Acreanos lotam postos de saúde em busca da vacina da febre amarela

Com medo após mortes causadas pela doença em outros estados, acreanos buscaram vacinas nos postos. Diretora diz que quem já tomou a dose está imunizado e somente bebês de nove meses devem ser vacinados.

Com medo, acreanos buscam vacina contra a Febre Amarela em postos de saúde de Rio Branco (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

G1/Acre

Há muitos anos o Acre não registra um caso de febre amarela, mas, a confirmação da doença em outros estados brasileiros deixou muita gente preocupada. A prova disso é o crescimento da busca pela vacina nos postos de saúde de Rio Branco que passaram a ficar lotados pelos acreanos.

Aos nove meses os nascidos no Acre tomam a vacina contra a febre amarela. Devido à prevenção, a região não registra a doença há mais de 70 anos. Porém, o surto em São Paulo, onde três pessoas já morreram por causa da doença, amedrontou até quem vive a mais de 5 mil km de distância.

“O motivo da busca da vacina é o medo, o negócio é sério”, diz o funcionário público Edvaldo Souza.

A procura aumentou tanto que as unidades de saúde em Rio Branco passaram a ofertar a vacina contra a febre amarela em dias específicos da semana. Em um dos postos de saúde, a aplicação fica disponível todas as terças-feiras e quintas-feiras.

O problema, no entanto, é que a procura aumentou, mas o estoque enviado pelo Ministério da Saúde para a capital acreana continua o mesmo, dentro da rotina que já havia sido estabelecida.

Diretora de Vigilância Epidemiológica diz que somente crianças de 9 meses devem tomar a vacina e quem tomou dose uma vez já está imunizado (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

A diretora de Vigilância Epidemiológica de Rio Branco, Socorro Martins, diz que um protocolo do Ministério afirma que quem já tomou a vacina não precisa de outra dose, pois já está imunizado para toda a vida.

“As pessoas estão confundindo esse momento. São Paulo tem muita gente vacinando porque não era uma área recomendada para fazer a vacina. Então, a nossa população toda já foi vacinada”, explica.

Marcelo Pinto, servidor civil do Exército, levou a família inteira ao posto. Eles ficaram por mais de uma hora na fila. Nas carteiras de vacinação todos têm registro de uma dose da vacina e também a recomendação de retorno após 10 anos.

É que, quando eles tomaram, o Brasil ainda não tinha adotado a indicação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde 2014, a OMS recomenda apenas uma dose. Mas, o Brasil só passou a adotar dose única em abril do ano passado. Então, a nova medida ainda causa muita confusão nas pessoas.

“Eu já não sei dizer, com certeza, se é preciso tomar ou não. Então, preferi buscar logo o posto”, afirma.

Com medo, Marcelo levou a família inteira ao posto para tomar vacina (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Comentários

Compartilhar
Publicado por
Alexandre Lima