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Alegando perseguição do governo, jornal fecha as portas na Bolívia após 13 anos

Página Siete – David Guzmán
Com sede na cidade de La paz, o editor chefe do jornal diário boliviano Página Sete, anunciou o fechamento de suas portas. Segundo ele, ações judiciais e bloqueios das contas por parte do governo e possíveis perseguições aos anunciantes, culminaram na perca de capital ao ponto de não poder pagar seus funcionários.
Em sua página digital, o diretor geral Raul Garafulic Lehm, fez uma última e dolorosa missão de expor a explicação dos motivos. Veja abaixo (traduzido)
Fim do caminho. Carta aos leitores da Página Sete
Após 13 anos de jornalismo independente ao serviço da sociedade e da democracia, o jornal Página Siete publica nesta quinta-feira (29), sua última edição. A explicação é tão simples quanto dolorosa: os gastos são maiores do que os ganhos e depois de pagar todas as instâncias para obter capital de trabalho, ficaram sem recursos econômicos para operar.
Uma combinação de circunstâncias adversas criou o que poderiam classificar como uma tormenta perfeita, que nos levou a esta situação:
- O Gobierno bloqueou sistematicamente a pauta publicitária para o jornal, pese a que ela se financia com recursos de todos os bolivianos. Inclusive pressão para empresas privadas do sistema financeiro para que não publiquem seus avisos na Página Siete.
- O oficialismo pôs em marcha, uma estrutura de assédio público nas redes sociais contra o jornal que até hoje está impune.
- Audiências e multas recorrentes de uma diversidade de instituições do Estado que ano após ano eles se enfureceram contra Página Siete, enquanto nossos rivais pró-governo foram tratados de forma branda.
- A ação judicial infundada resultou do bloqueio de nossas contas bancárias e do embargo de meus bens, o que limitou minha capacidade de ação.
- Além do acordo do poder contra este diário independente, existem outras razões que obrigam seu fechamento:
- A pandemia de COVID mudou os hábitos de leitura de notícias da gente, gerando uma forte queda na venda de jornais impressos, o que diminuiu nossos anuncios.
- A crise económica do país reduz o investimento publicitário de muitas empresas, o que reduz o fluxo financeiro do jornal.
- E, para completar, o preço internacional do papel e outros insumos de impressão aumentaram por efeito da guerra na Ucrânia.
- Embora Seven aposte, este ano a aquisição de assinantes digitais, seu crescimento resultou mais lento do que o esperado.
A lista poderia continuar, mas com o dito, fica claro que estamos antes de um beco sem saída.
Diante dessa difícil situação, os acionistas da empresa realizaram significativos aportes de capital, até o limite de nossa capacidade, nos últimos anos. Foi recorrido a empréstimos bancários pessoais para cobrir despesas essenciais, como o pagamento de gratificações e outras.
Recentemente, tentaram obter uma capitalização significativa que nos permitisse avançar, mas, os investidores recuaram no último minuto por medo de retaliação política.
Por tudo o que foi exposto, decidimos suspender a publicação da Página Sete a partir de hoje. A partir de agora, será rigorosamente seguido o procedimento estabelecido pelo Código Comercial e pelas normas legais aplicáveis a estes casos, que privilegia o pagamento das remunerações devidas e prestações sociais dos nossos trabalhadores, a quem agradecemos o seu empenho e resistência.
De todo o coração, agradecemos aos nossos leitores pela confiança recebida durante todos esses anos. Cada um de vocês fez da Página Siete uma marca forte e influente, embora desconfortável pelo poder.
Este é um momento difícil que me enche de tristeza e angústia porque sabemos que o jornalismo independente e a democracia estão perdendo um importante aliado.
Infelizmente, esta é uma decisão responsável que não poderiamos deixar de tomar.
Sinceramente,
Raul Garafulic Lehm
Presidente da Direcção da Página Siete 2010-2023
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Jovem escapa por pouco de assalto a mão armada em frente à sua casa em Cobija
Câmeras de segurança flagraram momento em que criminosos (suspeitos de serem brasileiros) se aproximaram da vítima; ação rápida do morador frustrou roubo

De acordo com o relatório apresentado pelas autoridades policiais, dois criminoso tentaram assaltar um jovem que chegava em sua residência de moto, e estaciona em frente a casa da família. Foto: captada
Um jovem morador de Cobija, capital do departamento de Pando, na Bolívia, escapou por pouco de um assalto a mão armada nas proximidades da Avenida Otto Felipe Braun, na área central da cidade. O fato ocorreu quando a vítima chegava de moto em sua residência e estacionava em frente à casa da família, sem perceber a aproximação de dois criminosos.
As imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que um dos assaltantes, suspeito de ser de nacionalidade brasileira, sacou uma arma de fogo e apontou em direção ao jovem.

Câmera de segurança registrou o momento exato em que a vítima estaciona o seu veículo e entra em casa, momento que os agressores (supostamente de nacionalidade brasileira) se aproximam. Foto: captada
Alertado pelo movimento, o morador conseguiu fechar o portão a tempo, assustando os delinquentes, que fugiram correndo pela rua do bairro. A ação rápida do jovem frustrou mais uma tentativa de roubo na região de fronteira.
As autoridades policiais de Cobija investigam o caso e buscam identificar os criminosos, que, segundo relatos, estariam agindo na área central da cidade. O incidente reforça a preocupação com a segurança na fronteira e a necessidade de maior patrulhamento para coibir esse tipo de crime.

O jovem consegue fechar a tempo o portão salvando sua vida e seu patrimônio dos assaltantes que aparentemente são brasileiros. Foto: captada
Veja vídeo TVU Pando:
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Polícia Civil prende mulher por tráfico de drogas em Cruzeiro do Sul
Condenada a 7 anos de prisão, Maria Ágila dos Santos Gomos, 42, foi detida em casa e enviada ao sistema penitenciário
A Polícia Civil efetuou a prisão de Maria Ágila dos Santos Gomos, de 42 anos, nesta segunda-feira (7), por tráfico de drogas. A detenção ocorreu em sua residência, no bairro Remanso, após a expedição de mandado de prisão. Condenada a sete anos de reclusão em regime fechado, a acusada havia recorrido em liberdade, mas agora será encaminhada à unidade penitenciária para cumprir a pena. A ação reforça o combate ao narcotráfico na região.
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SEE atua para que medidas sejam adotadas após morte de vigilante

Foto: Mardilson Gomes/SEE
A Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) emitiu nota pública na manhã desta segunda-feira, 7, para lamentar o trágico episódio ocorrido na Escola Maria Raimunda Balbino, situada no bairro Palheiral, em Rio Branco. Durante uma tentativa de assalto à unidade de ensino, o vigilante Raimundo de Assis Souza Filho, de 52 anos, morreu.
De acordo com informações preliminares, dois indivíduos armados invadiram a escola com o objetivo de subtrair a arma do profissional.
“A SEE reafirma seu compromisso com a segurança da comunidade escolar e está atuando de forma integrada com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp) e autoridades pertinentes para que todas as medidas cabíveis sejam adotadas com rigor, celeridade e transparência”, diz a nota assinada pelo gestor da SEE, Aberson Carvalho.
O órgão garante estar acompanhando os desdobramentos da ocorrência e contribuindo com as investigações. “Ao mesmo tempo, em que mantemos a prioridade no cuidado com os estudantes, professores e demais profissionais da Educação, reafirmando a escola como um espaço de aprendizado, proteção e cidadania. Neste momento de dor, nos unimos à família, aos amigos e colegas para expressar nossa solidariedade e profundo respeito”, conclui Carvalho.
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