Alta do dólar não é tão ruim para comércio na fronteira

Fronteira entre Brasileia e Cobija, Bolívia – Foto: oaltoacre.com

“Ao menos empata”, diz Acisa local

A nova alta do dólar comercial bateu recorde: fechou a R$ 4,146 na venda. Esse valor inédito ocorreu mesmo com forte intervenção do Banco Central. Ao contrário do que pode sugerir, essa alta do dólar, no comércio da região de fronteira do Acre com a Bolívia não é tão ruim.

“Ao menos empata”, reconhece o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Brasileia e Epitaciolândia, José Soares Pacheco. “Não é que o comércio aqui esteja bom. Não é isso. Em Epitaciolândia e Brasileia, passa-se por uma crise medonha, ainda em consequência da cheia e pela situação econômica do país. A coisa não está boa”.

O olhar realista de Pacheco se fundamenta no cenário de baixo consumo. É o drama da temperatura da economia brasileira, tendendo ao morno. Mas, a alta do dólar é responsável por um fenômeno que mostra a dinâmica do comércio fronteiriço.

“Quando o dólar está alto, o que acontece? Vêm muitos bolivianos lá de Cobija comprar aqui, sobretudo gêneros de primeira necessidade, com destaque para os alimentos”.

Soares até arrisca um número. “É provável que essa alta do dólar acarrete um aumento nas vendas em 20%”, calcula. A Associação Comercial e Empresarial de Brasileia e Epitaciolândia possui 150 associados.

O setor de hotelaria, no entanto sofre bastante porque os acrianos que normalmente vêm a Cobija comprar somem em época de alta de dólar.

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Publicado por
Alexandre Lima