Acre tem o menor número de médicos por habitantes

Da redação, com Ana Paula batalha

Levantamento da Confederação Federal de Medicina (CFM) mostra que, embora número de médicos no país cresça cada vez mais, regiões brasileiras mais pobres continuam a apresentar uma menor proporção de profissionais por habitantes.

Essa proporção é menor em regiões como a Norte, onde há somente um médico para cada 1.000 habitantes —menos do que a metade da concentração no Sudeste, que possui 2,67 profissionais disponíveis para cada 1.000 pessoas. No Acre, por exemplo, em números absolutos, é 1,08 para cada 1.000 habitantes.

Esses dados fazem parte da Pesquisa Demografia Médica no Brasil 2: Cenários e Indicadores de Distribuição, desenvolvida pelo CFM em parceria com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

O estado com maior número de médicos é São Paulo, com 110.473 profissionais. Rio de Janeiro vem a seguir, com 58.782. O estado com o menor número de profissionais é Roraima (646).

Em números absolutos, a unidade federativa com menor número de médicos por habitante é o Maranhão (0,71), seguido por Pará (0,84), Amapá (0,95), Piauí (1,05), Acre (1,08) e Amazonas (1,12).

A má distribuição dos médicos acontece também entre as capitais. Entre todas as capitais do Brasil,apenas Rio Branco e Macapá apresentam uma razão de médicos por habitantes menor do que a média do Brasil (1,91 e 1,38 médicos por 1.000 pessoas, respectivamente).

‘Mais Médicos’

O governo federal lançou nesta segunda-feira, 8, o programa “Mais Médicos”, para aumentar o número de médicos atuantes na rede pública de saúde em regiões carentes. O Acre pode ser um dos estados mais beneficiados com a ação por ter o menor número de médicos por habitantes. Cada profissional, de acordo com o governo federal, receberá R$ 10 mil para trabalhar em áreas isoladas.

A expectativa do governador Tião Viana é o estado passar a contar com mais 300 médicos para atender a população na rede básica de saúde do estado, a partir do programa. Os profissionais aumentariam o número escasso de médicos no Acre para 1.200 profissionais, pois atualmente, de acordo com a secretária de Saúde, Suely Melo, a oferta de médicos é da ordem de 800.

Os novos médicos representariam mais de 37% do montante atual de profissionais do estado. Além dos médicos que trabalham no sistema público, o Acre dispõe ainda de 32 médicos que só trabalham na rede particular.

O programa “Mais Médicos” também permite a vinda de profissionais estrangeiros ou de brasileiros que se formaram no exterior sem a necessidade de revalidação do diploma.

 

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Publicado por
Alexandre Lima