população na Justiça.
“Não discuto ação do Ministério Público e nem da juíza, mas buscamos também o direito do Poder Público e dos servidores e da população que está sendo prejudicada. Desde segunda [7], dezenas de escolas fechadas, postos de saúde com precárias condições de atendimento e milhares de pessoas carentes não estão sendo atendidas pela secretaria de assistência social”, criticou.
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Acre revela divisão de gênero nas religiões: mulheres dominam evangélicos e homens lideram entre católicos
Censo 2022 mostra padrões distintos de filiação religiosa por sexo no estado, com mulheres à frente no evangelicalismo e homens sem religião

Outro dado interessante é que o número de homens que declararam ao Censo não terem religião supera o de mulheres. São 43.665 homens contra 32.953 mulheres. Foto; arquivo
Os dados do Censo Demográfico 2022 revelaram uma curiosa distribuição de gênero nas filiações religiosas do Acre, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (6). Enquanto os homens são maioria na Igreja Católica (137.790 homens vs 128.538 mulheres), as mulheres predominam no segmento evangélico (162.224 mulheres vs 141.375 homens) – o maior contraste entre os estados brasileiros.
Panorama religioso por gênero no Acre:
Evangélicos: 53,4% mulheres (162.224) vs 46,6% homens (141.375)
Católicos: 51,3% homens (137.790) vs 48,7% mulheres (128.538)
Sem religião: 57% homens (43.665) vs 43% mulheres (32.953)
Espíritas: 54,6% mulheres (2.067) vs 45,4% homens (1.723)
Matriz africana: 52,9% mulheres (861) vs 47,1% homens (765)
Tradições indígenas: 53,7% homens (1.712) vs 46,3% mulheres (1.476)
Os números revelam padrões distintos: enquanto as mulheres acreanas são maioria nas religiões cristãs não-católicas e espiritualistas, os homens predominam entre os sem religião e nas tradições indígenas. Essas disparidades refletem tendências culturais profundas no estado que lidera o evangelicalismo nacional, oferecendo um retrato detalhado da dinâmica religiosa e de gênero na região Norte.
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Acre se destaca como o estado mais evangélico do Brasil, segundo Censo 2022
Dados revelam que apenas 38,9% dos acreanos se declaram católicos, enquanto 44,4% são evangélicos – maior percentual nacional

O Acre registrou um dos percentuais mais baixos do país, com 38,9% da população com 10 anos ou mais de idade se declarando católica. Foto: internet
O Censo Demográfico de 2022 revelou uma transformação significativa no mapa religioso do Brasil, com o Acre emergindo como um caso emblemático dessa reconfiguração. Os números divulgados pelo IBGE mostram que o estado possui a maior proporção de evangélicos do país (44,4%) e uma das menores taxas de católicos (38,9%), configurando um perfil único no cenário nacional.
Principais destaques do Censo no Acre:
▸ Liderança nacional em população evangélica (44,4%)
▸ Um dos menores percentuais de católicos do país (38,9%) – mesmo índice do RJ
▸ Posição oposta ao Piauí, estado com maior número de católicos (77,4%)
▸ Reflexo de uma mudança religiosa acelerada na região Norte
A análise do Censo 2022 sublinha a diversidade religiosa no Brasil, com cada estado apresentando suas particularidades. Enquanto o Piauí se mantém como o estado com maior proporção de católicos (77,4%), e Roraima se destaca pela maior proporção de pessoas sem religião (16,9%), de outras religiosidades (7,8%) e de adeptos de tradições indígenas (1,7%), o Rio de Janeiro continua com a maior proporção de espíritas (3,5%) e o Rio Grande do Sul com o maior número de praticantes de Umbanda e Candomblé (3,2%).
Os números do Acre, em particular, indicam uma tendência de crescimento da população evangélica no estado, solidificando sua posição como um polo de destaque nesse novo cenário religioso brasileiro.
Enquanto Roraima se destaca pelo maior número de sem religião (16,9%) e o Rio de Janeiro pela maior proporção de espíritas (3,5%), o Acre consolida sua posição como polo do crescimento evangélico no Norte do país. Os dados revelam não apenas uma mudança estatística, mas uma profunda transformação cultural em curso no estado.
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Teste do pezinho salva vidas e está disponível de forma gratuita em toda a rede pública do Acre
Por meio do exame são diagnosticadas doenças genéticas (fenilcetonúria, fibrose cística); doenças metabólicas (deficiência de biotinidade, galactosemia); doenças hematológicas (doença falciforme), doenças infecciosas (toxoplasmose congênita), entre outras.

