Acreano faz campanha na web por cirurgia para filha deficiente auditiva

Ana Cristina, de 4 anos, precisa ser submetida a um implante coclear.
Sesacre informa que o Estado foi habilitado e equipe está em treinamento.

G1/AC

Acreano faz campanha de sensibilização no Facebook para conseguir cirurgia para a filha deficiente auditiva (Foto: Reprodução/Facebook)

Aos 4 anos de idade, Ana Cristina Oliveira enfrenta uma grande dificuldade: a deficiência auditiva. Para tentar sensibilizar o sistema estadual de Saúde do Acre e o plano de saúde que paga desde o nascimento da filha, o pai Marivaldo de Paula, de 30 anos, resolveu fazer uma campanha no Facebook para conseguir uma cirurgia para corrigir o problema. A família reside em Rio Branco.

A surdez já é algo que está na história da família da criança. A mãe, Maria Erlene Paiva, de 25 anos, dois tios e a avó materna também enfrentam a dificuldade. Segundo o pai, o procedimento que Ana Cristina precisa é chamado de ‘implante coclear’, que não é feito no Acre, por isso pensou na campanha.

Marivaldo de Paula, de 30 anos, com a filha
Ana Cristina, de 4 anos. (Foto: Arquivo da Família)

“É uma cirurgia difícil. E o custo dela é muito alto, chega a R$ 100 mil por cada lado. Isso tirando os custos de passagem. Eu gostaria muito que ela ouvisse e com o implante coclear seria possível”, diz o pai.

De acordo com Marivaldo, a ideia surgiu para conseguir a metade da cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a outra por meio do plano de saúde. Ele conta que pretende entrar com a solicitação da cirurgia junto ao Tratamento Fora de Domicílio (TFD) na segunda-feira (17). “Eu precisava do laudo do médico solicitando o procedimento do implante e já estou com esse laudo em mãos”, explica.

Junto ao plano de saúde, o pai reconhece que a dificuldade é maior e talvez precise ser resolvida na Justiça, porque a cirurgia provavelmente terá que ser feita na cidade de São Paulo, Barretos (SP) ou Ouro Preto (MG).

“O plano vai me dar a resposta na quarta-feira [19], mas até onde eu sei, eles não cobrem. Porque dizem que é apenas entre Acre e Rondônia. Mas pelo que li numa nota da Agência Nacional de Saúde, o plano é obrigado a fazer o procedimento seja onde for”, fala.

Ana Cristina, de 4 anos, nasceu com deficiência
auditiva e já possuia outros casos na família
(Foto: Arquivo da Família)

O que impulsiona toda essa luta, como diz o pai, é perceber a cada dia o desejo que Ana Cristina tem de ouvir e como isso é comovente. “Ela tem muita vontade de ouvir. Quando a gente liga o som, ela vai para perto. Porque o surdo não ouve, mas sente a vibração. E ela quer escutar. Eu vejo essa vontade dela”, conta.

Preconceito
Outro problema enfrentado é a rejeição por parte de algumas pessoas que não conhecem a situação e, até mesmo, por parte de algumas crianças da escola onde Ana Cristina estuda. “Ela não entende que tem a deficiência, mas eu vejo que outras crianças acabam rejeitando por ela não falar ou ouvir. E já teve gente que não sabia que eu era o pai e perguntou se ‘a criança é doida’. Eu me comedi e saí de perto”, relembra.

Secretária de Saúde
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou por meio da assessoria de comunicação que o estado já foi habilitado para a realização do implante coclear e o lançamento do programa de saúde auditiva ocorreu no dia 15 de janeiro. No entanto, o procedimento ainda não começou a ser realizado porque a equipe está sendo capacitada.

Nos casos mais urgentes, informa a assessoria, o paciente, após dar entrada no TFD, é encaminhado para a unidade de referência mais próxima.

 

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Publicado por
Alexandre Lima