Data foi instituída pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal em 2001. Foto: Luan Martins/Sesacre
Visando destacar a importância do exame de triagem neonatal, que detecta precocemente um grupo de doenças congênitas e hereditárias, o Dia Nacional do Teste do Pezinho é celebrado no dia 6 de junho.
O teste do pezinho é um exame obrigatório para todos os recém-nascidos e gratuito em todo o Sistema Único de Saúde (SUS). Instituído por meio do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) em 6 de junho de 2001, é considerado um programa de importância nacional e de sucesso no SUS por contemplar os princípios e diretrizes fundamentais do sistema.
“Este é um programa de grande abrangência de cobertura dos nascidos vivos brasileiros na rede pública, e tem a Atenção Básica como porta de entrada preferencial no sistema de saúde, garantindo que as pessoas com distúrbios e doenças detectadas sejam acompanhadas por equipes multidisciplinares em serviços especializados, visando a sua saúde integral, redução da morbimortalidade e melhoria da qualidade de vida”, explica a responsável pelo Núcleo de Saúde da Criança, Janahina Monteiro.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) oferece para todos os municípios postos de coleta cadastrados para a realização do teste. O exame pode ser coletado nas unidades básicas de Saúde dos municípios ou na maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco; no Hospital da Mulher e da Criança do Juruá, em Cruzeiro do Sul; e nos demais hospitais regionais do Acre.
O exame consiste na coleta do sangue do calcanhar do bebê e permite identificação de doenças graves. Por meio do exame são diagnosticadas doenças genéticas (fenilcetonúria, fibrose cística); doenças metabólicas (deficiência de biotinidade, galactosemia); doenças hematológicas (doença falciforme), doenças infecciosas (toxoplasmose congênita), entre outras.
Se o resultado do teste do pezinho estiver alterado, a família e o ponto de coleta são contatados pelo Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN) e o bebê é chamado para fazer novos exames, que podem confirmar ou excluir a doença para a qual a triagem foi alterada. A data para a coleta do teste do pezinho é preconizada a partir das 48 horas até o 5º dia de vida do bebê, principalmente por causa do início muito rápido dos sinais e sintomas de algumas doenças.
De acordo com o enfermeiro obstétrico e coordenador da Rede Alyne no Acre – programa do governo federal com o objetivo de reduzir a mortalidade materna no Brasil, Walber Carvalho, oferecer o mesmo cuidado a todos os recém-nascidos é uma prioridade nos hospitais do Acre. “Nas referências estaduais de maternidade, os recém-nascidos internados por longo período podem ter acesso ao teste do pezinho em setores específicos. Isso garante a universalidade da saúde e acesso em tempo oportuno a diagnósticos, tratamento e acompanhamentos”, destaca.
“Além disso, também cumprimos os requisitos da lei estadual que obriga todos os estabelecimentos de saúde do Estado a orientar os pais sobre doenças raras não detectáveis pelo teste do pezinho e a informar da existência do teste do pezinho ampliado, que identifica um número maior de doenças”, explica Walber Carvalho.
Para Jailane Barroso Dutra, mãe do recém-nascido Caique, o teste do pezinho ajuda não só aos médicos, mas a família do bebê. “É um exame de extrema importância, porque se o recém-nascido estiver doente vai começar o tratamento o mais rápido possível, evitando riscos desnecessários, principalmente quando eles são prematuros ou já têm a saúde fragilizada”, conclui.
Capacitação de profissionais
Com o objetivo de fortalecer e ampliar a oferta do teste do pezinho, garantindo o atendimento de 100% dos recém-nascidos — conforme a recomendação do Programa Nacional de Triagem Neonatal — a Secretaria de Estado de Saúde, por meio do Núcleo de Saúde da Criança, promoveu no dia 30 de maio uma oficina de capacitação voltada a 80 enfermeiros e técnicos de enfermagem da Atenção Primária da Regional do Baixo Acre. O encontro foi realizado no Theatro Hélio Melo, em Rio Branco, e reuniu profissionais dos 11 municípios da região.

Exame consiste na coleta do sangue do calcanhar do bebê para identificação de doenças. Foto: Luan Martins/Sesacre
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